Amores Secretos (Romance Gay)

Capítulo 7 - A Febre

- O que você está olhando? - O garoto perguntou.

- Hã... Nada. - Dirigi meu olhar para ele. - É que eu não sabia que você tomava banho de piscina pelado.

- Ué, eu tô na minha casa. - Deu de ombros.

- Mas a Graça está aí.

- E daí? A Graça antes de ser nossa cozinheira, era a minha babá, já me viu pelado várias vezes. E eu não ligo pra essas coisas, não, porque o que é bonito é pra ser mostrado.

- Convencido! - Revirei os olhos.

- Você não acha? - Ficou me encarando.

Dei uma rápida olhada, e... bem, não era nada mal, pelo contrário, era bem atrativo, e... Porra, por que eu estava pensando essas coisas? Aliás, por que eu estava olhando para o pênis do Mark? Ok, que eu já tinha o visto pelado inúmeras vezes, mas quando éramos pequenos, e eu também não ficava reparando em seu órgão genital, mas com certeza não era daquele tamanho, e que tamanho! Merda, olha eu de novo pensando nessas coisas.

E quando eu fui abrir a boca para falar algo, Violet chegou em casa, e já foi logo pulando em meu pescoço.

- Oi meu amor! - Falou.

- Oi. - Lhe dei um selinho.

- Ele estava te incomodando? - Perguntou se referindo ao irmão.

- Não estava, não. - Respondi.

- Ai Mark, quando você vai aprender a tomar banho de piscina de sunga? - A garota perguntou.

- Só quando essa belezinha não for mais tão belezinha. - Falou de forma irônica, nos fazendo rir.

Ah, eu sentia tanta falta da amizade do Mark, uma pena que tudo tenha acabado do jeito que acabou.

Violet e eu entramos em sua casa e fomos para o quarto da garota, deitamos em sua cama e ela colocou um filme pra gente ver na Netflix enquanto comíamos pipoca, que Graça havia preparado pra gente. Porém, notei que Violet estava um pouco diferente, tipo, estava muito quieta, e ela não era assim, isso acabou me chamando a atenção, ela não parecia muito bem.

- O que houve? Você está bem? - Perguntei.

- Estou com um pouco de dor de cabeça. - Respondeu.

- Sério? - Coloquei minha mão na cabeça da garota. - Amor, você está muito quente, deve estar com febre.

- Sério? Pode ser...

Me levantei da cama e fui até a escrivaninha, abri uma gaveta e peguei um termômetro, coloquei na axila da garota, que mal se mexeu, fiquei esperando o aparelho apitar, e quando isso aconteceu, o peguei e vi que estava marcando 39,0.

- E ai? - A garota me perguntou.

- 39. - Respondi. - Tá com febre mesmo. - Me aproximei dela. - Como você está se sentido?

- Só com dor de cabeça e um pouco cansada.

- Vou pedir pra preparem sua banheira, dai você toma um banho quentinho e depois dorme um pouco para descansar, tá bem?

A garota não disse nada, apenas acenou a cabeça positivamente. Sai do quarto de Violet, e logo me deparei com Mark.

- Já vai embora? - Perguntou o garoto.

- Hã... Não. Eu vou pedir pra preparar a banheira da Violet pra ela tomar banho pra ver se a febre dela baixa.

- A minha irmã está com febre?

- Aham!

- Vou lá falar com ela.

O garoto entrou no quarto da minha namorada e eu fui falar com a dona Eduarda, que era a secretária do lar. Lhe contei que Violet estava com febre e lhe pedi que preparasse a banheira para a garota tomar um banho e depois ir dormir. A mulher garantiu que faria isso imediatamente e então, eu voltei para o quarto da minha namorada, onde a avistei conversando com Mark.

- Como ela está? - Perguntei.

- Com febre, né?

Violet estava com uma cara muito abatida, em tantos anos eu nunca a tinha visto desse jeito. O garoto ficou acariciando o rosto da irmã enquanto conversava com ela. Era bonito ver o carinho que ele tinha por ela, Mark a via como uma menina pequena e frágil, que ele queria proteger e cuidar a todo momento, e eu achava isso lindo.

Em seguida, dona Eduarda bateu à porta do quarto de Violet, e após nossa permissão, ela abriu a porta, nos comunicando que a banheira estava pronta.

- Vem! Vai te fazer bem um banho. - Falei ao me aproximar da garota.

- Deixa que eu ajudo a minha irmã a tomar banho. - Falou seriamente.

O garoto ajudou a irmã a levantar da cama e saiu do quarto com Violet. Me sentei na cama e fiquei esperando que eles retornassem, quando isso aconteceu, notei que a minha namorada estava apenas de toalha, Mark havia esquecido de levar a roupa que eu havia separado para ela colocar.

- Com licença. Minha irmã vai se trocar. - Falou o garoto.

Revirei os olhos e sai do local a contragosto. Como se eu nunca tivesse visto a Violet sem roupa... Quer dizer, a gente namorava a algum tempo, então, obviamente eu já tinha visto ela nua, do mesmo modo que ela também já tinha me visto pelado, o que era meio estranho, porque apesar disso, a gente nunca tinha transado, e nem chegamos perto disso, embora eu quisesse e ela também, segundo a garota, mas... sei lá, eu tinha medo de fazer algo errado, de a machucar e ela não querer mais ficar comigo, ou algo do tipo.

Assim que Violet colocou sua roupa, eu entrei no quarto novamente, e minha namorada estava deitada em sua cama, e Mark sentado na ponta da cama da garota e segurando em sua mão.

- London... - O garoto começou a dizer.

Pelo tom da voz do garoto, imaginei que ele pediria pra eu ir embora pra garota descansar e tal, então, olhando em seus olhos, eu falei:

- Por favor, me deixe ficar aqui até a Violet melhorar. - O garoto ficou me olhando em silêncio. - Por favor.

- Tá bem.

Lhe dei um singelo sorriso e sentei no chão, ao lado de Violet. Olhei para a garota e notei que ela já estava dormindo. Em seguida, olhei para Mark, e percebi o garoto me olhando, porém, seu olhar não era de alguém bravo ou como você olha pra quem você não gosta, sei lá, era um olhar meio terno.

- Você gosta muito da minha irmã, né? - Perguntou de uma forma doce.

- Muito. - Falei me pondo a olhar para a garota que dormia.

- Deve ser legal gostar de alguém assim. - Falou meio cabisbaixo.

- Você não gosta? - Perguntei voltando meu olhar para Mark.

- Hã... Gosto. Quer dizer, não sei, é meio complicado. Somos de mundos diferentes.

Eu não sabia que Mark estava ficando com uma garota, aliás, tinha muita coisa da vida dele que eu não estava sabendo, mas foi legal conversar um pouco com ele como nos velhos tempos, queria tanto que a gente pudesse voltar a ser amigos como antes...