bitch

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BÁRBARA PASSOS
point of view

— Seus filhos da puta, PAREM. – Gritei ali mesmo da sacada e logo saí correndo, com tanto lugar para brigar, eles resolveram brigar logo na frente da minha casa, se meu pai estivesse presente eu estava totalmente ralada.

Abri a porta e logo avistei uma multidão em volta dos dois, mas não eram gangsters, eram vizinhos fofoqueiros e curiosos. Merda, merda, merda.

— É SÉRIO, PAREM. — Gritei novamente, enquanto Victor e Bruno quase se esfolavam, os dois estavam no oxo, mas eles pararam e me olharam.

— Esse viadinho que começou, eu estava aqui de boa na minha. — Victor disse como uma criança, mas sempre com o seu típico sorriso debochado.

– Esse pau no cu queria entrar na sua casa para falar com você, esse cara é perigoso para você, Babi. Vai saber o que ele queria. – Bruno falou ofegante e quase que eu disse "continuem aí brigando por mim, feras, a diva aqui vai voltar para o seu sono de beleza" mas não, ao invés disso, apenas disse:

— Está tudo bem, Bruno. Para mim Victor não é nem um pouco perigoso, mas agradeço por bater nele, quando quiser fazer isso mais vezes. Fique à vontade.

— Esse garoto não consegue encostar nem um dedo em mim, você sabe muito bem — Victor disse como se estivesse ameaçando Nobru, e ele estava.

— Tem certeza, flor? — Bruno debochou. – Então vem, guerreiro. Quero ver se tu é foda mesmo.

— Você sabe muito bem que eu sou, sua bichinha. — Victor disse. — Quer que eu esfole sua cara de novo? É isso? Então tá. – Victor disse e partiu para cima de Nobru, mas antes eu me meti no meio dos dois em uma rapidez assustadora.

— Eu vou falar só mais uma vez... — Respirei fundo tentando me controlar, pois os dois souberam me irritar. – PAREM. — Gritei novamente. — Se não, eu corto o bem mais precioso de vocês com aquelas tesouras normais ainda, para a dor ser bem mais intensa. – Victor e Bruno se olharam rapidamente.

— Você me assusta, Babi e olha que ninguém me assusta. – Bruno disse.

– Cala a boca, você é um cagão em todos os sentidos. — Victor implicou.

— Mas enfim, pra que cortar, gata? Se você pode fazer outras coisas. — Victor disse mordendo os lábios, totalmente malicioso.

Foi aí que Nobru tentou ir para cima dele novamente, mas eu o impedi.

— Ok, gente acabou o show. – Me dirigi aos vizinhos. — Podem voltar para as suas casas, ver suas novelas chatas, tricotar, não interessa, MAS VOLTEM. — Dona Mary, vá lá fazer sua sopinha que a senhora não abre mão, já veio umas 500 vezes aqui em casa oferecer essa água com legumes. — A senhora fez uma cara de ofendida e saiu. – Sr. George, vá lá continuar a fazer o que o senhor estava fazendo.

— Mas eu não estava fazendo nada. — O homem retrucou.

— Então volte a fazer nada, mas na sua casa. — Obrigada. Vão indo todo mundo, que o show dessas "garotas" já acabou, obrigada por comparecerem. — Os vizinhos estavam dando meia volta e voltando para suas casas, enquanto Victor e Bruno discutiam. Me virei para os dois — Pronto, agora vai cada um para um lado e parem com essa porra de infantilidade. — Falei.

— Mas eu quero falar com você. — Victor insistiu sério. Nunca abrindo mão do seu jeito bad boy.

— Mas ela não quer falar com você. — Nobru decidiu por mim

— Cara, você já experimentou transar? Essa sua virgindade está te deixando muito nervoso, relaxa e pega umas minas.

– Nossa, olha quem falando, Victor Augusto, o garoto mais nervoso que eu conheço. Mas ele falou aquilo apenas para implicar.

— Eu não sou virgem, cara. Comi sua mãe, lembra? Porra, agora o bagulho ficou sério. Vi Victor mudar sua expressão suave, para o VERDADEIRO Victor

— O que você disse, seu cuzão? Repete, quero ver. – Augusto disse.

— Comi sua mãe. — Nobru repetiu, e então, Victor partiu para cima dele e os dois se embolaram novamente, que inferno de vida mesmo. Eu já estava quase desistindo, poderia deixar os dois se matarem ali mesmo e, boa ideia, virei as costas abrindo o portão de casa para voltar aos aconchegos da minha linda cama.

Deixei eles lá, eu já estava ficando com muita raiva e daqui a pouco seria nós três na tal pauleira. Havia uma uma mensagem de meu pai dizendo que ele "dormiria no escritório". Dormir no escritório? Mas que merda de vida, falei comigo, jogando o celular em um canto qualquer do sofá.

Ouvi o barulho da porta se abrindo e logo Ana entrou, droga, não podia piorar. Ela estava com uma calça branca super justa, que dava até para ver seus órgãos, uma blusa vermelha justa também e um salto que deixava ela com 3 metros de tipo " sou vadia"

— Oi pirralha, a janta já está pronta? — Ela perguntou e eu ri ironicamente.

—Quem deveria cozinhar para mim era você, até porque você está na casa da MINHA mãe.

– Que Deus a tenha. — Ela debochou. Mas agora eu mando aqui.

— Não sonha, Ana, um dia sua máscara cai. Falei.

— Deus o livre minha máscara facial cair. — Ela disse massageando o rosto. — Imagina só, eu cheias de rugas. Não consigo nem pensar. "Oi burrice" pensei comigo. — Então pirralha, já que você não fez minha janta, pode deixar que eu vou sair para comer fora. – Isso foi um pretexto para ela pular a cerca e meter vários chifres em meu pobre pai. Ah, depois vou para a casa da minha querida vó. – Mentira. – Só volto amanhã.

— Você vai é pro seu ponto que eu sei. – Impliquei.

– Olha o respeito, pirralha. – Ela disse.

— Desculpa, é que eu não consigo ver a diferença entre você e uma prostituta. — Falei, enquanto pegava uma maçã e a mordia.

Ana ficou vermelha, mas ela não disse nada, apenas foi até a porta e saiu. Vá pela sombra. Na verdade, eu queria que ela fosse pelo sol e tivesse um câncer de pele bem forte, mas estava noite. E era nessas horas que eu me sentia a pessoa mais solitária do mundo, fui para o meu quarto, mas o sono eu já havia perdido. Apenas me joguei de qualquer jeito na cama e viajei para outro mundo, e sem querer, vi Victor nesse outro mundo. Droga, não, nunca. Sacudi a cabeça tentando fugir daquilo, eu e Victor vivíamos em mundos completamente diferentes, ele estava fora de cogitação

Tirei os fones, porque ouvir musica não estava dando certo e fiquei ali, no silêncio. Até ouvir um barulhão, tipo um estrondo, levante—me da cama praticamente voando e totalmente assustada. Abri a porta do meu quarto lentamente, indo devagar até o quarto de meu pai, pegando seu revólver de emergência. Fui passo a passo pelo corredor tentando fazer o mínimo de barulho possível, cheguei nas escadas e fui descendo de fininho, degrau por degrau com o coração quase saindo pela boca. Assim que cheguei no último degrau da escada, avistei algo, algo nojento.

Eca.

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