Capítulo 14

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Gente. Amo vocês! Cara, vocês tão afiadissimas! Meu Deus do céu! Um obrigada especial para todas, tão de parabéns!! Obrigada também pelo carinho e pelo apoio!
Meta batida, cá estou eu! Próxima meta se mantém em 8 votos e 12 comentários. Alcançando esse valor eu libero novo capítulo, caso não, próxima segunda tem atualização fixa! <3

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E você me pegou tipo, oh
O que você quer de mim?
E eu tentei comprar o seu lindo coração,
Mas o preço é muito alto ”
Love on the brain — Rihanna
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“Passava das quatro da manhã quando escutei o som da porta se abrir.

Notoriamente trôpego, o agente tinha suas roupas baguncadas deixando claro o motivo de sua ausência desde o horário de jantar. Tropeçando em quase tudo pelo quarto, como se já não fosse fácil acordar sua colega de quarto com a luz do corredor que ele trouxe para dentro do quarto ao abrir a porta.

— Deveria ter dormido de uma vez pela cama por onde esteve, C. — sou direta sem me dar ao trabalho de me levantar da posição que estava.

Viver com o agente C era horrível algumas vezes. Especialmente desde que ele descobriu que exaustão cessava os pesadelos e com isso passou a gastar toda sua energia dormindo com mulheres aleatórias, bebendo e brigando com outros agentes. Se autidestruindo a longo prazo, afogando a si mesmo através do luto pela morte de seus irmãos.

— Querida, não seja puritana. Anos atrás você fazia o mesmo... — começa a dizer com sua voz arrastada pelo sono e excesso de álcool.

— A diferença é que ainda era jovem e imatura. No seu caso você é apenas um homem idiota que quer usar o sexo para resolver o problema de lidar com suas perdas. — acusando ele, o escuto respirar fundo para não responder, enquanto me ponho de pé, pegando meu guarda chuva.

Como se aquilo adiantasse. C. iria responder de todo jeito e ser o velho rabugento que ele era, penso ao segurar meu guarda chuva. Era questão de tempo até que ele fosse um idiota e eu pudesse bater nele para descontar minha frustração daquela situação que vivíamos.

Odiava sentir ciúme de algo que sequer era meu. Já si seria e nem tampouco tinha pretensão nenhuma em ter.

— Deveria tomar conta da sua própria vida, não acha querida? Eu... — começando a falar se cala ao acertá-lo com o guarda chuva.

— Eu me recuso a assistir calada você acabar com sua vida por vícios inúteis! Mas sinceramente, espero que você se foda daqui por diante. Cansei disso. Estou fora, C.! — com isso pego meu vestido e roupas para usar durante o dia, saindo do quarto séria.

Estava prestes a entrar no banheiro comunitário quando C me impediu de abrir a porta notoriamente perdido.

— Fora? Como assim? — exige saber me fazendo socá-lo sem pena.

Eu o odiava com todas minhas forças. Era sua superiora, o ensinei tudo que o agente em questão sabia, logo precisava sair e deixá-lo solo dali por diante. Estava muito envolvida emocionalmente e aquilo era algo que poderia me destruir a longo prazo. Especialmente quando o homem em questão estava muito ocupado em se destruir para se dar conta que eu o amava mais do que seria saudável.

— Acabou a parceria. Você vai treinar um garoto novo e eu vou entrar no recesso. Estou a menos de um ano da aposentadoria, C... — contando a ele o vejo tentar me segurar alheio ao seu nariz que sangrava.

— Não! Você não pode ir embora sem mais nem menos! — falou nervoso, recebendo um empurrão meu.

Aproveitar meu ódio, alimentado pelo meu ciúme descomunal para dar aquele passo que vinha protelando a uns dias. Jamais iríamos sair daquele limbo e como a única adulta com capacidade de ser psicologicamente estável para tomar uma decisão, ia resguardar meus sentimentos e a nós dois a longo prazo.

