Capítulo 31

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NO DIA SEGUINTE

Lucero se acordou cedo e após preparar um café da manhã rápido, deixou Larissa e Lucas aos cuidados de Eduardo e partiu para o hospital. Chegando lá, ela apenas pegou o adesivo de visitante e entrou no quarto em que Nina estava desde a noite anterior, já que saiu da terapia intensiva horas depois e ficou em observação, encontrando a moça já arrumada e sentada na cama enquanto Manuel andava de um lado para o outro, organizando as coisas para voltar para casa.

− Bom dia. Como passaram a noite? – Lucero já entrou falando.

− Bem, o sofá não era lá essas coisas, mas deu para dormir. – Manuel riu, se aproximando de Lucero e lhe dando um selinho. – E vocês? – ele acariciou a barriga dela.

− Nossa, as crianças demoraram para dormir, mas ficamos bem. E você, meu amor, não deu mais enjoo? – Lucero se aproximou de Nina.

− Não, o remédio que o médico me receitou é muito bom, dormi como uma pedra. Ehhr... Tia. – Nina chamou sem graça e Lucero a encarou. – Você não está mais brava comigo?

Lucero suspirou. Ela não deveria ter saído daquele jeito do quarto de Nina, mas ainda tinha muitas coisas que ela não sabia lidar.

− Eu não diria que fiquei brava, meu amor, mas sim nervosa e acabei não conseguindo dar conta dessa situação como precisava, só que eu quero que você saiba que eu estou com você para o que der e vier. – Lucero acariciou o queixo de Nina e a abraçou de lado.

Nina apertou Lucero, emocionada. Ela foi uma boba em achar que perderia o amor da tia, a mulher a amava incondicionalmente, independente do que ela fizesse e naquele momento ela se sentiu forte para suportar qualquer coisa só por tê-la ao seu lado. Manuel sorriu, observando as duas. Ele sabia que a noiva precisava somente de um tempo para colocar os pensamentos em ordem, ela era a melhor mãe que ele conhecia e por nada no mundo abandonaria suas crianças. Eles foram interrompidos pela entrada do médico.

− Bom dia. Como está a minha paciente? – o doutor falou simpático.

− Bom dia, doutor, eu estou bem melhor. – Nina sorriu.

− Que bom, então eu já posso te dar alta. Só preciso conversar um pouco com a sua tia. – o doutor encarou Lucero.

− Claro. Já volto, amor. – Lucero beijou o rosto de Nina, apertou a mão de Manuel e acompanhou o doutor.

Lucero saiu do quarto, onde o doutor já a aguardava na porta e a fechou assim que ela passou.

− Pois não, doutor. Algum problema?

− Senhora, eu fiz um encaminhamento para a Nina ir à psicóloga o quanto antes. – o doutor entregou um papel a Lucero.

− Sei, mas é que não temos certeza de que ela usou drogas mesmo. – Lucero falou, lendo o papel, mas logo subiu o olhar para o doutor. – Me desculpe, eu não estou duvidando do seu diagnóstico, porém nós realmente não notamos nada de estranho nela.

− Eu entendo, mas mesmo assim é bom que ela faça esse acompanhamento até pelo trauma que passou quando se sentiu mal.

− Então pode deixar que vou cuidar disso amanhã mesmo. Obrigada. – Lucero falou e se lembrou de outra coisa. – Ehhr... Doutor, já que estamos aqui, eu gostaria de tirar uma dúvida.

− Claro, pode me perguntar o que quiser.

− Caso a Nina tenha mesmo usado drogas, tem algum exame que comprove se essa foi a primeira vez?

− Infelizmente não, Lucero, a droga só é identificada no sangue apenas com pouco tempo de ingerida. Nessa questão, a gente pode saber observando o comportamento dela porque apesar de não deixar resquícios no sangue, as sequelas que deixam na cabeça são irreversíveis.

De Repente MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora