A última Duplicata

Capítulo 100 - Meu conforto.

Ainda assim, dessa vez foi diferente. Pode-se correr de alguém de quem se tenha medo; pode-se tentar lutar com alguém que se odeie. Todas as minhas reações eram preparadas para cada tipo de medo. Mas quando se ama aquele que pode matá-la não restam alternativas. Como se pode correr, ou lutar, contra quem se ama? Quando ele é alguém que você ama de verdade, fará tudo que ele quiser.

Eu estava na porta do quartel só esperando-o. Acredito que o amor duradouro é possível. Eu estou cansada de fugir, de mentir para pessoas boas, eu só quero ser feliz como eu deveria ter sido.

E lá estava ele, tão cheio de paixão e medo, remorso e duvida. Não demorou muito para eu perceber que eu sempre estive apaixonada por ele, só eu não enxergava.

Parecia que Klaus esperava por isso há séculos, e ainda não tinha caído sua ficha. E eu também estava com medo. Medo de julgamentos, medo do Elijah, ou de qualquer outra pessoa. Mas eu o amava tanto que doía.

- Eu sempre achei que ele fosse melhor do que eu.

Ele toca a ponta de seus dedos em meus cabelos ruivos e escorridos colocando-os atrás da orelha. Sua respiração cruzava com a minha tão puros como o ar que corria entre nós.

- Sabe apesar de tudo que fizemos, de quem perdemos... estamos aqui, você não está sozinho. Porque em cada pedaço de mim, haverá um pedaço de você.

Ele me lança um beijo desesperador tentando conectar cada fio de eletricidade que tinha em nós dois. E parecia que agora eu estava mais do que completa. Como se finalmente eu tivesse me encontrado, e que minha vida tivesse um sentido. Aqui está o amor jovem, cheio de promessas, esperança... Acho que a vida é um presente e não pretendo desperdiçá-la. É preciso aceitar o que vier, fazer cada dia valer a pena. Temos o para sempre para vive-la, então, temos que fazer tudo o que pudermos para garantir que esses anos sejam tão completos quanto possível.

E depois de um sexo quente e cheio de paixão, me deitei sobre seu peito suado e forte, sentindo sua respiração ofegar. Eu o amava demais, cada detalhe, cada imperfeição, cada monstruosidade que ele já fizera me fez ver que eu tenho uma alma piedosa, e ver o quanto ele mudou por causa de mim. Não importa quanto tempo passe, eu sempre vou amá-lo.

- Você fez a coisa certa. Fez o que outros tiveram medo de fazer. - Falei enquanto ele passava os olhos em meu rosto analisando cada detalhe de minha pele perfeita.

- Anna, você me ajudou a sentir uma coisa que eu pensei que nunca fosse possível. Eu era uma criatura diferente, eu era cruel, era malvado, eu adorava o terror que eu inspirava nas pessoas. É como se você me salvasse da minha escuridão. Eu sou louco por você. Sempre estive apaixonado por você. - Ele fala pausadamente, com bastante cuidado com as palavras. Lhe dei um selinho longo e demorado.

- O que acha que seus irmãos vão falar? ... O Elijah... — De muitas maneiras verdadeiras, eu o amava. Ele era o meu conforto, meu Porto Seguro. Naquele exato momento, eu preferia que ele me pertencesse.

- Eu acho que em mil anos, eles procuraram minha rendição, e agora que consegui, eles vão me apoiar. Mas você deve falar com o Elijah o mais rápido possível. — Ele pegou meu rosto entre suas mãos de pesadas, segurando-o com firmeza enquanto seus olhos de meia-noite cintilavam nos meus com a força gravitacional de um buraco negro.

- Eu sei... Farei isso logo.