Capítulo 27 - Volta Pra Casa

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Era um domingo, nosso último dia de viagem, e eu já estava com saudade de tudo que havíamos vivido naquela viagem maravilhosa, estava tudo perfeito.

Mark e eu tomamos café da manhã no hotel e depois fomos à praia, ficamos praticamente o dia todo na praia, voltamos para o hotel por volta de 17h, pois no fim do dia já viajaríamos de volta pra casa.

Tomamos banho e depois arrumamos todas nossas coisas para não esquecermos de nada, e assim que terminamos, nos sentamos na cama, e Mark disse:

- Estou com medo.

- Do quê? - Perguntei.

- De que as coisas mudem entre a gente depois que voltarmos pra casa.

- E se eu te disser que não vai?

- Promete? - Me olhou nos olhos.

- Prometo. - Sorri e lhe dei um selinho.

- Segredo nosso, né?

- Aham. Só nosso. - Respondi me pondo a beijá-lo.

Era tão estranho o fato de eu estar ficando com Mark, e era mais estranho ainda tudo o que ele fazia eu sentir, eu... eu sentia meu coração acelerar cada vez que ele me beijava ou quando pegava em minha mão, e a forma como ele me olha...

Pegamos todos nossos pertences, entregamos a chave na recepção e pegamos um ônibus de volta para São Paulo. Mark e eu fomos o caminho todo rindo e conversando, e as vezes trocávamos alguns beijos.


                                                                               (...)


Era por volta das 20h quando Mark e eu chegamos em nossas casas. A gente se despediu e fomos cada um pra sua casa.

Assim que entrei em minha casa, vi mamãe arrumando a mesa e Edward preparando o jantar. Não havia visto papai e nem Fanny.

- Oi, meu amor. - Mamãe me abraçou e me deu um beijo no rosto. - Como foi a viagem?

- Ah, estava ótima. - Falei.

- E ai, carinha. - Disse meu irmão. - Depois quero saber dessa viagem, hein.

- Pode deixar. - Falei. - E o papai? E a Fanny?

- Seu pai está tomando banho, e sua irmã está no quarto dela. - Disse mamãe.

- Vou lá dar um beijinho nela. - Falei.

Larguei minha mala em meu quarto e depois fui até o da minha irmã, bati à porta e para minha surpresa ninguém respondeu. Bati novamente e nada. Pensei que talvez Fanny estivesse dormindo. Entrei vagarosamente, e vi minha irmã deitada para o lado da parede, me aproximei dela e notei que a menina estava acordada.

- Pensei que estava dormindo. Por que não respondeu?

Fanny não disse nada, apenas deu de ombros, estava estranha.

- Hey, não vai me dar um abraço? Ficou me ligando o tempo todo e agora não ganho um abraço?

A criança se levantou e me abraçou fortemente, porém não disse uma palavra sequer.

- Hey, o que houve? - Perguntei.

- Nada, só estou com um pouco de dor de barriga.

- Quer que eu faça um chazinho? Uma sopinha?

- Não, obrigada. - Ficou um pouco em silêncio. - Estava com saudade.

- Eu também, baixinha.

Nisso, escutei a mamãe gritar pela gente, nos chamando para jantarmos.

- Não vai querer jantar?

A menina apenas acenou negativamente com a cabeça. Lhe dei um beijo no rosto e sai do quarto da criança, indo para a sala de jantar. Me sentei à mesa e avisei que minha irmã não jantaria por estar com dor de barriga.

- Ué, que estranho! - Falou Edward. - Ela estava ótima, pediu tanto pra ir brincar na casa da Lulu, que eu a levei, talvez tenha sido algo que ela comeu lá.

- Pode ser. - Falou mamãe.

Papai me perguntou como havia sido a viagem, e eu falei que estava bem legal, claro que eu não contei pra eles sobre o fato de eu ter ficado com Mark, e eu não sabia como eles reagiriam quando soubessem, mas não estava com muita vontade de descobrir, embora eu achasse que mamãe não se importaria muito, já que ela não tem preconceito, já papai... Ele é uma incógnita para mim, ele não era contra, mas também não era a favor.

Assim que terminei de jantar fui para meu quarto, me joguei em minha cama, e pouco depois Edward entrou em meu quarto, e se sentou em minha cama em silêncio. Me sentei ao lado dele.

- Me conta, o que fizeram lá no Rio?

- Ah, fomos à praia, passeamos, almoçamos fora.

- Só isso?

Edward me perguntou como se esperasse mais alguma coisa. Eu olhei para meu irmão, e... não sei... eu não queria mentir pra ele. Eu sabia que podia confiar nele, para mim, Edward era mais que um irmão, era meu melhor amigo.

- Eu prometi que seria segredo, então, promete não contar pra ninguém?

- Claro. O que houve?

- Eu... Hã... Eu e o Mark... Nós ficamos. Tipo, nos beijamos.

- Sério? Ai, até que enfim!

- Quê? Como assim?

- Ah, London... Eu sempre desconfiei. Acho que eu já sabia que você gostava dele, muito antes de você saber. Por isso que eu armei aquela festa aqui em casa e convidei ele.

- Sério? - Perguntei surpreso com a revelação do meu irmão.

- Aham. Eu percebo que ele te faz bem, e fico feliz com isso. Eu só quero que você seja feliz.

- Você é o melhor irmão do mundo, sabia?

- Você já disse isso, mas pode falar de novo, eu gosto de ouvir. - Brincou.

Abracei meu irmão, que logo se retirou do meu quarto. Em seguida, meu celular tocou. Era Mark. Sorri ao ver o nome dele na tela. Atendi e ficamos conversando por um tempo, ele me contou como havia sido seu retorno, e eu também falei sobre o meu. Ficamos conversando por um bom tempo, até que desligamos a ligação.

Antes de dormir, resolvi passar no quarto de minha irmã para lhe dar boa noite. Bati à porta, e ela logo me autorizou a entrar, e assim eu fiz.

- Vim te dar boa noite. - Falei.

- Boa noite, mano. Hã... Fica comigo até eu dormir?

- Claro, pequena. Quer que eu cante umas musiquinhas pra você?

A menina acenou positivamente com a cabeça. Eu me sentei na cama de Fanny, e ela deitou com a cabeça em meu colo, fiquei lhe fazendo cafuné, enquanto lhe cantava umas músicas infantis. Minha irmã custou um pouco para dormir, mas quando isso aconteceu, eu fui para meu quarto, deitei em minha cama e pouco depois acabei dormindo.

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