The Macchiato's Lady

Chapter Ninety Four

The Macchiato's Lady.

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POV MIRANDA

VERONA

Apesar dos analgésicos terem feito um bom trabalho, desperto sentindo dor no tornozelo. Olho para o meu pulso e percebo que dormi muito pouco pois chegamos do hospital pela madrugada e ainda são nove da manhã. Me sento na cama e me recosto nos travesseiros. A dor só piora. Flexiono a perna para dar um certo conforto, mas não funciona!

— Emily!

Instantes depois vejo a minha assistente saindo do seu quarto.

— Bom dia, Mira...

— Preciso dos meus medicamentos!

— Ok.

Ela vai rapidamente até a cômoda e pega meus medicamentos e uma Pellegrino. Me entrega e eu os tomo rapidamente. Que dor cansativa.

— Providencie diversos presentes para as minhas filhas. Use o cartão que deixei com você para as minhas despesas durante a viagem. Não interessa os valores. Traga presentes que agradem garotas de quatorze anos. E quero um presente especial para minha namorada. Quero também algo para a minha irmã e presentes para a namorada dela. Inclua artigos de bebês também.

— Que tipo de coisa elas gostam? E sobre os artigos de bebês, algo tipo roupas ou...

— Isso é tudo!

Me recosto melhor na cama ignorando-a. Ela some para o próprio quarto e se tranca lá. Decido ligar para todos em Milão. Mais uma vez as ligações caem na caixa postal. Lembro dos shows que estava programados para esta manhã então ligo para Nigel.

— Miranda?

— Como foi com Versace? — Eu o pergunto.

— Resolveu surpreender. E foi muito abaixo das expectativas que já estava num nível ridículo. Tons cromados em retoques mini futuristas. Uma aposta de voo alto sem possível aterrissagem segura. Muito ousado de um jeito absurdamente negativo e diferenciado do que nos apresentou no ensaio, Miranda.

Suspiro irritada ao perceber o quanto Donatella é imatura.

— Donatella está enlouquecida te procurando. Percebeu que meteu os pés pelas mãos quando quis inovar e acha que seu sumiço foi por causa disso.

— Que bom que não estive no show. E quanto a Gucci?

— A mesma essência do ensaio. Porém aceitou as sugestões nos layouts nos seguimentos sem gêneros. Nota B em desenvolvimento, Miranda. Ainda muito apegado aos estereótipos.

— E quanto à Fendi?

— Bom gosto e a sofisticação nos dourados. Não deixou nada a desejar. Enviarei por e-mail um esboço e...

Ouço Nigel falar com alguém.

— Nigel? 

— Miranda? Onde você está? Precisamos conversar. Por favor!

Desligo o telefone ao ouvir que a voz afobada de Massimo do outro lado da linha. A raiva por ele volta com força total ao lembrar da sua palhaçada ao trazer aquele pateta conosco na viagem.

Suspiro e olho para o meu celular. Mais uma vez tento equilibrar as minhas emoções quando vejo a foto da minha noiva tremulando na tela. Atendo imediatamente.

—  Alô?

— Miranda? Meu amor...Que saudades! Eu estava morrendo de preocupação.

Sorrio ao ouvir a voz da mulher da minha vida. Lembro que na noite passada eu acabei adormecendo sem conseguir notícias dela e da minha família.