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BÁRBARA PASSOS
point of view

No dia seguinte, Augusto não compareceu à escola. Imaginei o porquê, ele estava virado em restos, sem ofensa. Ok, com ofensa. Depois da escola até dei uma espiada na rua 6 para ver se ele estava ali e nada, só havia uns outros meninos lanhando umas gatinhas.

No outro dia, estávamos na hora do intervalo, eu, Carol, Lucas, Gustavo e Virginia. Estávamos em um canto qualquer do pátio da escola colocando papo fora. Lucas sempre fazia suas piadinhas, enquanto Virginia, sua irmã gêmea revirava os olhos com as babaquices do irmão, mas eu e Carol sempre caíamos na gargalhada, era impossível não rir.

Em seguida, senti alguém passar rápido por mim e deixar um perfume maravilhoso no ar, eu conhecia aquele perfume, olhei a fim de encontrar a tal pessoa e quando me dei conta, Victor já estava distante.

— Você viu aquilo? – Lucas perguntou incrédulo.

— Aquilo o que? – Perguntei e ficamos esperando a resposta.

—Augusto, aquele cara novo que trabalha aqui na escola, estava com um olho roxo e um machucado no supercílio, acho que alguém andou apanhando. – Me fiz de surpresa.

— Sério, nem percebi. E você, Carol? – Perguntei.

— Eu também não. E você, Virginia? – Carol perguntou.

— Não vi nada. E você, Gustavo?

— COMIDA! – Gustavo gritou ao ver uma pessoa qualquer passar com um pastel do nosso lado, e claro, ele foi atrás.

Rimos. Foganoli era aquele típico cara que só tinha uma prioridade: comer. Ah e os estudos também, porque ele era uma nerdzão.

Enquanto eles conversavam, eu viajei em minha mente, eu precisava fazer algo, algo perigoso. Ir atrás de Victor e perguntar se ele estava bem. Não que eu me preocupasse e tal...

— Gente, já volto. É rapidão. – Falei me afastando do grupo.

— Onde você vai? — Carol perguntou, mas eu já estava distante.

Saí do pátio da escola e quando me dei conta já estava nos corredores da mesma. O procurando, merda. Eu não deveria, ele não era importante para mim. Parei e dei meia volta. Mas já era tarde demais.

— Bárbara? – Ouvi aquela voz rouca me chamar, virei—me novamente. – Me procurando? – Augusto sorriu de canto, um sorriso malicioso e debochado.

– Claro que não. — Menti. — Por que eu te procuraria?

—Por prazer. — Ele disse e piscou.

—Não sonha, Victor. Eu só estava indo ao banheiro.

— Engraçado, porque o banheiro fica para lá. — Ele disse apontando. – E você estava na direção contrária. — Ele disse chegando mais perto e semicerrando os olhos

— Sério? — Me fiz de boba. Mas agora eu vou para a direção certa, se você não tivesse me avisado, eu faria xixi nas calças. Muito obrigada. — Falei enquanto virava para ir em direção ao banheiro, mas então, senti um puxão super forte em meu braço e quando percebi eu estava cara a cara com Victor.

— Ah, Bárbara... — Ele sussurrou passando os lábios na parte lateral de meu pescoço, me arrepiando e fazendo minha parte íntima dar sinal de vida. — Você estuda nesta escola desde que se conhece por gente, óbvio que sabe onde fica o banheiro. Você mente super mal. — Ele riu pelo nariz. — Sem contar que essa direção que você estava indo é da sala onde eu estava. – Eu não sabia onde ele estava, isso era verdade.

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