Capítulo 24 - Uma Ideia Maravilhosa

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Um mês. Sim, era um mês sem Violet, um mês que ela havia ido embora, e ao longo de todo esse mês, a gente conversava todos os dias, porém, decidimos romper nosso relacionamento, não que a gente não se gostasse mais ou algo do tipo, mas é que estávamos tão longes um do outro, e eu também não queria prendê-la, queria que ela fizesse novas amizades e se ela se apaixonasse por outra pessoa, queria que vivesse isso. Eu falei isso para a garota, que entendeu e disse sentir o mesmo em relação a mim.

Eu estava na casa de Mark, e era tão estranho estar na casa dele sem Violet, ela me fazia tanta falta. Estávamos no quarto do garoto jogando vídeo game. Graça bateu à porta, e meu amigo lhe deu permissão para ela entrar, e assim que ela o fez, nos avisou que havia preparado alguns pastéis e pudim de leite, e que era para irmos fazer um lanchinho. Demos pause no jogo e fomos imediatamente até a cozinha, pois conosco, Graça não precisava falar nem duas vezes. Eu devo ter comido uns 4 pastéis e uns 2 pedaços de pudim, estava tão gostoso...

Em seguida, voltamos para o quarto de Mark. Esquecemos do vídeo game e nos deitamos na cama do garoto. Fiquei olhando para o teto enquanto pensava em milhões de coisas ao mesmo tempo, até que o mais velho disse:

- Hey, sabe o que eu estava pensando?

- O quê? - Me virei para ele.

- Quinta - feira é feriado, e como vão emendar na sexta, nós só voltamos pro colégio na segunda - feira, correto?

- Correto! - Falei. - Mas, e daí?

- E daí que eu estava pensando... O que você acha da gente viajar. Só nós.

- Viajar? Pra onde?

- Pro Rio, o que acha?

- Nossa, eu adoraria. Mas... Uma viagem dessa deve ser bem cara, não sei se meus pais teriam dinheiro.

- Bom... A gente tem um plano de hotéis, pagamos todo mês e quando vamos viajar não precisamos pagar hotel, e esse nesse nosso plano está incluso todas as refeições, dai seria só a passagem, que eu já andei pesquisando e não está muito caro e se a gente quisesse ir em algum lugar, tipo cinema, teatro... Mas não é necessário. - Disse o garoto. - O que você me diz?

- Ah, eu adorei a ideia, vou falar com meus pais.

- Beleza! - Deu um leve sorriso.

Ah, eu tinha amado a ideia, nem lembro quando havia sido a última vez que eu havia viajado, já devia fazer 84 anos.

Bom, quem não gostou muito da ideia da minha viagem foi Fanny, que pediu pra eu levá-la junto, mas... Mark havia convidado só eu e acho que eu queria fazer essa viagem sozinho com ele, minha irmã chegou até a me fazer chantagem emocional com choro e tal, confesso que fiquei morrendo de dó dela, mas poxa, a gente morava junto, eu estava sempre com ela, e eu queria ficar alguns dias com meu amigo sem me preocupar com mais nada, claro que eu ligaria pra ela todos os dias, mas eu queria esse tempo por mais que eu soubesse que também sentiria muita saudade dela.

- Acha que eu estou sendo egoísta e pensando só em mim por querer viajar sozinho com Mark? - Perguntei para Edward.

- Posso ser sincero? Posso mesmo dizer o que eu acho?

- Claro.

- Bom... Eu acho que você deve ir, vai te fazer bem, e o Mark é um cara tão legal, vocês sempre foram amigos, e eu torço por vocês. - Falou meu irmão.

- Quê? Como assim? - Perguntei sem entender a última fala do meu irmão.

- Hã... Ah, eu digo... Vocês ficaram tantos anos sem se falar, e eu vi que você sentiu falta dele, então eu torço para vocês reatarem a amizade de vocês, entende?

- Ah sim, entendi. Então, acha que devo ir? Porque a Fanny...

- Hey, eu não acho, eu tenho certeza, e quanto a Fanny, ela vai ficar bem, prometo que vou cuidar muito bem dela.

- Eu sei que vai. Edward... Obrigado! - Abracei o garoto.

- Hey... Não tem o que agradecer, eu só quero o teu bem, o que é melhor pra você... Ah, mas tem uma coisa. - Desfiz o abraço e olhei para ele. - Quero saber de tudo, cada detalhe dessa viagem.

- Combinado! - Falei.

(...)

À noite, eu fui até o quarto da minha irmã, que estava vendo Bob Esponja. Bati à porta do quarto, e ela me deu permissão para entrar, porém, quando eu entrei, ela nem me olhou, ficou de costas para mim. Me sentei em sua cama, perto da criança, e lhe perguntei:

- Está chateada comigo?

A criança se virou para mim, e me perguntou:

- Por que você não quer que eu vá junto?

- Hey, não é isso, pequena. - Acariciei a mãozinha dela. - Mas as vezes você não gosta de estar só com as tuas amigas? Pois o mano também, mas você vai ficar aqui com a mamãe, o papai e o mano Edward, que vão cuidar muito bem de você.

- Mas você cuida melhor de mim do que todos eles juntos.

- Oh pequena... É só quatro dias, vai passar rapidinho, e eu vou te ligar todos os dias.

- Promete?

- Prometo.

Dei um selinho na criança e sai de seu quarto, voltando para o meu. Me deitei em minha cama e fiquei pensando na viagem que eu faria com Mark, confesso que eu estava bem empolgado e imaginando como seria.

(...)

Era uma sexta - feira. Após chegar do colégio depois de mais um dia cansativo de aula, eu comecei a preparar as coisas para eu levar para viagem e conferi tudo umas dez vezes para tentar não esquecer nada. Meus pais estavam super de boa com essa viagem, a única que não estava gostando nadinha disso era Fanny, que ficou me olhando com cara de choro enquanto eu arrumava minhas coisas, até parecia que eu estava indo pro Japão ou pro Canadá e que eu ficaria uns cinco anos fora.

- Hey, escuta aqui. - Me abaixei ficando da altura de minha irmã. - São apenas quatro dias, vai passar rápido e você pode me ligar quantas vezes quiser. Você vai ficar bem aqui, viu?

- Você volta logo, né?

- Claro que sim, pequena.

- Vou sentir saudade.

A criança me deu um selinho e me abraçou fortemente. Ah, me deu uma dó de deixar a Fanny, mas não seria justo eu deixar de fazer uma viagem que eu tanto queria para ficar com ela, sendo que a minha irmã ficaria com nossos pais e nosso irmão.

Mark e eu pegamos um ônibus até o Rio, e fomos conversando durante o caminho todo. E sei lá, algo dentro de mim, me dizia que eu gostaria dessa viagem.                                             

Amores Secretos (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora