Capítulo 27

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Notas:
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Desculpa a demora, gente! Fui assinar minha dispensa do trabalho a acabei chegando exausta em casa... Mas 18 comentários e 16 votos eu atualizo imediatamente para recuperar o tempo perdido! O que acham? Chama seus amigos, parentes e conhecidos para marcar presença aqui. Marque sua presença e já já tem capítulo novo!

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“Nunca tive sucesso como um sábio
Nunca daria certo como um pobre roubando
Cansado de viver como um cego
Cansado de ver sem conseguir sentir
E é assim que você me lembra

É assim que você me lembra
Do que eu realmente sou”
How You Remind Me — Nickelback
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Um bom banho tomado depois, ainda no lugar onde a Gestora do hotel dormia, Cinco saiu na frente para se juntar aos seus irmãos no jantar.

— Cara, tu entrou no grupo hoje? — Klaus pergunta ao irmão dele que nega com a cabeça se sentando com eles.

Se sentindo observado, Cinco apenas olhou na direção da entrada do restaurante do hotel e deu de cara consigo mesmo mais velho o olhando com cara de poucos amigos.

Não havia necessidade de uma conversa entre eles, mas lá estava aquele imbecil. E a julgar pela forma como seu olhar de desprezo era notório, assim como Cinco conseguia ver coisas sobre ele, aquela sua versão podia fazer o mesmo.

Logo estava ciente que ele estava dormindo com a Gestora.

Colocando seus talheres sobre a mesa, o homem mais jovem de aparência deixou sua refeição de lado e saltou para fora da mesa sem dar explicações a ninguém.

Parando onde seu outro eu estava, o vendo saltar para o lobby do hotel.

— Isso é algum tipo de brincadeira, velhote? — Cinco zomba do homem que apenas põe seu chapéu e mostra sua maleta na mão esquerda.

— O fundador deseja vê-lo, garoto. — anunciando com tranquilidade, leva o mesmo a rir baixo.

O imbecil que virou aquele circo queria comversar com ele? Por qual motivo seria?

— Tá aí uma coisa que não escuto todos os dias... — começou a falar antes de saltar pra perto do Senhor C.

Ele que por sua vez sorriu para detrás do Número Cinco, que sem olhar nenhuma vez soube ser a Gestora do hotel. Aquela mulher em todas as linhas que teve o prazer de conhecer e ter, foi sem dúvidas a melhor coisa a que ele pôde ter acesso.

— Cinco! Não vá com ele! — ela dizendo nervosa, provavelmente não terminou o que dizia, uma vez que os dois homens partiram juntos.

Nas outras linhas do tempo que não a teve sua vida era movida a obsessões. Felicidade, paz e coisas simples era apenas um conceito abstrato e vazio, uma vez que não conseguia enxergar em si nada que valesse a pena alguém querer ou um motivo para ter tais coisas.

Ainda sim, lá estava ele na Comissão, agora por motivos que não sabia, mas honestamente não queria saber, pensou ao caminhar por aqueles corredores sem graça novamente.

— Ao invés de ficar a usando para depósito de esperma, escute o meu conselho e a deixe em paz, pirralho... — o velho dizendo irritado o leva a revirar os olhos.

Haviam muitas as versões que desperdiçavam a dádiva de tê-la assim como o Senhor C havia o feito, a permitindo que fosse embora sem ao menos tentar mantê-la para si, mas ele não seria um daqueles idiotas. Viu o que suas versões tinham quando se permitiam querer mantê-la e construir uma vida e queria pra ele também.

Não bastava mais ser aposentado, queria viver o melhor da vida ao lado de alguém que sabia ser a pessoa certa pra ele.

— Pra quê? Você continue a amando a distância e dormindo com mulheres iguais a ela pra fingir que a teve por uma noite? Não estou a usando como depósito de nada. Eu gosto dela e assumo isso. O único imbecil que a deixou partir foi você! — jogou tudo que sabia na cara do senhor que o olhou com raiva.

