Capítulo 15 - A Festa

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London

Não conseguia acreditar que Mark havia ido à minha festa, bom, minha e do Edward, afinal, a ideia foi dele. E eu não sabia como Mark havia ficado sabendo da festa, mas fiquei feliz de vê-lo.

- Oi. - O garoto falou. - Eu... Tudo bem eu ficar na festa? Mas se você não quiser, eu não fico e não tem problema.

- Não, eu quero. - Falei prontamente, ganhando o olhar curioso do garoto. - Digo, eu não me importo, se você quer ficar, é bem vindo.

- Legal!

O garoto ficou parado na entrada, e não tirou os olhos de mim, eu também não conseguia desviar o meu olhar do dele.

- Ah, entra. - Falei.

- Valeu.

O garoto entrou em minha casa, e quase involuntariamente eu esbocei um singelo sorriso, sem que ele percebesse, obviamente.

Em seguida, notei meu irmão se dirigir até a cozinha e fui atrás dele. Edward pegou duas latinhas de cerveja no freezer e quando se virou para voltar pra sala, onde estava acontecendo a festa, ele me viu ali parado apoiado na pia.

- Ah e ai, maninho, curtindo a festa? - Perguntou.

- Aham. Edward... Você convidou o Mark pra nossa festa?

- Ah, convidei sim, ele veio?

- Veio. - Respondi. - Mas por que você fez isso?

- Ah, porque ele é nosso vizinho, e porque vocês eram muito amigos antes, e... Sei lá, achei que pudesse ser legal. Fiz mal?

- Não fez, não. - O garoto fez menção em sair. - Edward. - Ele parou e se virou pra mim. - Obrigado!

Meu irmão me deu uma das latinhas de cerveja que ele estava segurando.

- Dá lá pra ele.

Edward deu um leve sorriso como quem diz ''não foi nada'', sorri também, e então, nós dois voltamos pra festa. Logo notei Mark sentado no sofá, e como não tinha mais ninguém sentado naquele sofá, eu me aproximei vagarosamente e sentei ao lado do garoto, que me olhou, mas não disse nada.

- Legal que você veio. - Falei.

Entreguei a latinha de cerveja para Mark, que pegou imediatamente.

- Eu não sabia se vinha ou não. Fiquei na dúvida.

- Por quê? Não queria vir?

- Eu queria. Mas... É que tanta coisa aconteceu nestes últimos anos. - Falou.

- Eu que diga...

O garoto abriu a latinha de cerveja e começou a beber. Eu peguei mais uma pra mim e também bebi toda minha latinha. Em seguida, notei quando uma garota começou a jogar charme para Mark, ela era colega do meu irmão.

- Acho que ela está dando em cima de você. - Falei ao mostrar a garota para Mark.

- E daí? - Deu de ombros.

- Não vai falar com ela?

- Por que eu iria?

- Ah... Porque ela é linda e te dá te dando mole.

- Grande coisa! - Deu de ombros. - Isso não é o mais importante. E... Bom, ela não faz meu tipo.

- E qual é o teu tipo? - Perguntei.

O garoto me olhou em completo silêncio, depois desviou o olhar, deu um gole em sua cerveja, e então, falou:

- Eu... Eu não sei... Tipo, já fiquei com algumas garotas, mas... É estranho, sabe? Eu não me sinto à vontade com elas, tipo, eu beijo e tal, mas, não é aquela coisa, nunca nenhuma garota conseguiu fazer meu coração acelerar ou eu desejar que o tempo parasse. Entende?

- Acho que eu entendo, sim. Talvez, você só não tenha encontrado a pessoa certa. - Falei.

- É, talvez seja isso. - Deu mais um gole em sua bebida.

A festa estava bem legal, Mark e eu conversamos bastante, como a muito tempo não fazíamos, e foi legal e divertido, me lembrei dos velhos tempos, confesso que eu sentia saudade, queria que fosse sempre assim, queria que fôssemos amigos como antes, queria poder ter novamente a sua amizade.

A festa acabou por volta das 2h, todo mundo havia ido embora, menos Mark. Quando as últimas pessoas foram embora, nós dois nos olhamos em completo silêncio. O garoto deu um gole na 7° latinha de cerveja da noite e desviou o olhar.

- Vou arrumar tudo na cozinha. - Falou meu irmão.

- Eu te ajudo. - Falei.

- Não! - Mark e eu olhamos surpresos para Edward, pois não havíamos entendido a reação dele. - Digo... Não precisa, pode ficar aí, sem problema, se eu precisar de ajuda, eu chamo. - Disse o garoto.

- Tá bom. - Falei ao me sentar no sofá.

Meu irmão se dirigiu para a cozinha, deixando Mark e eu sozinhos, e um silêncio constrangedor no ar. Eu queria falar algo, mas não sabia o quê. Era tão estranho estar com Mark, tipo, eu não sabia bem como agir ao lado dele, era como se a gente mal se conhecesse mesmo se conhecendo há anos, e sem falar, que ao lado dele, as vezes eu até esquecia da Violet, eu nem pensava nela ou coisa do tipo.

- Hã... Você vai dormir aqui? - Perguntei.

- Não sei. Você quer que eu vá embora? - Me olhou enquanto bebia sua cerveja.

- Não!

- Beleza! Então, eu durmo aqui.

- Legal!

Mark e eu fomos para meu quarto e nos sentamos em minha cama. Mais um silêncio interminável se fez presente, até que eu disse:

- Não sei como você consegue beber tanto sem ficar bêbado.

- É que eu sei a medida que posso beber, eu não quis beber até ficar bêbado pra não falar demais.

- Ah, é? E o que você não queria falar? - Perguntei.

Bebeu rapidamente sua latinha, finalizando com ela.

- Ah, coisas, ué. - Ficou um pouco em silêncio. - London... Você tem sorte de ter um irmão como o Edward, ele é muito legal, sabia?

- É, eu sei. Ele é demais. Bom, a Fanny também é.

- Com certeza. Eu adoro aquela baixinha.

- Pois é. Você gosta dos meus pais, gosta da minha irmã, agora até do meu irmão você gosta, parece que na minha família você só não gosta de mim.

- Ah, não é nada disso. Não seja lesado, garoto. É claro que eu gosto de você.

- Gosta? - Perguntei surpreso com a fala do mais velho. - Gosta de verdade?

- Claro que sim. É só que... Você não entenderia.

- Para de dizer isso, caramba. Me explica e eu posso entender.

- Eu... Não posso. Mas... Já sei! Podemos ser amigos. Amigos como antes.

- Sério? - Perguntei quase sem crer.

- Sim, mas... Só quando a Violet não estiver por perto.

- Quê? Como assim?

- Ah, quando você estiver com ela, eu não fico perto, porque não aprovo esse namoro, mas quando você não estiver com ela, podemos sair, combinar algo... O que acha? Topa?

Confesso que a proposta do garoto havia mexido comigo, tipo, eu não estava esperando, e sei lá, meio que não sabia o que fazer. Ai, o que respondo?

Amores Secretos (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora