Capítulo quarenta e sete.

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Victor Augusto 

Eram quatro horas da tarde quando eu acordei, desci pra cozinha e não encontrei ninguém lá em baixo, comi um sanduíche e bebi um suco. Larguei meu prato na pia e subi as escadas em direção ao quarto da Lara, é agora ou nunca, quando entro no corredor a Tainá saia do quarto da Lara;

-A Lara está aí?

-Sim, aliás boa sorte se for falar com ela. – ela pisca pra mim e eu assinto.

Coloco a cabeça na porta que estava entreaberta e vejo Lara mexendo no celular sentada na ponta da cama.

-Ei, podemos conversar? – pergunto e ela sobe olhar até mim.

-Tanto faz- ela diz enquanto se joga na cama e continua a passar os dedos na tela do celular, entro e fecho a porta, puxo a cadeira da penteadeira e sento de frente pra ela com as mãos no encosto da cadeira. Larissa não dá a mínima pra mim e continua digitando emitindo o som de suas unhas na tela do celular.

-Larissa, dá pra presta atenção em mim?

-Fala, eu estou escutando. - ela não demonstra interesse e eu me seguro para não perder a paciência.

-Olha desculpa tá legal? – eu falo sem me aguentar mais. E ela solta o celular olhando nos meus olhos pela primeira vez com a expressão de espanto.


Lara Silva


Eu encaro Victor com uma expressão surpresa, quem conhece sabe que a coisa mais difícil na face da terra, é o Victor Augusto Camilo Rocha pedir desculpas, ele pode falar um /'foi mal" "esquece isso" "eu tento não fazer de novo", mas desculpas era novidade, ainda mais sem nenhuma enrolação ou explicação plausível. Se desculpar era algo que não estava no vocabulário do meu irmão mais velho. Ele me encara de volta com uma expressão irritada;

-A qual é, vai responder não?

-Er, vou, é só que... – tento falar alguma coisa.

-Só que o que Lara?

-Que o que você disse me machucou Victor, é simplesmente isso, eu fiquei realmente muito mal por aquilo. – eu falo sentindo um nó na minha garganta, e a expressão dele suaviza revelando arrependimento ( o que também era novo na vida do meu irmão).

-E. eu sei, mas sei lá, vai desculpar não?

-É claro né Victor, você é meu irmão e independente de qualquer merda que você faça eu vou estar aqui. – falo e ele sorri de canto.

-Sabe que eu te amo ruivinha.

-Eu também. – sorrio de volta.

-E alias como você me encontrou ontem?

-Recebi uma ligação de alguma mulher, que dizia ser sua amiga, avisando que você estava em uma festa clandestina que havia sido denunciada, acordei a Tai e a Suellen desesperada e fomos até o local lidar com você e com o filho da puta do renegado bêbados. Nada contra a tia Ana, mas por que tinham que beber tanto seus retardados mentais? – termino a frase com uma gargalhada.

-Valeu Ruivinha. – ele responde rindo e uma voz irritante cujo eu já conhecia.

-Viiiic

Meu irmão olha na direção da porta e levanta da cadeira.

-Me deixa ir, já faz alguns dias que eu não transo. – rimos.


Bárbara Passos


O treinamento ocorreu perfeitamente bem, o que me fez ficar mais tranquila, já que eu vi que meus homens estavam ativos e bem treinados. Eu estava indo embora pra casa quando meu telefone toca;

-Oi?

-Bárbara? – perguntam do outro lado da linha.

-Quem está falando?

-Sou eu, Gabriel.

-oi Gab tudo bem?

-Tudo ótimo, melhor agora, e você como está? Com foi seu dia? Já saiu do trabalho? – ele pergunta atencioso.

-Estou bem graças a Deus, meu dia foi corrido como sempre, estou saindo agora. – respondo entrando no carro.

-Que ótimo, tem planos para agora à noite? – ele pergunta.

-Pretendo banhar e dormir. – respondo rindo.

-Pois eu tenho uma sugestão melhor. – ele responde.

-Diga.

-Venha jantar comigo hoje, podemos ir a um restaurante culto ou chinês, como você preferir.

-Ah eu aceito sim. – rio

-Passo na sua casa às oito e meia. Beijos. – ele fala e desliga, guardo meu celular e ligo o carro saindo do estacionamento.

Chego em casa tomo banho e me arrumo, optei por uma calça jeans flare e uma blusa azul marinho com decote em V. Logo desço e me sento na portaria para esperar Gabriel. Uma moça entra e a reconheço, Suellen, abaixo a cabeça para que ela não me reconheça;

-Boa noite. – ela fala e eu respondo com a voz abafada, ainda de cabeça baixa.

-Eu vim visitar a Flavia, do 410 – ela fala para o porteiro que dirige o interfone á alguém. Olho e vejo o carro de Gabriel estacionado em frente ao prédio, pego minha bolsa e levanto;

-Hey – comprimento quando entro no carro.

-Boa Noite Babi! Você está um deslumbre.

-Obrigada Gab. Aonde vamos?

-Surpresa. – ele responde entusiasmado e eu sorrio.

Gael sempre foi muito gentil educado e amigável. Somos colegas desde o ensino médio, ele fez direito na mesma faculdade que eu. Ele estaciona seu volvo em frente à um restaurante de luxo, abre a porta para mim, e entramos de braços dados, o que literalmente não foi muito confortável para mim.

𝙾𝚜 𝚘𝚙𝚘𝚜𝚝𝚘𝚜 𝚜𝚎 𝚊𝚝𝚛𝚊𝚎𝚖! -𝔟𝔞𝔟𝔦𝔠𝔱𝔬𝔯- ©Onde histórias criam vida. Descubra agora