i really hate my life

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BÁRBARA PASSOS
point of view

— Pai? — Me assustei ao vê—lo.

— Onde você estava? — Ele disse com a voz calma, mas mesmo assim dava para ver que ele estava puto da vida, em nenhum momento ele tirou o jornal de seu rosto.

— E—eu... — Droga, não conseguía dizer nada.

— FALA, BÁRBARA. – Ele gritou, atirando o jornal longe e vindo em minha direção. Ana riu.

— Você não vai me dizer onde você estava?— Ele perguntava me olhando com certa fúria, chegava a ser doloroso.

— Eu estava.. – Pensei. · — Na casa de Carol. – Menti legal, ou será que eu deveria dizer que eu estava me envolvendo com um gangster inconsequente e eu estava na casa dele? Não, esquece.

– Ah, na casa de Carol? – Ele disse ainda desconfiado.

– Óbvio que ela está mentindo, amor. – Ana se pronunciou.

— Cala a boca, vadia. Volta para a sua esquina. – Gritei.

— Olha o respeito, Bárbara. – Meu pai me repreendeu. – As vezes eu acho que eu fiz algo errado em relação à sua criação. – Ele disse respirando fundo e aquilo me doeu.

— Mas enfim, ligue para Carol, quero ver se é verdade. — Droga, fodeu a porra toda. Carol não estava falando comigo, não sei se ela iria me acobertar, não sei nem se ela iria me atender.

Peguei meu celular com as mãos super trêmulas, eu estava mais do que fodida, Victor nem precisaria se dar o trabalho de me matar, meu pai já já faria isso. Ele não tirava os olhos de mim em nenhum momento, apenas esperando eu fazer a tal ligação. Liguei, chamou. Mas só chamava mesmo, ela não me atendia.

— Atendeu? — Ele perguntou.

— Você ouviu algum "alô"? — O cortei.

Liguei novamente, e ela não atendia, liguei mais uma vez e nada.

Amém, Senhor.

— Pai, ela deve estar dormindo. Dê um tempo, por favor. – Senti um alívio me percorrer.

— Ligue de novo. – Ana disse, incrível como ela só queria ferrar com a minha vida.

— Não se meta, mas que droga. — Disse irritada com tudo.

— Ok, Bárbara... – Meu pai falou. – Eu vou dormir, estou super cansado, mas amanhã é outro dia. – Aquilo soou como uma ameaça.

Deitei em minha cama perdida em pensamentos bons e ruins, eu estava exausta, então adormeci. Mais um dia que eu não estava nem um pouco a fim de enfrentar. Levantei—me quase caindo de tanto sono, e o pior era que aquela escola era turno integral, eu não merecia tudo isso. Fiz minha higiene, vesti—me, peguei minhas coisas as quais eu lembrei que eu havia deixado em algum lugar da sala no terrível dia anterior. Peguei uma maçã de leve na cozinha, pois eu não havia tempo e nem pique para um café da manhã reforçado. Logo lembrei-me que meu carro não estava na garagem, estava com Victor. Merda, será que meu pai havia visto? Claro que havia, até porque ele sempre saia antes de mim, seria outra coisa da qual ele me cobraria a noite. Eu desejava não voltar.

Mas agora a questão era: como eu iria para a porcaria da escola? Eu só me fodo nessa vida, era impressionante isso, eu poderia ser uma adolescente normal, mas não, parecia que isso não era possível. Depois que eu conheci Victor tudo virou do avesso, tudo mesmo.

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