Teste.

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Math quase as pegou no ato. Mesmo que tivessem ouvido o carro chegando, An se recusava a parar. Quando o amigo chamou na porta e desceram para cozinha, desejou que An tivesse deixado sua calcinha fora de vista. Lá em baixo o amigo preparou tudo que ela havia pedido. Ficou impressionada com a habilidade e velocidade de Math no fogão. Ouvia diferentes barulhos, mas todos eram baixos e poucos. Rapidamente pode ouvir An comendo.

- Caramba. Sinto que se eu tentar pegar um morango posso me dar mal... - Comentou ele.

- Se tentar vou saber o gosto da sua mão. - Respondeu An de boca cheia.

- Ela é sempre gulosa ou acha que tem haver com... você sabe...

- Um pouco dos dois eu diria. As vezes tenho de disputar o Tyler com ela.

Ouviu o amigo suspirar.

- Acha que é o momento errado para dizer que vou querer disputar a atenção dele também?

- Pelado acho que não ligo. - Respondeu An.

- An... já disse que ele é meu...

- Nosso.

- Não. Já disse que vocês dois são meus. Como você disse no baile, Ele não é seu, não é nosso, muito menos dele mesmo. É meu. Você só compartilha pois é minha também.

- Se posso ficar com ele tudo bem. - Retrucou ela ainda comendo.

- Não quer um gay cozinheiro para você não? Tô me doando para você se quiser. - Brincou Math.

- Não sei o que me impressiona mais. Você ser descarado no nível da An, ser tão inteligente quanto eu e Tyler, ou você estar xonado no meu namorado sabendo que ele não corresponde... - Disse Teresa o mais suave que conseguia.

Ouviu o amigo suspirar. Em seguida uma cadeira foi arrastada para próximo e deduziu que o amigo se sentou.

- Eu... eu não sou assumido. A maioria das pessoas com quem falo, seja homem ou mulher, hetero ou homo, nenhuma me enxerga ou aceita como um gay. Nunca revelei a ninguém de forma aberta. Devido a isso, e ao meu segredo pessoal, fiquei pouquíssimas vezes com alguém...

- Por que? Você poderia ter quem você quise-se. - Disse An.

- Por medo. Medo de descobrirem. Nem meus pais sabem. Tenho medo de como irão reagir. Já tenho algo a esconder por medo de ser rejeitado. Para melhorar ainda tem o fato de eu ser gay. Por que tive que nascer com tantas falhas? - Reclamou ele.

Teresa entendia o que ele dizia. Podia não entender tudo. Mas tinha uma ótima noção. Foi até o amigo e tateou a mesa até achar sua mão.

- Saiba que tem amigas que estão do seu lado. Você não é uma falha. Olha para quem você é mesmo com tantos empecilhos? Mas... isso ainda não explica o fato de ser gamado no meu namorado.

Ouviu o amigo rir baixinho.

- Eu gosto de analisar as pessoas próximas a mim. É assim que decido se posso ou não me abrir. Eu fiquei com poucos caras por essa razão. Como eles eram tímidos eles não saiam contando. Então eu me sentia seguro com isso. Mas nenhum realmente me passava confiança o suficiente para tentar algo mais sério. Pareciam não valer a pena. A maioria eram otários ou sem personalidade marcante. Ou seja, nenhum tinha um brilho ou carisma o bastante para me cativar. Até que vi o Tyler...

Teresa sentiu um leve dejavu.

- Ele subiu de peruca e dançou de forma espetacular no palco. Eu nunca havia visto um garoto dançar daquela forma. Era irreverente e decidido. Não ligava para o que os outros estavam dizendo ou fazendo. Apenas foi lá e fez o que queria. Essa coragem me ganhou. Mas nunca me aproximei.  Ainda mais quando você entrou Teresa...

Minhas Eternas Lembranças sem Imagens.Onde histórias criam vida. Descubra agora