— Eu posso e vou! Acabamos aqui! Não me encosta! Você está fedendo a perfume vagabundo e álcool! — saio do abraço dele que não se deu conta de todos acordando com nossa briga.

Saindo desconfiados, os agentes tentavam entender o que acontecia, alheios a privacidade que eu gostava de ter.

Até porque nossa discussão lembrava muito a de um casal, não de parceiros, o que éramos apenas. No começo era o bastante, ter perto, mas não o suficiente para que fosse algo muito sentimental, ainda sim, lá estava eu fazendo uma cena no corredor de madrugada por uma crise de ciúme que eu criei em minha cabeça por alguém que não queria nada além do que já tínhamos.

— Por favor, não! Não faz isso! Você sabe que eu não posso! — me pegando de surpresa ele se abraça na minha cintura uma cena que levou todos, eu inclusive ao puro choque.

Um homem daquele tamanho sendo reduzido a uma criança birrenta era muito mais que eu poderia lidar.

— Você precisa me deixar ir. Não quero..

— Fica. Por favor, querida! Não sou educado, gentil, não posso dá-la tudo que merece, mas preciso de você. Fica, por favor… — me impedindo de sair, segura com força minha cintura.

Queria chorar, porque sabia que aquilo era o mais sentimental que ele poderia ser, mas se sempre cedesse nunca ia conseguir mais.

Eu precisava de uma vida, família, filhos, um bom marido e tudo que me foi tirado no fim do mundo, merecia aquilo e com esse propósito sempre trabalhei para ter na Comissão.

Agora era hora de buscar aquilo e não poderia deixar que alguém incapaz de me dar um qualquer uma dessas coisas me prendesse naquela situação.

— Eu não posso! Sinto muito. Nos veremos todos os dias, está bem? Almoçaremos juntos e continuamos dividindo o quarto, que tal? — sugiro afastando ele de mim com cuidado.

Se o abracasse doeria mais. Não podia agir com meu primeiro e último amor não correspondido daquela maneira. C. precisava se curar, ficar bem consigo mesmo antes que fosse capaz de corresponder a qualquer um que fosse.

Não seria justo comigo me obrigar a tentar forçá-lo a melhorar quando nunca foi a intenção dele. Ele apenas queria morrer com sua família e pronto.

Vendo que ele parecia sem reação entrei no banheiro e só então me coloquei a chorar por toda aquela merda. Nunca daríamos certo. Seria necessário recomeçar do zero e eu sabia que aquele homem não buscava um recomeço. Ele só queria poder morrer junto de sua família e não seria eu a fazê-lo mudar de ideia. ”

Como ficaram vendo series até mais tarde, dormimos abraçados no sofá de forma que parecíamos um casal. Ainda mais porque acordei chorando de uma lembrança ruim, devido ao fato dele cheirar a bebida e aquilo me incomodava profundamente.

— Cara. As notícias ruins... — começo a falar o mexendo.

Muito pacífico, Cinco estava em um sono profundo, agarrado a mim como se eu fosse algum bicho de pelúcia. Tinha por uns segundos esquecido totalmente da merda que a Alisson fez.

E que brevemente ia devolver o nocaute que aquela vagabunda me deu, com toda certeza.

— Dois minutos.... Por favor. — resmungando sonolento se esfrega no meu peito, o que causa uma sensação boa.

Merda, estava ficando sentimental e precisava parar logo com aquilo. Não ia dar certo. Nunca deu tampouco daria.

— Corazon, acorda. As notícias ruins, são importantes lembra? — insisto limpando meu rosto.

Sentando a contragosto, Cinco parece de mau humor por uns segundos, antes de assumir sua postura seria e logo dizer:

— Ok, pode falar. Estou todo a ouvidos.

Me deixando mais tranquila para avisá-lo sobre Alisson, não sobre minha vingança, mas não é como se fizesse alguma diferença.

Ia quebrar o pescoço dela como se fazia a uma galinha assim que tivesse a oportunidade.

Bad Liar - FIVEXREADEROnde histórias criam vida. Descubra agora