Capítulo 46 - A Febre de Fanny

3 1 0
                                    

Corri até o quarto da minha irmã e entrei rapidamente, e me surpreendi ao vê-la deitada em sua cama, pois com o grito que ela havia dado eu pensei que tinha acontecido alguma coisa com minha irmã, mas fiquei aliviado ao ver que ela estava aparentemente bem.

- O que houve? - Perguntei um pouco aflito.

- Eu tive um pesadelo muito feio. - Falou muito trêmula.

- Calma, já passou. - Me sentei ao lado dela, e notei a cama úmida.

- Desculpa, desculpa. Tá bravo?

- Claro que não, pequena. Vem, vamos trocar essa roupa.

- Hã, eu vou te esperar lá no teu quarto. - Disse Mark.

O garoto se retirou do quarto da minha irmã, nos deixando a sós, e eu troquei o pijama dela e sua roupa de cama. Fanny estava muito quieta, parecia triste, envergonhada, sei lá... Até que ela me olhou e perguntou:

- Você ainda me ama?

- Hey, que pergunta é essa? Eu te amo e sempre vou te amar. Sempre.

- Mas e se eu fizesse uma coisa feia? Uma coisa muito feia?

- Amor, que coisa feia você pode fazer? - Ela não respondeu, parecia pensativa. - Pequena, não há nada que você possa fazer pra eu deixar de te amar, viu? Nada.

A garota derramou uma lágrima e me abraçou, me deixando muito preocupado com ela, não gostava de ver minha irmã desse jeito, e não era a primeira vez que ela vinha com esses assuntos, o que será que ela pensava? Que eu deixaria de amá-la só por ela estar fazendo xixi na roupa e na cama? Isso estava fora de cogitação, de fato, não há nada que minha irmã possa fazer para eu deixar de amá-la.

Assim que terminei de arrumá-la, fui para meu quarto, onde estava Mark, que deu um sorriso de canto de boca ao me ver. Me deitei ao lado dele, e fiquei em completo silêncio. O garoto comentou o fato de Fanny não estar bem, o que eu já havia notado, e sem conseguir me segurar, acabei deixando uma lágrima escapar, eu estava me sentindo o pior irmão do mundo, era nítido que minha irmãzinha não estava nada bem, e eu não conseguia fazer nada para ajudá-la, nem sabia o que estava havendo, e isso estava me deixando muito mal, eu só queria poder ajudá-la.

Mark havia dito para seus pais que dormiria em casa, porém, ao ver que eu não estava muito legal, ele acabou ligado para sua mãe avisando que dormiria em minha casa, e acho que isso seria bom para mim, pois a presença dele me fazia muito bem.

Ficamos conversando um pouco e tentando entender o que poderia estar acontecendo com minha irmã, mas era difícil saber ou ter certeza de algo, sendo que ela não me dizia nada.


                                                                                          (...)


No dia seguinte, assim que eu acordei, notei que Mark não estava na cama, e ao olhar para meu lado esquerdo, avistei o garoto colocando sua calça.

- Bom dia. - Falei ao me espreguiçar.

- Bom dia. - Sorriu e me deu um selinho.

Me levantei, fiz minha higiene matinal e coloquei uma roupa para ir ao colégio. Nós dois fomos até a sala e avistamos meu irmão preparando o café da manhã, Fanny ainda estava dormindo, então enquanto, Mark se sentava à mesa, eu fui até o quarto da minha irmã para acordá-la para ir ao colégio. Bati à porta mesmo achando que ela ainda estava dormindo, e não obtive retorno, o que comprovava a minha suspeita, então abri a porta vagarosamente chamando por ela, que nem me respondeu, seguia dormindo.

- Hey, pequena, vamos acordar para ir ao colégio. Tá na hora. - Me aproximei dela e ao lhe fazer um carinho no rosto, notei que a garota estava muito quente. - Fanny!

- Hã... - Resmungou.

Gritei por Edward e Mark, e os dois apareceram rapidamente para ver o que havia acontecido, e eu lhes disse que Fanny estava ardendo em febre. Meu irmão pegou o termômetro e eu tirei a temperatura da minha irmã. Estava marcando 38,8, pelo menos não estava tão alta como eu imaginava, mas foi o bastante para eu me assustar, pois nunca tinha passado por isso antes, tipo, minha irmã já teve febre antes, mas meus pais que cuidaram disso, eu só ficava no meu canto vendo tudo de longe e morrendo de preocupação.

Bom, por conta disso eu acabei não indo para o colégio, Edward, que teria um compromisso acabou cancelando, já Mark disse que também não iria para o colégio e se colocou à disposição para nos ajudar no que a gente precisasse.

Eu tentei acordei Fanny, mas ela estava muito sonolenta, Edward acabou me ajudando a dar banho em nossa irmã, e colocamos uma roupa leve nela. Eu quis levá-la ao médico, porém, meu irmão disse que no momento não seria necessário por conta da febre não estar muito alta.


                                                                                   (...)


Eu estava no quarto da minha irmã, sentado em um puff, e Mark estava ao meu lado. Eu não queria sair nem um segundo de perto da garota. Mark e eu estávamos conversando, quando Fanny acordou, ainda bastante sonolenta.

- London?

- Oi, pequena. - Corri para perto dela. - Como você está?

- Eu não quero ir pra escola. - Falou.

- Hey, fica tranquila, hoje nem eu, nem você vamos ao colégio.

- Legal! - Sorriu. Ficou um pouco em silêncio. - Mano, estou com dor de cabeça.

- É que você está com febre, mas vai passar, viu? - Dei um beijo na testa da garota. - Está com fome?

- Um pouquinho.

- Vou fazer algo pra você comer. - Logo me dirigi para Mark. - Você fica aqui com ela?

- Claro. - Respondeu prontamente.

- Não, não precisa. - Disse minha irmã.

- Ele vai ficar te fazendo companhia. - Falei.

- Mas eu não quero. - Falou de forma ríspida.

- Mas...

- London, tudo bem. - Me interrompeu Mark. - Vamos, eu te ajudo lá na cozinha.

O garoto e eu fomos até a cozinha e eu fiquei sem entender a reação da minha irmã, ela conhecia o Mark desde que nasceu, e sempre havia gostado muito dele, agora agia dessa forma... Eu não estava entendendo nada, ah, o que será que está havendo com minha irmãzinha? 

Amores Secretos (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora