Epílogo

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Imperador foi pegar uma água pra gente e eu me sentei na cadeira ao lado do Zn

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Imperador foi pegar uma água pra gente e eu me sentei na cadeira ao lado do Zn.

-Aconteceu alguma coisa? -Eu peço pelo fato dele estar me ignorando a dias.

-Nada.-Ele diz sem me olhar.

-Zn...

-Tu não entendi Anna.

-Não entendo o que?

-Imperador, ele é um pouco ciumento quando se trata de ti.

-Como assim?

-Depois que eu te levei no colo pro quarto, ele me chamou pra conversar..

-E o que vocês falaram?

-Ele disse que se eu encostar de novo em ti, a próxima vez que tu vai me ver vai ser no meu velório.

Arregalo os olhos e me viro pro Imperador que está vindo na nossa direção.

-Tu disse o que? -Eu grito me levantando e o Imperador me olha sem entender. -Tu ameaçou o ZN de morte Pedro?

Imperador olha na hora pro Zn com ódio e eu nego com a cabeça.

-Eu passei mal e ele me ajudou, me ajudou porque você levou um tiro. Eu tive que matar um cara, quase perdi a porra do amor da minha vida e você ameaçou o cara que me ajudou?

Imperador está sério me olhando e eu cruzo os braços.

-Eu te pedi, te pedi pra não falar nada porra. -Eu digo apontando o dedo pra ele. Ele se aproxima de mim e me encara.

-Zn, some da porra da minha frente porra. -Ele grita ainda me olhando e vejo o homem pegar suas coisas e sair andando em direção ao hotel. -Que merda ele te falou?

-Que merda VOCÊ falou pra ele?

-Só deixei claro que não é pra ele encostar no que é meu.

-Eu não sou um objeto

-Mas é minha.

-Imperador...eu te pedi pra não fazer nada contra o menino.

-Todo mundo viu ele contigo no colo, naquele morro sou eu quem mando, mas eu não sou Deus. Vou começar a ficar com fama de corno por aí e vou perder a porra do respeito. Tu tem a mania de não ver a maldade nos outros, mas não esquece que eu ainda sou a porra do dono de lá. -Ele suspira e segura ao meu queixo fazendo eu encarar os seus olhos. -Mas antes de ser o dono do morro eu sou seu. E fiquei com ciúmes.

Ele me dá um selinho e logo que ele se afasta eu dou um tapa no braço dele, ele me entrega a água e sorri pra mim.

-Sem vergonha. -Digo e viro as costas indo rebolando em direção ao mar.

Chegamos de volta no hotel, eu tomo um banho e coloco uma roupa. O celular do Imperador começa a tocar, enquanto ele discutia com o Cobra pelo celular eu fui comer e acabei me encontrando novamente com o ZN.

Me sento ao lado dele com um pratão de comida e tento dar o meu melhor sorriso.

-Sinto muito Zn, não vai se repetir.

-Não devia ter falado nada Anna, Imperador vai acabar me matando.

-Ele não vai, não se preocupa.

-Quem diria...uma menina deixou o Imperador na coleira.

Reviro os olhos e dou uma garfada na minha comida, estou acostumada com a comida brasileira, bem temperada e com o jeitinho brasileiro. Comer isso parece que estou no hospital.

-Comida é mó estranha. -Diz o ZN.

-É da cultura deles, vamos voltar pro Brasil logo logo, aí a gente vai meter um arroz, feijão, bife e os caralho a quatro.

Zn concorda com a cabeça e o Imperador se senta na mesa com a gente olhando pra comida com uma cara estranha. Ele está cheiroso, sinto o cheiro dele daqui, ele deve ter tomado um banho e descido.

-Não aguento mais comer isso aqui, eu preciso de um dogão.

-Eu também Imperador, eu também. -Digo dando risada, a comida não é ruim. Só é diferente...

-Tenho uma surpresa pra ti. -Diz o Imperador já terminando a comida dele e eu sorrio.

-Oque é?

-Vem comigo. -Ele me puxa pelo braço e me leva em direção as portas do fundo do hotel. Começo a escutar uma música e começo a dar risada.

'Tá escrito nas estrelas
Vai reclamar com Deus
Imagina nóis de Audi
Ou de Citroen
Indo aqui, indo ali
Só pam
De vai e vem
No Capão, no Apurá, vô colar
Na pedreira do São Bento
Na fundão, no pião
Sexta-feira
De teto solar
O luar representa..."

-Estamos ouvindo Racionais Mc's nas Maldivas? -Peço antes dele abrir a porta e ele concorda com a cabeça.

-Cultura meu amor, cultura.

A porta se abre e a grama está mais verde do que o normal, tem um tipo de regador bem no meio que molha toda a grama que está ali.

Um um jardim bem no fundo e as rosas vermelhas são tão belas quanto o sol que está batendo na gente.

Ele me puxa pela mão até o lado do regador, a música continua e nosso corpo se molha pela água, o sol faz tudo ficar mais belo. Não tem ninguém aqui atrás tirando a gente e o Imperador abraça a minha cintura fazendo eu passar meus braços por seus ombros.

-Aqui é lindo Imperador.

-Não tanto quanto a vista que eu tô tendo agora.

Eu sei, é brega, porém sinto as minhas bochechas esquentarem. Ele se aproxima e me beija colando nossos lábios.

Sua mão aperta com força a minha cintura e a outra vai para os meios do meu cabelo.

Me afasto e sorrio pra ele que me olha nos fundos dos olhos e morde o próprio lábio.

-Porra, eu te amo pra caralho. -Ele volta a me beijar.

Apesar de não entender muito bem de amor antes de ter conhecido o Imperador, naquele momento eu tive certeza de duas coisas, uma, não importa onde a gente estivesse eu sempre serei dele e a outra é que eu amo esse homem pra cacete.

*Obrigada pelos 100k de visualizações aqui, gente eu tô muito feliz por isso. Essa fanfic é a minha primeira e eu amo ela demais, fico feliz que vocês também ❤️*

No alto da favela: ImperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora