Capítulo 34

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Júnior Miller 🚬

  Estar com Jade é algo tão bom, eu não sei o que sinto por ela, mas sei que é algo incrível, mas a todo momento eu não paro de pensar o quanto eu deveria me afastar dela, só sei que estou tão confuso.

- Você ainda está aqui - ela diz com a voz sonolenta abrindo os olhos.

- Por que não estaria? - pergunto confuso.

- É que você nunca fica - ela diz coçando os olhos.

- Eu sei, e eu ainda não sei se vou ficar das próximas vezes - digo e ela me olha com a testa franzida- desculpa é que... eu não... esquece - digo e me levanto.

- Júnior? - ela me chama mas eu a ignoro indo para o banheiro.

  Já tá na hora de admitir que gosto dela, mas não vou poder ficar para sempre, sei que vou a magoar algum momento, mas sou egoísta o bastante para não a deixar ir.

  Então decidi que vou aproveitá-la ao máximo até que isso aconteça, e quando acontecer, não será mais opção minha me afastar, ela vai fazer isso por si só. Todos fazem.

[...]

- Aí meu deus, meus pais vão me matar - ela diz animada olhando para a tatuagem.

Definitivamente nunca vi ninguém tão animada ao saber que os pais vão matar ela.

- Você é maluca - falo rindo.

- Você é uma péssima influência- ela fala me repreendendo.

- Nunca disse que seria uma boa - falo andando pela calçada e acendo um cigarro - pelo contrário, disse que te ajudaria a fazer coisas que você nunca fez, e isso inclui muitas coisas erradas.

- Você podia me deixar experimentar né? - ela diz apontando para o cigarro.

- Ué, cadê aquela história de "não preciso experimentar para saber que não gosto" - digo imitando a sua voz.

- Eu não falo assim tá? E eu mudei de ideia ué, preciso experimentar para saber se gosto ou não - ela diz estendendo a mão e eu lhe entrego o cigarro.

- Puxa devagar - digo mas ela faz totalmente ao contrário e começa a tossir parando no meio da rua e me entregando o cigarro de volta.

- Droga, isso é definitivamente horrível, sinto gosto de nicotina dentro das minha vias aéreas - ela diz ainda tossindo.

- Isso é possível? - digo divertido.

- Pelo jeito é - ela faz uma careta - nunca mais me ofereça isso.

- Eu não ofereci - digo voltando a fumar - Deveria ter feito uma comigo - falo me referindo a tatuagem.

- E o que faríamos? - ela pergunta rindo.

- Um sol e uma lua? - jogo o cigarro fora.

- Muito clichê - ela diz revirando os olhos.

- Uma chave e um cadeado?

- mais clichê ainda - ela ri.

- Ah então esquece, perdeu de fazer uma tatuagem comigo - digo brincando.

- Como se eu quisesse - ela brinca também e sai andando na frente.

[...]

Jade Cooper 🌷

- Oi Jade - escuto alguém falar comigo assim que entramos no colégio e me viro vendo ser Henry.

- Aff - escuto Júnior falar atrás de mim.

- Oi Henry tudo bem? - pergunto e Henry sorri simpático.

- Tudo sim, estava pensando de nós irmos ao jardim, que tal? - escuto Júnior bufar atrás de mim.

- É que agora ela está ocupada, talvez depois príncipe encantado - Júnior diz me puxando para longe.

- Júnior... tchau Henry, desculpa - falo acenando para Henry enquanto Júnior me puxa.

  Entramos no quarto e Júnior está com a cara emburrada.

- Por que você não gosta dele? - pergunto me sentando na minha cama - ele é tão fofo.

- Fofo é meu pau - ele diz bravo sentando na sua cama também.

- Nossa você tem o que? Três anos? - digo revirando os olhos e deito na minha cama olhando para o teto e vejo ele fazer o mesmo - o que podemos fazer agora?

- Eu tenho uma ideia - olho para ele e o vejo com uma cara de safado.

- Nem vem, to menstruada - falo e ele suspira derrotado - e fora que a gente só faz isso, parecemos dois coelhos.

- Então eu adoro ser coelho - ele diz rindo e eu acabo rindo junto.

- Já sei, podemos fazer um jogo de perguntas - falo animada e ele faz uma careta - ah vai.

- Você começa - ele diz olhando para o teto.

- Qual a sua fruta favorita? - pergunto.

- Não sei - ele diz simples.

- Ah não Júnior, se esforça pelo menos - falo cruzando os braços.

- Tá, tá bom, melancia - ele revira os olhos - e a sua? - ele apoia a cabeça na mão me olhando.

- Manga - falo apoiando minha cabeça nas mãos também olhando para ele- Sua cor favorita?

- Azul - ele me olha safado - e a sua?

-  Vermelho - falo dando de ombros - agora sua vez, você só está falando "e a sua?" - imito a voz dele.

- Tá - ele olha para parede parecendo pensar - por que você produz leite?

Não imaginava que ele iria perguntar isso, nunca me senti bem para conversar sobre isso com ninguém, mas com ele eu sinto que posso.

- Eu não sei bem, começou quando eu tinha quatorze anos, os médicos dizem que é excesso de hormônio , e eu odeio - digo e vejo ele sentar na cama.

- Eu amo - ele diz me olhando - em falar nisso, você podia me deixar mamar - ele faz uma bico.

É um bebê mesmo.

- Só vou deixar por que meus seios estão doloridos de tanto leite - falo e levanto minha blusa e ele vem até mim sorrindo de ponta a ponta.

- Eu te amo garota.

Essa frase fez meu coração acelerar, sei que não é verdadeira, mas eu queria que fosse.

Minha colega de quarto Onde histórias criam vida. Descubra agora