London
Eu estava em casa vendo tv quando a campainha tocou para meu espanto, pois já estava tarde, e eu não estava esperando ninguém, e todo mundo já estava dormindo, eu era o único que ainda estava acordado. Com um certo receio, eu fui até a sala e olhei pelo olho mágico, e tive uma tremenda surpresa, e abri a porta imediatamente.
- Você? - Perguntei.
- Por favor, deixa eu ficar aqui.
- Claro. Claro. Entra.
O garoto entrou em minha casa, e estava tremendo de frio, e parecia tão assustado, com medo... Eu olhava para ele e não sabia o que pensar... o que dizer...
- O que houve? - Perguntei.
- Hã... - Tremeu um pouco de frio.
- Vem, vamos pro meu quarto, eu vou te emprestar roupa quente e umas cobertas.
Fui para meu quarto, e Mark me seguiu. Ao adentrarmos o local, o garoto se sentou em minha cama e eu abri meu roupeiro, peguei um moletom e um casaco, e alcancei para o garoto, que estava apenas com uma camiseta de manga curta, e também lhe alcancei uma coberta para que ele se enrolasse e pudesse se aquecer do frio.
- Quer me contar o que houve? - Perguntei.
- Acontece que eu tenho um pai louco... doente... psicopata... Eu não quero mais ir pra minha casa. Posso morar aqui?
- Hã...? Ah... Por mim, pode, seria legal, mas não sei o que meus pais iam achar disso. Mas o que aconteceu? Brigaram?
- Pior que isso. - Me olhou por alguns segundos. - Meu pai é um homem bacana, quando ele quer, sabe? Mas ele é tão retrógrado pra certas coisas, tipo, tem coisas que ele não entende, que não aceita, que... Acredita que ele me levou pra uma festa?
- Uma festa? Legal, talvez ele queira...
- Não London, você não está entendendo... O meu pai me levou à essa festa pra eu perder a minha virgindade.
- É o quê? Você é virgem? Tipo, de verdade?
- Não, de mentirinha. - Falou de forma grosseira.
- Desculpa. Mas, por que ele quis fazer isso?
- Porque é louco... Porque ele acha que eu já passei na hora de transar, e... - Olhou para mim. - Por que isso é tão importante assim? Era pra ser um assunto só meu, mas não, meu pai está querendo fazer um enorme evento... Só que... Eu... Eu não sei. Tipo...
- Hey... - Me aproximei dele. - Você não tem que fazer nada o que não quiser.
- Queria que meu pai pensasse assim. Mas ele quer me obrigar a transar com qualquer uma, e a mulher que ele escolheu lá na festa, era bem mais velha que eu, e... Queria que meu pai fosse normal, que não me pressionasse...
- Eu... Não sei o que dizer... Queria poder te ajudar.
- Mas pode. Deixa eu ficar aqui, por favor?
- Hã... Claro. Claro. Por mim, você pode ficar o tempo que quiser.
- Obrigado. Você é incrível.
O garoto me abraçou, me pegando de surpresa. E eu fiquei ali me sentindo mal pelo meu amigo. Eu conhecia o pai dele, e o achava tão legal, ele não parecia ser esse tipo de pessoa, pelo contrário, parecia tão legal, bem que dizem que as aparências enganam.
Preparei um colchão ao lado de minha cama para Mark, e eu me deitei em minha cama, porém, fiquei olhando-o, e por mais que ele não estivesse deitado na minha direção, eu pude ver que ele estava acordado e parecia pensativo, acho que eu também estaria em seu lugar, ah, queria tanto poder ajudá-lo de alguma forma.
(...)
No dia seguinte, ao acordar, notei que a cama de Mark estava vazia, olhei para os lados e não o vi, porém, logo o garoto saiu do meu banheiro.
- Bom dia! - Falei.
- Bom dia! Obrigado por me deixar ficar aqui.
- Ah, tudo bem... Tá melhor?
- Um pouco.
- Vou me lavar e trocar de roupa e daí vamos tomar café pra ir pra escola, ok?
- Aham...
Fiz minha higiene matinal e coloquei meu uniforme, bom, o uniforme não era obrigatório, mas eu gostava de usar porque assim não precisava ficar escolhendo roupa pra ir pro colégio, era mais prático, e também era menos roupa pra mamãe lavar, porque eu tinha apenas dois uniformes e ia intercalando entre eles, era melhor do que eu usar uma roupa diferente cada dia.
Mark e eu fomos até a sala de jantar e avistamos minha família reunida à mesa tomando café da manhã.
- Mark! - Disse minha irmã com um largo sorriso ao ver o garoto.
O mais velho se aproximou da minha irmã, que o abraçou.
- Mark, querido... Não sabia que você tinha dormido aqui. - Falou mamãe.
- Ah sim... E agora vou dormir sempre aqui. - Se sentou à mesa e pegou um pedaço de bolo.
- Como assim? - Papai perguntou.
- Hã... Não... É que... Ele quer passar uns tempos aqui, porque a gente ficou tanto tempo sem se falar e agora queremos recuperar o tempo perdido, sabe?
- Ah... - Papai disse. - Ok.
Tomamos nosso café da manhã e depois fomos para a escola, porém, antes, Mark ligou para sua irmã, contando o ocorrido e lhe pediu que ela levasse sua mochila para a escola, e assim, Violet fez. E durante o caminho para a escola, a garota disse que havia ficado muito preocupada com o irmão, e que seu pai não falou muito bem o que havia acontecido, e que ela e sua mãe, estavam bem preocupadas com o garoto.
Assim que chegamos na escola, eu notei que tinha um rapaz um pouco mais velho que a gente, parado na porta da entrada de nosso colégio, e assim que Fanny o viu, ela disse:
- Bê! - Logo se dirigiu para mim. - Mano, esse é o Bernardo, irmão da Lulu. - Falou ao se referir a uma amiga. Logo se dirigiu para o garoto. - E esse aqui é o London, meu irmãozinho, essa é a Violet, namorada dele e esse é o Mark, nosso amigo.
- Oi gente. - Falou o rapaz. - E oi, pequena. Quando você vai de novo lá brincar com a gente?
- Não sei... - Fanny deu de ombros. - Tenho que ver com meus pais.
Nisso, o sinal da escola tocou e entramos rapidamente. Deixei minha irmã na frente de sua sala, e Violet, Mark e eu fomos para as nossas.
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Amores Secretos (Romance Gay)
RomanceLondon é amigo de infância de Violet e Mark, dois irmãos. Os três sempre foram muito amigos, porém desde pequeno, London sempre se sentiu atraído por Violet, e com o passar dos anos, o rapaz começa a namorar a garota, o que acaba provocando um afast...