Almoço em família.

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Teresa não havia conseguido dormir muito bem. Teve pesadelos em que ouvia Tyler dizendo que ela dava trabalho de mais, que não valia a pena sofrer tanto por uma garota como ela. Pesadelos em que Amanda dizia que se ela realmente gostasse de Tyler deveria se afastar, pois ia acabar machucando ele. Se levantou devagar e se sentou na cama esfregando o rosto suavemente. Se sentia como se houvesse corrido uma enorme maratona carregando sua bolsa cheia de livros. Saiu da cama indo até o banheiro fazendo a higiene básica. Foi até o quarto e tentou ajeitar os cabelos com as mãos. Como não estava conseguindo, optou por colocar um arquinho ou prender o cabelo, porém não achava nem um ou outro. Desceu de pijamas para pedir ajuda a mãe. Enquanto descia as escadas pode escutar sua irmã na sala. Aparentemente brincava com alguém que se fingia de monstro para ela. Ouvia sons na cozinha também.

- Mamãe, viu meu arquinho? Não consegui achar ele...

Pode distinguir as vozes de sua mãe e pai na cozinha. Isso a fez se virar quando a irmã gargalhou. Quem estava brincando com Megan? Sentiu a mão de sua mãe em seu ombro.

- Finalmente se levantou querida. Já passou das nove da manhã. Nós já estamos preparando o almoço.

- Nós? - Perguntou ela confusa.

Após a pergunta sentiu um beijo suave em seu lábios e paralisou. Sentiu um beijo em sua testa antes de ouvir a voz de Tyler.

- Bom dia bela adormecida. Achei que deveria subir e te acordar com um beijo. Mas seu pai me olhou tão feio que desisti da ideia.

Teresa corou e entrou em um desespero mudo. Não sabia dizer como estava, mas tinha certeza que não queria que Tyler a tivesse visto daquela maneira. Estava com o cabelo bagunçado e pijama. Estava ridícula. Abriu a boca como se fosse falar algo, mas não saia qualquer som. Sentia um beijo em seu rosto seguido por carícias com os dedos.

- Você é linda... E sei que vai ficar ainda mais... Vou deixar sua mãe cuidar de ti enquanto eu cuido desta coisinha fofa aqui ok?

Ouviu ele beijar e sua irmãzinha rir alto. Ainda não conseguia dizer nada, mas estava menos assustada devido ao comentário do amigo. Sentiu a mãe segurar sua mão e a levar até o quarto. Lá ela finalmente recuperou a voz.

- Por que não me disse que o Tyler estava em casa?

- Ele chegou as oito e meia. Não quis te acordar. Até por que realmente seu pai olhou para Tyler como se pudesse ser fuzilado ao se aproximar da escada.

Apesar de achar graça, não conseguiu rir.

- Ele me viu assim mamãe... Eu tô horrível...

- Se curou da cegueira enquanto dormia Teresa? Para de dizer coisas que não sabe. Tirando seu cabelo bagunçado você está ótima. Senti até inveja. Seu pai não me olha daquela forma quando eu acordo tem bastante tempo.

Teresa levantou a mão direita esfregando o braço esquerdo enquanto desviava o rosto da direção de sua mãe.

- Como ele me olhou?

Ouviu a mãe rir baixinho e acariciar seu rosto a fazendo a encarar.

- Quase pude ver seus olhos brilharem Teresa... Ele te olhava como se fosse a coisa mais preciosa para ele... Ele abriu um enorme sorriso quando te viu... Não fez piadinhas nem nada... Apenas se aproximou e beijou, como se nada importasse. Nem mesmo minha presença o intimidou. Ele realmente gosta de você filha.

- Acha mesmo? Acredita que ele possa de gostar de alguém como... Como eu?

Ela tornou a baixar o rosto. Gostou da descrição que a mãe deu, mas tinha medo de ser algo passageiro.

Minhas Eternas Lembranças sem Imagens.Onde histórias criam vida. Descubra agora