Capítulo 4

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MESES DEPOIS

A vida de Lucero continuava como antes, trabalho durante a semana e festas aos finais de semana, além dos encontros frequentes com Manuel. Em um domingo, ela tinha passado mais uma noite com o ficante depois de se embebedar em uma balada qualquer quando um barulho irritante de celular tocando soou e demorou alguns segundos para perceber que era o dela.

− Hum, desliga. – Lucero falou sonolenta sem abrir os olhos para Manuel que dormia ao lado dela.

Manuel se mexeu e pegou o celular de Lucero, despertando completamente ao ver que Beatriz ligava. Pelo que sabia, as irmãs não eram muito próximas e para ela estar ligando em um domingo cedo, alguma coisa teria acontecido.

− Lu, acho melhor você atender, é a sua irmã. – Manuel acariciou o ombro de Lucero.

Lucero também estranhou e atendeu, voltando a se deitar com o celular no ouvido. Seria bom Beatriz ter motivos plausíveis para acordá-la cedo em pleno fim de semana.

INÍCIO DA LIGAÇÃO

− Fala, Bia. – Lucero fechou os olhos.

− Senhora Lucero?

Lucero se sentou em um pulo ao não reconhecer a voz que falava com ela pelo celular de Beatriz.

− Sou eu. Quem está falando? – Lucero segurou a mão de Manuel que a olhava, confuso.

− Aqui é da polícia. Seu número está como contato de emergência da senhora Beatriz Hogaza Lários, a senhora a conhece?

O coração de Lucero acelerou. Beatriz jamais se meteria com a polícia, alguma coisa séria tinha acontecido.

− Eu sou irmã dela. O que aconteceu? – Lucero perguntou com a voz trêmula.

− Eu estou ligando da Rodovia Federal Mexicana 15. Infelizmente a sua irmã sofreu um grave acidente com o senhor Gustavo Lários. A senhora também o conhece?

− Sim, é o marido dela. Como eles estão? – Lucero perguntou com a voz embargada.

− Essas informações, nós só poderemos dar pessoalmente. Se a senhora puder anotar o endereço do hospital...

− Claro, só um minuto. – Lucero fez sinal para Manuel e ele pegou um bloquinho de notas e uma caneta de uma gaveta, a entregando rapidamente. – Pode falar. – ela começou a anotar. – Obrigada. Eu estarei lá em quinze minutos, até logo.

FIM DA LIGAÇÃO

Lucero se enrolou no lençol e se levantou rapidamente. Ela não queria nem pensar em como Beatriz e Gustavo estariam naquele momento, precisaria agir.

− Lucero, espera. – Manuel correu até Lucero e segurou seu braço. – O que aconteceu?

− Minha irmã sofreu um acidente, eu preciso ir ao hospital. – Lucero falou atordoada.

− Calma, eu tenho certeza de que vai ficar tudo bem com ela. – Manuel beijou a cabeça de Lucero. – Eu posso te ajudar em alguma coisa? – ele perguntou sem graça.

Manuel sempre quis ajudar Lucero em tudo, mas muitas vezes ficava sem jeito de oferecer por ela ser tão independente. Ela, por sua vez, precisava dele mais do que nunca, pois realmente se sentia sozinha no mundo sem saber nem se Beatriz, sua única família, estava viva.

− Eu quero que você pegue uma roupa limpa para mim lá em casa para ser mais rápido. A chave está... – Lucero parou de falar e tentou se lembrar. – Droga, eu não me lembro onde deixei. – ela apertou os olhos.

De Repente MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora