Amores Secretos (Romance Gay)

Capítulo 42 - A Despedida

Alguns dias haviam se passado.

Meus pais reuniram meus irmãos e eu para nos dizer o que haviam resolvido sobre a viagem, e eu estava ansioso para saber o que eles tinham decidido, estava torcendo para eles deixarem a gente ficar, pois eu morreria se tivesse que me separar do Mark.

- Bom, a gente andou conversando bastante. - Disse mamãe. - E nós decidimos aceitar a proposta de emprego, porém, vimos que não seria justo obrigar vocês a irem conosco.

- Então... Podemos ficar? - Perguntei.

- Podem, mas com juízo. - Disse papai para nossa alegria.

- Não, eu quero ir, eu não quero ficar. - Disse Fanny começando a chorar.

- Filha, você quer ir com a gente? - Papai perguntou ao pegar na mãozinha da minha irmã.

- Quero, quero sim.

- Oh meu amor, mas infelizmente ou os três ficam ou os três vão, pois a gente vai trabalhar bastante e você não teria com quem ficar.

- Ué, vocês vão ganhar mais? Contratem uma babá. - Alegou a menina.

- Filha, não é bem assim. - Disse papai. - Pois teríamos que sustentar duas casas, seria contas em dobro, uma babá seria uma despesa desnecessária.

Bom, foi uma tremenda discussão, Fanny queria ir com nossos pais, embora eu não entendesse o porquê, e cara, eu não queria ficar longe da minha irmãzinha, mas ao mesmo tempo, eu queria vê-la feliz, porém, papai disse que como Edward e eu ficaríamos, ela teria que ficar conosco, e bom, a garota não gostou muito, mas sem saída, acabou aceitando.

                                                                                              (...)

Era um sábado. Eu havia saído com Bernardo e Mark. Ah, Bê não sabia sobre o meu relacionamento com Mark, a gente preferiu não contar, na verdade, só quem sabia eram meus irmãos mesmo.

Nós três fomos a uma praça, e ficamos lá conversando por horas, era legal sair com eles e conversar um pouco, cada um falou um pouco de si e dos seus problemas, foi bacana, gostava de estar com os dois.

E quando eu cheguei em casa, meus pais estavam arrumando as malas, e sei lá, me deu um aperto no peito, pois por mais que eu quisesse ficar, eu sentiria falta deles, afinal, eram meus pais, não queria ter que ficar longe deles, porque por mais que eles trabalhem muito e quase não parem em casa, eu sabia que em algum momento do dia, eu os veria, e eles chegariam e a gente jantaria juntos, e eles indo para outro país, isso não aconteceria mais.

- Vocês já vão? - Perguntei.

- Sim, querido.

- Mas não era só amanhã?

- Era, mas anteciparam o nosso voo.

Meus pais estavam em um tremendo corre-corre com medo de esquecerem de algo, fiquei vendo-os enquanto a ficha caia de que de fato eles estavam indo embora, mas tentei ver pelo lado bom, não era como se eles fossem morrer ou algo do tipo, e a gente poderia se falar pelas redes sociais e a gente poderia passar nossas férias com eles e eles também poderiam vir nos visitar nas suas férias, talvez não fosse tão ruim assim, acho que seria legal conhecer um novo país, uma nova cultura...

Era por volta de 17h quando fomos levá-los ao aeroporto, e era um chororô tremendo, até meu irmão que não é de demonstrar muito os seus sentimentos, chorou. Meus pais se despediram da gente e então foram em direção ao seu avião.

                                                                                              (...)

Meus irmãos e eu fomos pra casa, e era o maior silêncio, ninguém dizia nada, parecia que a gente havia voltado de um enterro.

Edward se dirigiu para a cozinha para preparar o jantar, e Fanny deitou no sofá para ver Lady Bug, sentei ao lado da minha irmã e fiquei vendo o desenho com ela, enquanto lhe fazia cafuné.

- Por que tá vendo Lady Bug comigo? - Fanny perguntou. - Você nem gosta desse desenho.

- Eu sei, mas eu quero ficar aqui com você. Posso?

- Pode sim.

Fiquei com a menina até o jantar ficar pronto, e quando isso aconteceu, nós três jantamos no mais completo silêncio, e após terminarmos, Edward foi lavar a louça, Fanny voltou a deitar no sofá pra continuar vendo desenho, e eu fui para meu quarto. Liguei para Mark e contei que meus pais já haviam ido e tal.

- Você está bem? Quer que eu vá praí? - Mark perguntou.

- Obrigado, eu tô legal, e desculpe, mas hoje acho que eu prefiro ficar aqui só com meus irmãos.

- Tudo bem, eu entendo. - Ficou uns segundos em silêncio. - Droga! Meu pai está me chamando para jantar, vou ter que desligar, mas depois a gente se fala, tá?

- Claro. Boa noite.

- Boa noite, amor.

Desliguei a ligação e voltei pra sala, onde avistei minha irmã dormindo no sofá, fiquei a olhando por alguns segundos, e então fui até a menina, a peguei no colo cuidadosamente para ela não acordar, e a levei até o seu quarto, a colocando em sua cama, lhe dei um beijo e sai do quarto da garota, e fui para o meu. Pouco depois, bateram à porta. Era Edward, que entrou após eu lhe dar permissão.

- Vim ver como o meu irmão está. - Falou.

- Estou bem. E você?

- Também.

- Edward... Acha que conseguiremos nos virar bem sem os nossos pais?

- Claro que sim, já somos grandes, vai dar tudo certo, viu? - Me fez um leve cafuné.

- Verdade, tem razão.

O garoto deu um leve sorriso, em seguida, me deu um beijo no rosto me desejando ''boa noite'' e saiu do meu quarto. Eu fiquei um pouco mexendo no celular, até acabar pegando no sono.