A situação platônica era de ambas as partes. Se a Gestora transformou o que sentia em respeito, apoio e atenção por ele, aquele idiota fez daquilo uma coisa péssima, sendo obsecado por ela e tudo que estivesse relacionado aquela mulher. Senhor C não era feliz, mas também não aceitava que ela fosse. Dessa forma sempre fez questão de mantê-la na ponta dos pés, temendo a todo momento deixá-lo infeliz, além de por vezes incentivando o que a Gestora do hotel sentia, apenas para que se sentisse mais importante.

Tê-la nunca o foi alguma coisa boa e saudável, sempre foi um apoio e um tipo de diversão para tirá-lo do tédio. Número Cinco bem sabia disso porque tinha na sua cabeça os mesmos pensamentos que se passavam na do Senhor C. e o odiava muito por todo aquele tempo que a fez tamanha crueldade.

— O que você acha? Que podem viver felizes pra sempre? Cresça garoto! — o velho o contando faz com que ele ria.

Voltou no tempo várias vezes para ter sua família, o que seria impedimento para que ele não pudesse fazer o mesmo se tratando daquela mulher?

Jamais a veria como menos do que era, de toda forma. Uma mulher forte, independente e perfeitamente capaz de ajudá-lo a ser um homem menos cruel e mais feliz.

— Sendo honesto? Eu acredito que possa. Só de ter tido coragem de me mover, algo que você não teve em anos, a mereço e lutarei por isso...

Se virando para ele no meio do caminho, o velho tentou o acertar um soco, mas  Cinco apenas desviou, ignorando os agentes que estavam no corredor com eles.

— Ela é minha! — gritando como uma criança, faz Número Cinco rir e negar com a cabeça.

Saltando para o velho, chutou sua bengala e a usou para acertá-lo no rosto. Sem pensar duas vezes antes de quebrar o objeto e avisar:

— Não pode apenas ter como seu alguém que nunca teve a coragem de fazer nada, velhote. Ela não pertence a ninguém, exceto a si mesma e enquanto me achar digno de estar ao seu lado, lá estarei...

Com isso caminha até o final do corredor, onde uma porta sem nome o aguardava e sabia se tratar da porta do fundador. Porque não era nenhum idiota e aquilo o parecia óbvio.

Os sinais sempre estiveram lá. Poderiam apenas tê-lo removido de uma só vez das linhas do tempo, impedindo que houvessem falhas como as que ele causava ao saltar entre elas, mas nunca o fizeram.

Toda Comissão estava ciente dele, de como seus poderes funcionavam e que seu dever ao localizá-lo em alguma linha do tempo era recrutar suas várias gerações e versões, as tirando de variáveis para diminuir a chance de possíveis catástrofes. Mas por que não apenas matar sua consciência principal e resolver aquele problema de uma só vez?

— Como vai, Número Cinco? — sua versão principal o saúda fazendo o mesmo sorrir e se sentar na cadeira a frente do velho de terno.

Ali estava. A razão pela qual a Comissão existia e nunca havia sido capaz de acabar com ele na sua fonte principal: ele mesmo numa linha do tempo onde pode criar aquela organização e começar toda aquela tentativa de contenção de danos o máximo que conseguisse.

— Bem melhor que você, certamente! Espero que todos os anos que viveu tenham válido a pena, pois eles cobraram bastante, velhote. — Cinco informando a si mesmo se vê sorrir suavemente.

Na sua volta tinha fotos de todos seus familiares, amigos, dele, da mulher com quem estava atualmente e os dois com crianças que foram crescendo ao longo das fotos.

— Sabe pra que o trouxe aqui, certo? — diz em tom baixo fazendo Número Cinco concordar silencioso.

Bem, haviam versões suas que valiam a pena parar para escutar e aquela em especial o trazia notícias interessantes.

Bad Liar - FIVEXREADEROnde histórias criam vida. Descubra agora