Capítulo 21 - Uma Nova Amizade

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 Eu estava no colégio, mas especificamente no banheiro. Dei descarga e sai indo até a pia para lavar as mãos, e avistei Bernardo, que também se dirigiu até a pia.

- E ai, cara! - Ele disse.

- Oi! E aí, está gostando do serviço?

- Tô sim. Eu estava precisando de um trampo, e tô gostando bastante, eu amo criança, eu queria que meus pais tivessem mais filhos, mas eles falaram que já fecharam a fábrica. - Falou fazendo eu rir. - Acho que agora só quando eu for pai mesmo.

- Nossa, e você já pensa em ser pai? É tão novo!

- Ah, eu penso, sim, e ainda mais agora trabalhando com essa molecada incrível, parece que aumentou meu lado paterno, sabe?

- Sei sim. Eu sou o irmão do meio, e ajudo bastante a cuidar da Fanny, e eu amo aquela pirralhinha, sou louco por ela, e as vezes também fico me imaginando como pai, mas não quero tão cedo. - Pensei um pouco. - Talvez daqui uns 10 anos.

- Ah sim, você é muito novinho. Tem quantos anos?

- 17.

- Ah, quase uma criança... - Falou o garoto.

- Ah, não exagera. - Eu ri.

- Sabe... A gente se mudou pra cá no começo do ano, e desde então, eu não fiz amizades, sou muito caseiro, sabe? Quase não saio de casa, e... bom, eu achei você massa, se... sei lá... se quiser fazer algo mais tarde...

- Ah, claro, podemos combinar.

Bernardo parecia ser um garoto bem legal e eu não lembrava como era ser novo em uma cidade, já que morava há anos no mesmo lugar, mas eu podia imaginar que não devia ser nada fácil pra fazer amizades e tal.

Nisso, o sinal para o fim do recreio tocou.

- Eu vou indo lá. Mas na hora da saída, a gente se fala e combinamos algo. - Falei.

- Beleza! E eu vou nessa porque daqui a pouco é o recreio dos pequenos. Falou, cara!

O garoto se retirou do banheiro, e eu também. Fui para a minha sala, e a professora ainda não havia chegado.

- Onde você estava? - Perguntou Thony. - Procurei por você e não te achei.

- Ah, estava no banheiro.

- Hum...

Em seguida, a professora chegou, começando a aula daquela matéria.

Assim que o sinal para o fim da aula tocou, eu passei na sala da minha irmã para pegá-la para irmos embora, e a menina estava saltitante contando super empolgada o que havia aprendido na escola ao longo daquela manhã.

Antes de irmos embora, eu parei para falar com Bernardo, que estava na portaria do colégio.

- Oi princesa. - Ele disse para minha irmã.

- Oi. - Ela falou com um enorme sorriso.

Eu combinei com o garoto de darmos umas voltas na parte da tarde, ele parecia empolgado, falou que seria legal sair um pouco de casa, e conhecer novas pessoas, e tal, e acho que seria bacana pra mim também, afinal, amigos nunca são demais, e são sempre bem vindos, adoro fazer novas amizades.


                                                                        (...)


À tarde, eu sai com Bernardo, resolvemos dar um passeio em uma praça, que tinha perto do colégio. Conversamos bastante, e ele parecia ser bem legal.

- Qualquer hora dessas, podíamos sair com nossas irmãs, né? Elas se dão tão bem. - Sugeriu o garoto.

- Claro. Tenho certeza que elas vão amar. - Falei.

- Eu também vou. - Falou ao olhar diretamente para mim.

Bernardo e eu nos sentamos em um banco, perto de algumas crianças que estavam jogando futebol. Era uma menina e dois meninos, lembrei de quando eu era criança e brincava com Mark e Violet.

FLASHBACK ON

Mark, Violet e eu estávamos jogando futebol. Eu devia ter uns 8 anos mais ou menos. Era um dia quente de verão. Nós três estávamos sem camisa, e como estávamos no pátio da casa de Mark e Violet, e como a casa deles possuía um muro alto, que impossibilitava que as pessoas de fora nos vissem, não tinha problema ficarmos sem camisa.

Eu estava com a bola e Violet tentou pegar, ficamos driblando, até que ela caiu, ralando um pouco o joelho.

- Você se machucou? - Perguntei.

- Só me ralei um pouco, mas não foi nada.

- É que você é forte. - Falei ao arrancar um sorriso tímido da garota.

Mark, que estava com a bola nas mãos, a jogou longe e entrou batendo o pé em sua casa. Violet e eu ficamos sem entender o que havia acontecido com o garoto, que até então, estava brincando numa boa conosco.

- O que houve com ele? - Perguntei.

- Ah nada, deixa ele. Vamos continuar jogando.

Ajudei a garota a se levantar, e voltamos a jogar futebol, porém, ela começou a mancar um pouco, mas mesmo assim não quis parar até ficar bastante cansada.

FLASHBACK OFF

- Você tá legal? Ficou quieto de repente. - Disse Bernardo.

- Ah, desculpa, estava lembrando de bons momentos.

- Ah entendi... As vezes eu também fico assim, pensando na vida...

Bê e eu ficamos conversando mais um pouco até que resolvemos ir embora, pois já estava para escurecer.


                                                                                     (...)


Eu estava em meu quarto vendo algumas fotos minhas com Violet. Ah, sentiria tanta falta dela.

Resolvi ligar para a garota e lhe convidei para dormir em minha casa. Violet aceitou de imediato, eu avisei meus pais, que não se importaram.

- Oi amor. - Falou assim que chegamos em minha casa.

Demos um selinho, e ela logo cumprimentou meus pais e meu irmão que estavam na sala. Como o jantar já estava quase pronto, jantamos e então, fomos para meu quarto. Violet e eu deitamos em minha cama e eu entrelacei meus dedos nos da garota, que estava quieta, parecia pensativa.

- Eu vou sentir tanto a sua falta. - Falei.

- Eu também vou. - Me deu um selinho. - Mas podemos nos falar todos os dias pelas redes sociais.

- Não vai ser a mesma coisa.

- Não mesmo, mas vai dar pra matar um pouco da saudade. E durante o tempo que eu estiver lá, se der, posso vir te visitar ou você pode ir também, mesmo que seja pra ficar poucos dias.

- É que são tantos anos juntos...

- Hey, não é pra sempre, não, não é como se eu fosse morrer e a gente nunca mais fosse se ver.

- Ai, não fala isso nem de brincadeira. Se você morre, eu morro também.

- Você é tão fofo, sabia? - Me olhou fixamente nos olhos. - Eu te amo.

- Também te amo. - Dei um selinho na garota.

Ficamos conversando um pouco, e em seguida, acabamos dormindo.

Amores Secretos (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora