Quando Lucero e Nina chegaram em casa, encontraram Manuel terminando de organizar a mesa para o almoço enquanto Eduardo brincava com Lucas e Larissa. Era muito raro o homem não dar ao menos uma passadinha na casa da namorada todos os dias para além de matar a saudade dela, estar presente na vida das crianças, pois se construísse mesmo o futuro que queria com ela, era importante que elas o vissem como um pai.
− Amor, o que faz aqui tão cedo? – Lucero franziu o cenho e deu um selinho em Manuel, estranhando por ele estar em casa na hora que costumava trabalhar.
− Eu adiantei o serviço hoje, mas e vocês? Também chegaram mais cedo. – Manuel olhou para o relógio na parede da sala.
Manuel trabalhava em uma empresa de automóveis, era o gerente e como Lucero, se destacava por lá, apesar de não ser fissurado em trabalho como ela era.
− Tive que buscar a Nina mais cedo hoje. – Lucero suspirou, tirando a jaqueta e se lembrando de que por aquele motivo foi despedida da empresa em que trabalhou a vida toda.
De cara, Manuel percebeu que tinha algo errado, mas Larissa e Lucas correram para cumprimentar Lucero e logo eles se uniram à mesa para almoçarem em perfeita harmonia como sempre. Após a refeição, a mulher achou o momento apropriado para falar com Nina.
− Pronto, meus amores, agora quero que vocês tomem um banho e vão cuidar na lição de casa que depois eu vou checar todas, entenderam? – Lucero falou e todas as crianças assentiram e se levantaram, inclusive Nina, mas a loira a parou. – Nina, eu queria que você ficasse mais um pouquinho, temos uma conversa pendente, se lembra?
Nina assentiu, suspirando e voltando a se sentar. Tinha chegado a hora e provavelmente Manuel participaria da conversa, o que não mudava em nada, pois ela sabia que qualquer decisão que Lucero tomasse, ele acataria.
− Vocês querem que eu saia? – Manuel ergueu a sobrancelha.
− Não, como você está sempre por aqui, eu acho importante que saiba de tudo que acontece. – Lucero suspirou. – Então, eu fui buscar a Nina mais cedo na escola porque ela se envolveu em uma briga.
− Em uma briga? Mas por qual motivo? – Manuel franziu o cenho para Nina.
− Porque uma garota da minha sala cismou que eu estou me oferecendo para o Leandro, outro colega da escola.
− E você pode me explicar direitinho o porquê ela acha isso? – Lucero cruzou os braços.
Nina respirou fundo. Provavelmente Lucero já sabia o que ela sentia, só queria ouvir da sua boca mesmo.
− Porque a gente se aproximou muito nos últimos tempos e ela viu um beijo nosso. – Nina abaixou a cabeça.
− Vocês estão namorando? – Lucero perguntou, mexendo nas unhas.
Manuel arregalou os olhos. Podia ser exagero, mas ele começou a sentir como se uma filha estivesse prestes a sair de casa para se casar com alguém.
− É, estamos. – Nina falou ainda de cabeça abaixada depois de alguns segundos.
Lucero endireitou a posição. Por mais que soubesse que isso aconteceria em algum momento, que tentasse agir com normalidade e que como Nina achava, ela já imaginava que era isso que estava acontecendo com o tal Leandro, ela estava meio sem reação, afinal nunca precisou lidar com nada daquilo. Beatriz deveria ter deixado um manual de instruções sobre como agir em cada fase dos filhos.
− E por que você não me contou? – Lucero abaixou a cabeça para tentar encarar Nina.
− Porque é muito recente, tia, na verdade a gente começou ontem. – Nina levantou a cabeça, mas desviou o olhar de Lucero e Manuel.
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De Repente Mãe
RomanceLucero era uma mulher independente, que vivia para o trabalho e nem pensava em se casar apesar da relação colorida que tinha com o seu vizinho do apartamento da frente, Manuel Mijares. Um dia, sua irmã Beatriz sofre um grave acidente de carro que ti...