Capítulo 33

101 4 1
                                    


DIAS DEPOIS

Lucero estava preocupada por não ter mais conseguido saber de Nina. Ela achou que depois de ter falado na frente de Kelly que ligaria para a menina, a mulher a deixaria conversar com ela nem que fosse algumas vezes, mas nem respostas para as mensagens de todos da casa, ela dava. Por isso em uma manhã, Lucero decidiu ir atrás dela novamente, mas foi parada pelo porteiro.

− Com licença, senhora. Minha patroa disse que a sua entrada está proibida, eu sinto muito. – o porteiro falou sem graça.

Lucero suspirou. Como ela não pensou que aquela seria a primeira providência que Kelly tomaria quando a flagrasse sozinha com Nina?

− Mas ela está em casa?

− Não, no momento ela foi ao mercado.

− E levou a mocinha que está morando com ela?

− Eu a vi saindo sozinha, senhora.

− Então você pode me deixar subir rapidinho? Eu prometo que não vou demorar, antes dela voltar, eu já terei ido embora. – Lucero uniu as mãos.

O porteiro observou Lucero. Ele não entendia o motivo, mas desde o primeiro momento em que colocou os olhos na mulher, sentiu que ela era do bem, ao contrário de Kelly que era metida e só se dirigia a ele para dar ordens e nem um mísero agradecimento. Na verdade, ele não sabia como a justiça foi capaz de dar uma menina para uma patroa como a dele sendo que tinha Lucero que se importava tanto com ela.

− Olha, a senhora é mãe da menina?

− É, digamos que sim. – Lucero sorriu de leve. – Na verdade, ela tem mais três irmãos e todos eles são meus sobrinhos. Os pais deles, a minha irmã e o meu cunhado, faleceram em um acidente de carro e eles passaram a morar comigo. Mas a Kelly decidiu que queria a guarda da Nina e eu ainda não sei bem o que aconteceu, houve um mal entendido e ela conseguiu, agora ela me impede de ter qualquer contato com a menina.

Como o porteiro imaginava, Lucero tinha um motivo bem especial para frequentar àquele prédio e depois de saber de toda a história, valia a pena arriscar seu emprego para ajudá-la.

− Eu vou deixar a senhora subir, mas tem que ser rápido.

− Ai, muito obrigada. Eu prometo que se algo acontecer, eu assumo toda a responsabilidade.

− Só em poder ajudar a senhora e a sua menina já vale o risco. – o porteiro sorriu. – Pode subir.

Lucero agradeceu outra vez e apesar de querer subir pela escada, teve que esperar o elevador, afinal sua barriga grande a atrasaria. Chegando em frente ao apartamento, a mulher tocou a campainha duas vezes.

− Nina? Meu amor, sou eu de novo. Você está aí?

Nina se acordou com o barulho e foi até a sala, ainda atordoada, mas despertou totalmente ao ver que Lucero era quem chamava.

− Tia, você sabe que a Kelly não quer que você venha.

− Fique tranquila, meu amor, ela não está, nós temos a ajuda do porteiro. Pode abrir para mim?

Só então Nina olhou ao redor e percebeu que estava mesmo sozinha, afinal se Kelly estivesse ali, já estaria armando um escândalo ao ouvir Lucero chamando.

− Claro. – Nina foi até a estante onde costumava ficar a chave e ergueu a mão, mas não encontrou nada. – Tia, ela levou a chave. – ela falou assustada.

− Como assim? Procura direito. – Lucero franziu o cenho.

− Eu juro, não está aqui e não tem chave reserva. – Nina falou nervosa, procurando em todos os lugares possíveis.

De Repente MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora