Capítulo 15

140 9 1
                                    


DIAS DEPOIS

Larissa estava totalmente recuperada para o alívio de todos. A rotina tinha voltado ao normal, Lucero se desdobrava para cuidar dos sobrinhos e do trabalho, contando sempre com a ajuda de Manuel que fazia de tudo por eles. Seu relacionamento também estava às mil maravilhas, ela nunca pensou que fosse estar tão feliz em um compromisso sério, além de se entenderem e se amarem como ninguém, Manuel ainda tinha assumido a criação dos sobrinhos com ela. O que tinha de diferente, mas ninguém sabia, era a vida de Nina. Ela tinha conhecido um rapaz na escola e se apaixonado, mas havia uma garota em sua sala que também estava apaixonada pelo mesmo menino e prometeu fazer de tudo para afastá-la dele e da escola. Em um dia normal de trabalho, Lucero acompanhava e produzia as gravações do primeiro disco da nova aposta da produtora quando seu celular tocou.

− Está indo bem, Ian, continue. – Lucero falou no microfone para que Ian, o cantor, ouvisse de dentro do estúdio e apertou um botão para gravar no automático.

Lucero virou de costas e olhou o celular, ficando imediatamente preocupada ao ver a escola das crianças ligando outra vez. Com certeza tinha acontecido alguma coisa.

INÍCIO DA LIGAÇÃO

− Alô?

− Senhora, desculpe incomodar novamente, mas é que dessa vez a sua sobrinha Nina se envolveu em uma briga com uma colega na sala de aula.

Lucero suspirou. Nina não costumava se meter em brigas, algum bom motivo ela tinha, apesar disso não justificar esse comportamento.

− Mas o que foi que aconteceu?

− Nós não sabemos muito bem, mas foi por conta de um garoto.

− Eu não estou sabendo de garoto nenhum, mas pode ficar tranquila que assim que chegarmos em casa, vou ter uma conversa séria com ela. – Lucero passou a mão no cabelo.

− É que tivemos outro problema. – a diretora falou hesitante.

− O que foi? Pode me falar tudo. – Lucero voltou a se preocupar.

− Sua sobrinha foi acusada de usar drogas.

Lucero se apoiou na mesa para não cair. Nina sempre foi muito ajuizada, não era possível que estivesse metida com drogas e ela não estivesse percebido.

− Perdão, mas isso só pode ser um engano.

− É isso que nós iremos verificar, mas queremos a sua presença.

− Claro, com toda certeza. Estou indo, até já.

FIM DA LIGAÇÃO

Na hora em que Lucero ia avisar para Ian que não poderia continuar trabalhando, Jefferson, o dono da produtora, entrou para ver como estavam indo os trabalhos.

− Jefferson, que bom que você apareceu. Eu vou precisar sair. – Lucero respirou aliviada.

Jefferson encarou Lucero estranhamente. Ela era sua melhor funcionária, mas tinha que confessar que ultimamente estava deixando muito a desejar.

− Lucero, estamos no meio da produção mais importante do momento. – Jefferson enfatizou.

− Eu sei, sinto muito por isso, mas aconteceu outro imprevisto, dessa vez com a minha sobrinha mais velha.

− É a segunda vez em menos de um mês, nós temos que nos organizar direitinho, não dá para continuar assim. – Jefferson coçou o ouvido.

− Ah, claro, pode deixar que eu aviso às crianças para só precisarem de mim quando eu não estiver no trabalho. – Lucero ironizou, cruzando os braços.

Jefferson ia responder quando Christian entrou no estúdio com o mesmo intuito dele, de ver como estava indo o processo de gravação e produção do disco. Assim que ele olhou para Lucero, logo percebeu o clima estranho que se formou entre ela e o chefe.

− O que está acontecendo aqui?

− Eu vou precisar sair, a escola da Nina me ligou. Pode terminar de auxiliar o Ian para mim? – Lucero suspirou sem encarar Jefferson.

− Posso, claro, mas você precisa de ajuda para alguma coisa?

− Não, obrigada. – Lucero forçou um sorriso e ia saindo.

− Lucero. – Jefferson falou sério e Lucero parou sem se virar para ele. – Não precisa voltar amanhã.

Christian arregalou os olhos. Lucero trabalhava há tanto tempo naquele lugar e se destacava tanto por lá que ele achava ser impossível ela ir embora e muito menos ser demitida. A mulher sentiu seus olhos marejarem, ela amava aquele trabalho, era um sonho de infância realizado, mas tinha outras prioridades.

− Ótimo. Depois eu mando buscar minhas coisas. – Lucero tirou seu crachá do pescoço, largou na mesa e saiu sem olhar para trás.

− Mas isso não é justo... – Lucero ouvia Christian reclamar enquanto se distanciava.

Lucero não tinha tempo para escutar Christian a defendendo e nem mesmo para pensar que havia perdido o seu meio de sustentar as quatro crianças, no momento tudo que importava era Nina que parecia ter se metido em graves problemas.

                                                                       ~ * ~

Deu ruim outra vez :s

De Repente MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora