Capítulo 11

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Depois que viu a cena de Lucero praticamente se entregando ao homem da balada, Manuel voltou diretamente para casa antes que cometesse alguma loucura. Mesmo sabendo que encontraria a loira pelo prédio ou até mesmo através das crianças, já que se gostavam muito e ele jamais seria capaz de fazer com que elas perdessem outra pessoa do seu convívio, ele preferiu deixar sua cabeça esfriar antes de tomar qualquer atitude, se era que ainda havia alguma a tomar após se declarar para Lucero e ela correr para os braços de outro. De tanto pensar, ele acabou adormecendo e em meio aos seus devaneios, ele imaginou estar tendo um sonho lúcido em que sua vizinha gostosa estava armando um belo de um barraco na sua porta em plena madrugada até perceber que não tinha sonho algum, Lucero estava mesmo fazendo um escândalo ao chamar por ele na porta de casa. O homem se levantou em um pulo e correu como estava para abrir, de camisa curta azul e cueca box branca.

− Lucero?

Leia escutando: 

Lucero nem sequer pensou no que diria a Manuel quando o visse e depois que seus olhos se encontraram com os dele, nem mesmo as reclamações dos seus vizinhos por terem se acordado com o barulho faziam sentido, para ela, só existiam os dois e aquele enorme desejo de serem um do outro por toda a vida. A loira simplesmente se lançou nos braços do homem e o beijou apaixonadamente. No início, Manuel não teve reação, estava surpreso por Lucero estar o beijando depois de rejeitá-lo e ficar com outro na cara dele, mas logo começou a retribuir o beijo, agarrando a cintura da mulher. Não adiantava querer impor limites a sua relação com Lucero se bastava um beijo dela para ele se entregar do jeito que ela quisesse.

− Me desculpa, por favor, eu não devia ter dito e nem feito nada para te magoar. Eu vim dizer que sim, eu quero ser sua namorada porque também sou completamente apaixonada por você. – Lucero falou desesperada, ainda agarrada ao pescoço de Manuel.

Manuel arregalou os olhos. Lucero era mesmo maluca e confusa, mas se a conhecia bem, ela deveria estar totalmente bêbada, pois não era do seu feitio assumir sentimentos, muito menos por ele na frente das pessoas e daquele jeito, ele não queria, mas também não iria largá-la bêbada no corredor do prédio.

− Vamos entrar, já chega de plateia. – Manuel puxou Lucero para dentro de casa pela cintura e fechou a porta na cara dos curiosos que ficaram para ver o desfecho da situação dos seus vizinhos malucos.

Manuel soltou Lucero e começou a andar pela sala, passando a mão nos lábios enquanto a mulher o observava. Ele parecia nervoso por tê-la colocado para dentro, provavelmente estava acompanhado.

− Tem alguém com você aqui? – Lucero perguntou baixo e hesitante.

− Não, por que teria? – Manuel parou de andar e encarou Lucero, confuso.

Lucero respirou aliviada. Manuel não conseguiu ficar com outra pessoa, exatamente como ela, apesar de tudo que estava acontecendo, ou melhor, deixando de acontecer entre eles.

− É que você estava acompanhado na festa e depois eu não te encontrei mais, eu pensei que... – Lucero parou de falar e abaixou a cabeça.

− Bom, em todo caso, você também estava muito bem acompanhada. – Manuel ironizou.

− Eu sei, nós dois erramos, mas eu errei muito mais porque poderia ter evitado toda essa situação. – Lucero levantou a cabeça, mas não encarou Manuel. – Você ouviu o que eu disse lá fora? Eu amo você e quero ser a sua namorada. – ela se aproximou dele e quis segurar seu rosto, mas ele se afastou outra vez.

De Repente MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora