NO DIA SEGUINTE
Lucero se acordou cedo e após preparar um café da manhã rápido, deixou Larissa e Lucas aos cuidados de Eduardo e partiu para o hospital. Chegando lá, ela apenas pegou o adesivo de visitante e entrou no quarto em que Nina estava desde a noite anterior, já que saiu da terapia intensiva horas depois e ficou em observação, encontrando a moça já arrumada e sentada na cama enquanto Manuel andava de um lado para o outro, organizando as coisas para voltar para casa.
− Bom dia. Como passaram a noite? – Lucero já entrou falando.
− Bem, o sofá não era lá essas coisas, mas deu para dormir. – Manuel riu, se aproximando de Lucero e lhe dando um selinho. – E vocês? – ele acariciou a barriga dela.
− Nossa, as crianças demoraram para dormir, mas ficamos bem. E você, meu amor, não deu mais enjoo? – Lucero se aproximou de Nina.
− Não, o remédio que o médico me receitou é muito bom, dormi como uma pedra. Ehhr... Tia. – Nina chamou sem graça e Lucero a encarou. – Você não está mais brava comigo?
Lucero suspirou. Ela não deveria ter saído daquele jeito do quarto de Nina, mas ainda tinha muitas coisas que ela não sabia lidar.
− Eu não diria que fiquei brava, meu amor, mas sim nervosa e acabei não conseguindo dar conta dessa situação como precisava, só que eu quero que você saiba que eu estou com você para o que der e vier. – Lucero acariciou o queixo de Nina e a abraçou de lado.
Nina apertou Lucero, emocionada. Ela foi uma boba em achar que perderia o amor da tia, a mulher a amava incondicionalmente, independente do que ela fizesse e naquele momento ela se sentiu forte para suportar qualquer coisa só por tê-la ao seu lado. Manuel sorriu, observando as duas. Ele sabia que a noiva precisava somente de um tempo para colocar os pensamentos em ordem, ela era a melhor mãe que ele conhecia e por nada no mundo abandonaria suas crianças. Eles foram interrompidos pela entrada do médico.
− Bom dia. Como está a minha paciente? – o doutor falou simpático.
− Bom dia, doutor, eu estou bem melhor. – Nina sorriu.
− Que bom, então eu já posso te dar alta. Só preciso conversar um pouco com a sua tia. – o doutor encarou Lucero.
− Claro. Já volto, amor. – Lucero beijou o rosto de Nina, apertou a mão de Manuel e acompanhou o doutor.
Lucero saiu do quarto, onde o doutor já a aguardava na porta e a fechou assim que ela passou.
− Pois não, doutor. Algum problema?
− Senhora, eu fiz um encaminhamento para a Nina ir à psicóloga o quanto antes. – o doutor entregou um papel a Lucero.
− Sei, mas é que não temos certeza de que ela usou drogas mesmo. – Lucero falou, lendo o papel, mas logo subiu o olhar para o doutor. – Me desculpe, eu não estou duvidando do seu diagnóstico, porém nós realmente não notamos nada de estranho nela.
− Eu entendo, mas mesmo assim é bom que ela faça esse acompanhamento até pelo trauma que passou quando se sentiu mal.
− Então pode deixar que vou cuidar disso amanhã mesmo. Obrigada. – Lucero falou e se lembrou de outra coisa. – Ehhr... Doutor, já que estamos aqui, eu gostaria de tirar uma dúvida.
− Claro, pode me perguntar o que quiser.
− Caso a Nina tenha mesmo usado drogas, tem algum exame que comprove se essa foi a primeira vez?
− Infelizmente não, Lucero, a droga só é identificada no sangue apenas com pouco tempo de ingerida. Nessa questão, a gente pode saber observando o comportamento dela porque apesar de não deixar resquícios no sangue, as sequelas que deixam na cabeça são irreversíveis.
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De Repente Mãe
Roman d'amourLucero era uma mulher independente, que vivia para o trabalho e nem pensava em se casar apesar da relação colorida que tinha com o seu vizinho do apartamento da frente, Manuel Mijares. Um dia, sua irmã Beatriz sofre um grave acidente de carro que ti...