Capítulo 32

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Jade cooper 🌷

  Júnior está dormindo ainda com a boca agarrada no meu peito, e eu penso sobre o que acabou de acontecer, o que será que fez ele desencadear o ataque de pânico? Sei que ele tem muita escuridão dentro dele, mas não posso pensar em nada que possa ter colaborado no momento para isso acontecer.

- Você tá parecendo uma psicopata me olhando assim - ele diz ainda de olhos fechado e com dificuldade já que ele não soltou meu peito.

- Achei que estava dormindo - digo e ele abre os olhos.

- Estava, mas acordei com você perfurando minha pele de tanto que me olha - ele solta meu peito mas permanece deitado.

- Desculpa - digo sem graça - é... você está bem?

- Estou - ele diz e olha para os dedos - aonde aprendeu a parar um ataque de pânico?

- As vezes a minha mãe começava a ter ataques de pânico, no começo eu não soube bem como ajudar, mas eu fui pesquisando sobre e fui sabendo lidar - digo dando de ombros - vai me contar o que aconteceu? - ele suspira.

- Hoje é dia doze de setembro, completa quatro anos desde a morte da minha mãe - ele diz tão baixo que mal posso escutar.

- Sinto muito - digo com um aperto no coração por ver ele tão vulnerável.

- Eu também, minha mãe era a melhor coisa que eu tinha e meu pai se afastou depois dela ir embora- ele diz e escuto seu telefone tocar, vejo escrito pai na tela e ele desliga o mesmo sem atender.

- Não vai atender ele? - pergunto.

- Não - ele responde simples.

- Ele deve estar mal também- digo.

- Ele sempre está - ele diz e da de ombros como se não ligasse - desde que minha mãe morreu ele sempre está mal, se afundou no trabalho mais do que nunca e se enche de cachaça.

- Talvez você devesse atender ele Júnior, assim como você precisou de ajuda ele também pode estar precisando - falo tentando fazer ele mudar de ideia.

  Não sei o que se passou entre ele e o pai para que ele ficasse com essa mágoa, mas hoje é um dia difícil para os dois, eles tem que se apoiar.

- Não vou atender - ele diz rude e de cabeça baixa.

- Ok - assinto.

Ele me olha por alguns segundos até escutarmos batidas na porta, levanto e vou atender.

- Júnior tá aí? - Miguel pergunta entrando no quarto com Tina logo atrás - o que aconteceu com você? Não foi em nenhuma aula - ele pergunta para Júnior que já está sentado na cama e apenas me encara.

- Nada, acordei atrasado - ele diz ainda me olhando.

- Ouvi dizer que abriu um barzinho chamado Aurora aqui perto, estava pensando de nós irmos lá hoje - Miguel diz se jogando na cama.

- Não tô afim não - Júnior diz voltando a de deitar na cama.

- Ah não, você vai sim, todos vamos - Miguel fala abraçando a namorada e Júnior me olha como se perguntasse o que fazer e eu dou de ombros.

- Tudo bem, nós vamos - digo - agora podem sair do quarto que eu quero dormir um pouco.

- Expulsando a gente, que absurdo - Miguel fala enquanto empurro ele para o lado de fora - se arrumem, já já vamos sair.

- Tchau amiga - Tina diz rindo.

- Tchau - digo e fecho a porta - se você não quiser ir posso inventar alguma coisa.

Minha colega de quarto Onde histórias criam vida. Descubra agora