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Bárbara Passos
-Vou tirar a minha mão da sua boca e você vai permanecer calada, levanta os braços e eu vou tirar todos seus equipamentos que permite a sua equipe te localizar. – o cara fala e eu lentamente levanto os braços, ele tira meu radio da cintura e joga ele contra a parede, retira o spray de pimenta, as algemas e o canivete do meu colete, ele me manda virar pra ele, eu fecho os olhos e giro meu corpo, sinto duas mãos na minha cintura e abro os olhos lentamente tendo a visão de Santiago, o irmão de Ike.
-Olha só, a chefia por aqui. Nunca pensei que eu teria o prazer de te matar. – ele da um sorriso paranóico.
-Você sabe que nunca vai conseguir isso Huck. – falo o chamando pelo vulgo, mas na real ele conseguiria, só de me apertar ele me mataria por asfixia, ele deve ter uns dois metros e tem uma massa muscular em tanto, por isso o chamam de Huck.
-Ah é? Talvez não antes de te foder toda. – ele fala e um frio se instala na minha espinha, ele passa a mão lentamente pelo meu pescoço, afasta meu cabelo e encaixa o rosto ali dando uma mordida muito forte me fazendo gritar de dor, ele ignora e retira meu colete o jogando em um canto, levanta minha blusa a uma altura que meus seios fiquem descobertos, ele a rasga e sinto repulsa, lagrimas caem enquanto ele me olha com gula.
-Só um minuto, eu vou avisar o Ike que vou foder e depois matar a pessoa que organizou a invasão.
-Não fui eu a Policial responsável – resmungo com raiva enquanto secava minhas lagrimas.
-Ah, não? Foda-se vou te matar mesmo assim.
-Você ainda vai se arrepender, seu filho de uma puta. – grito e ele se ajoelha na minha frente.
-Quem vai fazer eu me arrepender? Esquece Bárbara sua equipe não vai te achar. – ele fala e me amarra numa cadeira saindo dali.
-POR QUE EU? – Eu grito pra mim mesma em lágrimas.
...
Já se passaram muito tempo que ele saiu, eu já chorei rios, de raiva, de ódio e de repulsa, e de saber que minha vida vai acabar assim, por que eu deixei que isso acontecesse?
Os tiros pararam, e provavelmente eles foram embora, me deixando ali, me amaldiçoo por ter deixado meu telefone na viatura. As lágrimas saiam sem dó, com um tempo, eu adormeci, acordei com a porta sendo batida, e a figura de Huck entrando apareceu, ele veio em minha direção, e abaixou uma alça do meu sutiã, começou a mordiscar meu pescoço e eu sentia vontade de vomitar, levantei minha cabeça na intenção de pelo menos não ver isso e pedi mentalmente para que Deus me ajudasse, que pelo menos ele me matasse logo, eu não queria viver essa tortura.
Quando ele acabou com os beijos no meu pescoço e colocou a mão na aba do meu sutiã, só escuto um barulho de algo se chocando e o estrondo de Huck caindo no chão, meus olhos acompanham a figura dele cair após uma paulada na cabeça, eu subo o olhar a procura do meu “herói” e me deparo com alguém que eu nunca imaginaria;
-Vi... Victor? – minha voz sai falha por conta do choro, pisco algumas vezes esperando ser uma alucinação. Ele caminha até mim e cuidadosamente desamarra as cordas do meu pulso, alisando o local, ele vem pra minha frente e analisa meu braço; -Você, está bem? Ele te ... AM, é. – ele tenta falar.
-Não, por um triz. – eu sussurro e lagrimas caem, ele sobe o olhar pro meu rosto.
-Ainda bem, que eu cheguei a tempo – ele sussurra e eu limpo as minhas lagrimas .
-Obrigada, muito obrigada. – eu falo e lágrimas invadem de novo. -Para, não precisa agradecer, vem, vamos sair daqui. – ele pega meu colete catando as outras coisas e puxa meu braço passando o dele envolta do meu ombro, eu escoro nele, eu estava fraca. Agradeço a Deus mentalmente, passamos por um lugar extremamente escuro e saímos numa rua que o caro dele estava estacionado. Ele abre a porta pra mim, e entra no carro da partida e eu adormeço, acordo com uma jaqueta em cima de mim cobrindo meu corpo, me viro e ele está no banco mexendo no celular.
-Por que não me acordou? – falo e ganho a atenção dele que bloqueia o telefone e sai do carro abrindo a porta pra mim, quando eu saio ele responde; -Você parecia muito cansada, não quis incomodar. – ele responde me olhando.
-Obrigada Victor, de verdade, se você não aparecesse ele teria... – lágrimas vem a tona de novo .
-Não há de que. Olha eu não posso ficar, liga para suas amigas, elas te farão companhia.
-Aham, Boa noite. – falo e ele devolve um sorriso me fazendo sorrir também, antes dele ir embora pergunto; - Posso te fazer uma pergunta?
-Sim – ele fala se virando pra mim.
-Como você conseguiu entrar ali? Você estava no tiroteio?
-Não, eu tinha ido à casa do Ike, ele em disse da invasão só que nem liguei, depois o Huck apareceu lá descrevendo você como a puta que ele ia comer, pelos detalhes me liguei que era tu e segui ele, vou colar lá pra que eles não desconfie. – assinto e sorrimos.
Meus Deus!
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