The Macchiato's Lady

Chapter Thirty Four

The Macchiato's Lady

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CASSIDY ROUSSEAU

Desde que tudo aconteceu com a mamãe...Desde muito tempo eu não sabia o que era um carinho de alguém que não viesse da minha irmã. Todos os instrutores no internato eram indiferentes, frios ou grosseiros. Nem mesmo do papai,  minha irmã e eu, recebemos carinho nos últimos meses. E de repente, quando despertei do meu sonho, Miranda estava me abraçando.

Eu destruí o carro dela! Como ela estava me abraçando?

Esses dias têm sido uma doideira. Não tem como

entender o que está acontecendo. A viúva do meu pai está nos suportando. Eu sei que a Carol e eu não somos fáceis de aguentar. Então porque ela continua nos tratando assim? Como se estivesse realmente à vontade com a gente dentro da casa dela?

Carol tem razão. A gente precisa entender o que está acontecendo.

— Mas, Carol...

— Nada de "mas". Você tem que pedir desculpas pra ela, Cassy! Você ouviu a médica. Ela disse que machucou feio. E se ela ficar com raiva? E se devolver a gente?

A médica tinha ido embora e sabíamos que a Miranda estava machucada por minha causa. Fiquei envergonhada quando acordei no colo dela. Mesmo com o susto, o abraço dela era tão acolhedor.

— Vai, Cassy!

Minha irmã insiste sussurrando enquanto estamos no corredor. Tô tão envergonhada com o que eu fiz e o que causei a ela. Eu não tenho controle quando tô sonâmbula, mas ainda estou com vergonha .

— Tá!

Respiro fundo e vou me aproximando da porta da Miranda. Meu coração está disparado de tão nervosa que eu estou. E se ela me expulsar do quarto dela? Me aproximo e vejo ela na cama. Ela passou o dia na cama. Acho que está doendo muito as costas. Ela percebe a minha presença sem me olhar. Pela minha visão periférica percebo Carol fazendo gestos pra mim. Me aproximo, entrego o bilhete e saio apressada junto com a Carol e entramos no nosso quarto.

— Pronto. Pedi desculpas.

— Não. Você entregou um bilhete.

Minha irmã contesta e acabamos rindo da nossa bobagem.

— Vem.

Caroline pega uma pringles e nos sentamos no chão perto uma da outra.

— Por que estamos com medo dela?— Pergunto.

— Não sei. Ela parece assustadora...Mas de um jeito bom. — Carol diz rindo.

— A Kyra tem medo dela.

— Acho que todo mundo tem.

Rimos outra vez enquanto dividimos as nossas batatas e conversamos muito.

— Vou pegar refrigerante.— Afirmo.

— Vamos.

Saímos pelo corredor e passamos pela porta do quarto dela. Vejo que está aberta. Miranda está  dormindo. Faço um sinal e Caroline concorda. Entramos devagar para observar ela mais de perto. Parece que ela está sossegada. Olho pra mesinha dela. Vejo o óculos de leitura, o celular e o livro que ela sempre está anotando alguma coisa, está em cima das pernas dela. Vejo Carol apontar para o livro e unir as mãos como se estivesse pedindo um favor. Somos gêmeas. Claro que entendo o que ela quer dizer. Concordo e sorrimos cumplices. Me aproximo mais da cama e com muito cuidado vou tirando o livro. Miranda se mexe e eu arregalo os olhos por medo dela nos pegar aqui e dou um passo para trás, mas ela não se mexe mais. Então eu pego o livro. Entrego pra Carol e saímos apressadas de volta pra o nosso quarto.