The Macchiato's Lady

Chapter Fifty Nine

The Macchiato's Lady

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POV MIRANDA

Eu não consigo acreditar que isso aconteceu. Minhas filhas realmente acreditam que eu sabia de tudo. Que eu sabia da existência delas antes daquela maldita audiência.

— Meninas...Abram a porta! Precisamos conversar.

Afirmo e bato à porta mais uma vez, mas elas continuam em silêncio.

— Caroline? Cassidy?

Logo escuto barulho alto de música vindo do quarto. Elas sequer querem ouvir a minha voz. Eu já havia escutado histórias sobre petulância adolescente, mas jamais pensei que viveria.

— Miranda?

Me viro e vejo Kyra surgindo no corredor.

— Precisa de alguma coisa?

Ela pergunta receosa. Provavelmente ouviu algo. Eu julgo que esse "algo" tenha a minha voz ecoando pela casa chamando pelas minhas filhas aqui no meio do corredor.

— Não, Kyra...Eu...

Escuto a porta abrindo e vejo Cassidy saindo do quarto. Um alivio predomina.

— Cassidy, eu...

Ela sai apressada pelo corredor e eu a acompanho.

— Querida, preciso que vocês me escutem. Eu não sabia de vocês. Eu era amiga da Ashe. Mas eu só descobri hoje. Eu não sabia dela há anos. Ou de vocês. Ou que eram filhas dela com o Albert.

Eu afirmo e ela sai quase correndo pelo corredor seguindo para a escada.

— Cassidy!

Quando vou chegando na metade da escada a vejo voltar correndo com as mochilas. Dela e da irmã.

— Cassidy, por favor. Me escute.

Ela passa por mim me ignorando completamente como se eu não existisse ou como se não estivesse me ouvindo, e sobe as escadas correndo. Escuto o som do baque da porta vindo do primeiro andar, sendo fechada com força mais uma vez.

— Miranda?

Mais uma vez vejo Kyra se aproximar de mim.

— Pode se retirar!

Afirmo sem olhar para ela.

— Você não jantou. Não quer...

— Pode se retirar, Kyra!

Eu falo olhando-a e ela compreende o que acabei de dizer. Desce as escadas e some pelo corredor. O cansaço me abate e eu me sento no degrau da escada como se estivesse sem forças.  Me pergunto como não previ que isso poderia acontecer, mas fico um bom tempo sentada na escada pensando em como posso resolver. Me levanto e vou até a sala. Vejo que a assistente já deixou o livro. Eu me comprometi com Irv que ficaria em casa por duas semanas, mas que avaliaria o livro durante esses dias. Me sento em meu sofá com o livro. Olho para o relógio em meu pulso e uma parte minha quer acreditar que Caroline virá às 9 como todos os dias nas ultimas semanas. É o nosso momento analisando os problemas ou acertos no livro.

Vejo no relógio dar nove da noite. Dez...Dez e meia e ela não vem. Claro que não vem. É provável que as duas estejam me odiando nesse momento. Mas não posso negar que uma pequena parte minha acreditou que ela viria. Eu não posso culpá-las. Em seus papeis, nessa configuração, eu também não acreditaria nas palavras da mãe...Madrasta.