A profissional.

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Após aquele acontecimento as coisas mudaram um pouco. Já havia se passado duas semanas do episódio com Mike. As idas ao parque ou qualquer outro lugar haviam acabado. Agora era de casa para o colégio, do colégio para casa.
Se sentavam na frente da casa de Teresa ou Henry, cantavam e tocavam violão. Tyler trouxe o piano de sua mãe para casa de Henry. E agora tocava para elas ouvirem. Ele não era nenhum Beethoven, mas conseguia soltar melodias realmente maravilhosas de se ouvir.
Tyler tentava esconder o medo, insegurança e tristeza o máximo que conseguia delas. Mas não conseguia, não o tanto quanto gostaria acreditava. Pois elas sempre o pegavam chorando ou notava o quanto a melodia do piano era melancólica. As noites eram cheias de amor entre eles para evitar ou parar o choro e tristeza de Tyler. Ela o entendia. Ele era um pássaro engaiolado com medo do predador a espreita.
As duas mais do que nunca, não desgrudavam dele. O que para ela não era nem de longe ruim. Mesmo depressivo, Tyler continuava piadista e brincalhão. Fazia de tudo para animar elas. O problemas vinha quando ele ficava sozinho. Parecia que toda sua força e ânimo se esvaíram. Na escola algo a deixou preocupada. Tyler foi chamado para diretoria. Quando voltou estava muito estranho. Não reagia bem a toques. Parecia disperso e tenso. Na hora do intervalo An pediu para esperar os outros saírem na frente antes de começar.

- Anda Tyler. O que aconteceu na diretoria?

- Nada sério. Rela...

- Pra te deixar tenso assim foi. Prometeu que seria sincero comigo. - Relembrou Teresa.

- É algo pessoal. Não precisa incomodar vocês...

- Sem chan... - An foi interrompida. Em seguida ouviu Tyler.

- Relaxa. Apenas fiquem comigo e façam o que fazem sempre. Já vai ajudar bastante.

Permaneceram em silêncio até ter pego as bandejas e sentado em alguma mesa.

- Se sabe que eu vou perguntar pro Henry né? - Mandou An.

- Sei. E sei que ele vai dizer que não sabe. E sei mais ainda que não vai estar mentindo. Assim como vocês ele notou. Mas diferente dele, você tá me apertando.

A calmaria com que dizia as frases era estranha. Apesar de ser um bronca, não tinha o peso de uma.

- Desculpa... eu...

- Está preocupada. E eu entendo. Mas fica tranquila. Vai ficar tudo bem.

- Concordo. Vamos trabalhar para isso acontecer desta vez não é mesmo?

Era a voz de uma mulher mais velha que vinha próxima de Tyler.

- Achei que as consultas seriam a partir da semana que vem...

A voz de Tyler já deixava claro o incomodo com a presença daquela pessoa.

- Quem é? - Perguntou Teresa.

- Andrômeda Rockford. Fui e serei a psicóloga do Tyler. O diretor me pediu para dar uma olhada já que a situação não está muito boa.

- Não foi você que atendeu ele no primeiro incidente? - Indagou An.

- Exatamente. Como já tinha conhecimento do caso, eu fui indicada para lidar com Tyler.

- Não acho uma boa ideia. Podiam ter escolhido outro profissional. Um mais qualificado para cuidar dele.

Teresa não encarou a mulher, tanto por não saber exatamente onde estava quanto por não precisar. Deixou bem claro o desgosto na voz. Andrômeda pareceu confusa.

- Não entendi. Conhece meu trabalho para dizer que não sou qualificada para tal?

- Somente o último, que coincidentemente é o mesmo de agora. E se antes não ajudou, não acredito que consiga algo produtivo desta vez. Por isso digo e repito, deviam ter chamado outro profissional.

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