Capítulo 44 - O Aniversário

4 1 0
                                    

Edward, Fanny e eu estávamos almoçando, quando a menina ficou inquieta, começou a se mexer sem parar na cadeira, de um lado para o outro.

- O que houve? - Perguntei. - Algum problema.

- Não. - Respondeu.

- Então para, parece que está com pulga na calcinha.

A menina riu e logo ficou um pouco quieta, mas em seguida começou a mexer de novo até que eu entendi o que estava havendo, mas resolvi não falar mais nada. Pouco depois, Fanny terminou de comer e foi para o quarto dela, e assim que eu terminei de almoçar, resolvi ir falar com minha irmã, acho que estava precisando ter uma conversinha com ela.

Bati à porta, e assim que a garota autorizou, eu entrei. A menina estava sentada em sua cama lendo um livro e eu me sentei ao lado dela.

- Hey, vem cá. - A menina sentou em meu colo. - Lembra daquela nossa conversa que eu disse que você pode... hã... se tocar, mas que não pode ser na frente de outras pessoas?

- Aham.

- Então... Fiquei sabendo que você fez isso na escola, e lá tem sua prof, os coleguinhas, não é legal, isso é algo que se faz sozinha.

- Eu sei, mas é que... - Baixou a cabeça. - Eu sinto vontade, muita vontade, e eu tento parar, mas não consigo, é como se a minha mão tivesse vida própria. - Começou a chorar.

- Hey, tá tudo bem. - Falei ao abraçá-la. - Olha só... Eu estou aqui, e eu vou te ajudar, viu? - A garota acenou positivamente com a cabeça. - Agora o mano vai te dar banho, pra você ir pro aniversário da Lulu.

- Eu não quero ir. - Falou. - Quero ficar com você.

- Ué? Mas você adora a Lulu e sempre gostou de festinha de aniversário, e aposto que vai ter brigadeiro. Tenho certeza que sua amiguinha vai ficar muito feliz se você for.

- Tudo bem, eu vou, mas quero que você fique lá comigo.

- Eu não sei se posso, é aniversário de criança.

- Só vou, se você ficar comigo.

- Ok, meu amor. - Falei.

Fui com Fanny até o banheiro e dei banho na menina, que reclamou um pouco de dor na região íntima ao se lavar, logo imaginei que era pelo fato dela estar se tocando com frequência. E droga, eu estava planejando ir marcar um psicólogo após deixar Fanny na casa da Lulu, mas como agora ela queria que eu ficasse junto, eu não poderia ir, porém, iria pedir para Edward ir marcar em meu lugar.

Coloquei um vestidinho novo em Fanny, e arrumei o cabelo da menina, que não parecia tão animada assim com a festa, talvez estivesse meio cansada, sei lá.

Eu conversei com meu irmão e pedi para ele ir agendar uma consulta com um psicólogo para Fanny, e ele prometeu que iria.


                                                                                        (...)


Ao chegarmos à casa de Lulu, eu toquei a campainha e quem atendeu foi Bernardo, que sorriu ao nos ver.

- Fanny! - Falou Bê. - Que bom que você veio, a Lulu vai ficar muito feliz em te ver.

E nisso, a amiguinha da minha irmã apareceu, estava com um enorme sorriso no rosto e abraçou a minha irmã, Bê e eu sorrimos com a cena. A irmã do meu amigo já foi logo pegando Fanny pela mão, a chamando para brincar e as duas saíram correndo, e eu entrei na casa e me sentei no sofá, junto de Bernardo. No local haviam apenas a gente, os pais do Bernardo, as nossas irmãs e mais duas crianças, sendo uma menina e um menino, que fiquei sabendo que era o primo de Lulu, um garotinho de uns 9 anos.

As crianças ficaram brincando e correndo pela casa, enquanto Bê e eu ficamos conversando, e aproveitamos para colocar os assuntos em dia, que nem duas amigas que não se viam há muito tempo, e o garoto era super divertido, a gente se dava muito bem.

As crianças estavam brincando no quarto de Lulu, e Bê e eu estávamos degustando alguns salgadinhos, que por sinal, estavam deliciosos.

- Vou ao banheiro, mas pode ficar à vontade. - Falou.

- Ah, valeu.

Fiquei comendo mais alguns salgadinhos, quando Fanny veio correndo até mim.

- Oi meu amor. - Falei. - Do que estão brincando?

- A gente estava brincando de ovo podre, mas eu cansei, quero ir pra casa.

- Mas já? Recém chegamos.

- Por favor, estou com dor de barriga.

- Mesmo? - A menina acenou a cabeça positivamente. - Então, vamos fazer assim... A gente espera o parabéns, e depois vamos embora, ok? - Fanny afirmou com a cabeça. - Então, aproveita para brincar mais um pouco.

A garota saiu vagarosamente até o quarto da amiga, e nisso Bernardo voltou do banheiro, se juntando novamente a mim. Ah, Bê até chegou a me dizer que eu poderia deixar Fanny na festinha e buscá-la mais tarde, caso eu tivesse mais coisas para fazer, e eu disse que não poderia, pois minha irmã havia pedido que eu ficasse na casa dele até irmos embora e tal.

E de repente, meu celular tocou. Era meu irmão. Atendi rapidamente e ele me disse que havia conseguido marcar psicólogo para nossa irmã, seria uma doutora e a consulta seria dentro de alguns dias, fiquei bem feliz em saber disso, acho que seria bom para Fanny e também pra gente, pois assim Edward e eu poderíamos saber o que estava havendo com nossa irmãzinha. Ah, eu contei para Bernardo sobre Fanny e ele pareceu ficar bem preocupado com minha irmãzinha.

Cantamos parabéns, e logo minha irmã quis ir embora, e então, fomos pra nossa casa.


                                                                                     (...)


Assim que chegamos em casa, eu resolvi contar para minha irmã que ela iria conversar com uma moça (a psicóloga).

- Por que eu tenho que conversar com essa moça? - Perguntou Fanny.

- Ah, porque o Edward falou muito bem de você e ela quer muito te conhecer.

- E ela é legal e boazinha?

- É sim, meu amor. E lá tem vários brinquedos e jogos, aposto que você vai adorar. Você vai comigo conhecê-la?

- Ah, pode ser. - Deu de ombros.

- Ótimo. - Dei um beijo na testa dela.

Em seguida, fui para meu quarto, deitei em minha cama e liguei para Mark, fazia tempo que não falava com ele, e ficamos conversando por horas, até ficarmos com sono.

Amores Secretos (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora