Malaquita

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O prato a sua frente era igual ao que recordava de sua amada Shijie, tinha o mesmo cheiro e parecia ter o mesmo tempero, definitivamente era a sopa de raiz de loto com costela de carne de porco, e não uma simples sopa como as que vendiam nas tendas de comida, não, essa era autentica, era deliciosa como se sua própria irmã tivesse a preparado para eles depois de uma situação tensa tal e como nos velhos tempos.

Chorar diante do prato era pouco, sua mente estava cheia de lembranças de sua vida passada que o abrumaram e o fez sentir que todo mal em suas duas vidas nunca havia passado, que sua irmã continuava viva em algum lugar na cozinha e seu tio e Madame Yu estavam treinando os discípulos.

Era nostálgico.

Lan Wangji pegou um pano e limpou o rosto de seu esposo, sentido – se estranhamente tranquilo agora que via essas lágrimas em lugar de dúvida e sofrimento – Prove – O animou.

Wei Wuxian pegou uma colher a encheu e levou a boca, o sabor era realmente como lembrava e isso o fez soltar outra lágrima que parecia que não ia a parar tão cedo.

- É como eu lembro, é como eu lembro a sopa de Shijie – seus olhos cheios novamente de lágrimas viram a seu esposo, que lhe deu um sorriso amável e fez um carinho por debaixo da mesa.

- Para de chora e come de uma vez antes que esfrie a sopa, aqui tem pimenta – Jiang Cheng lhe passou um pequeno recipiente o qual o pegou com gosto.

O ex Patriarca assentiu, demostrando – lhe um pequeno sorriso ainda com seus olhos vermelhos – Obrigado Jiang Cheng.

O mencionado deu um pequeno sorriso em resposta mas não voltou a levantar a cabeça, em troca se concentrou em seu prato como se nada estivesse passando ao seu redor.

Zewu – Jun era o mais emocionado com essas pequenas interações entre ambos os irmãos, mas não deixava transparecer, sabia que esse era um tema muito delicado que machucava a ambos e de passo a Wangji por seu esposo estar envolvido, por isso Xichen sempre viu a situação de forma preocupante por todos os possíveis lados, inclusive agora pelo lado de Jiang Cheng, já que antes era completamente alheio ao Líder.

Depois daquilo todos se concentraram em comer em silencio e quando todos estavam satisfeito foi servido o chá.

O Líder Jiang chamou ao Senhor Yu e lhe sussurrou algumas instruções ao homem mais velho e o mesmo sorriu e se retirou para cumprir as ordens sem dizer uma só palavra, aquilo causou curiosidade no Líder Lan que já conhecia um pouco ao homem e também um pouco a Wei Wuxian e Hanguang – Jun.

Minutos depois o ancião voltou ao lugar com duas caixas de madeira, uma pequena e uma maior, ambas tinham desenhos talhados de flor de lótus com nove pétalas idênticos a todas as imagens que se encontravam por toda a seita.

Jiang Cheng pegou a pequena caixa e tirou Zidian de seu interior, voltando a colocar em seu dedo índice. Logo pegou a seguinte caixa e pediu para que o seguisse.

Wei Wuxian e Lan Wangji se deram as mãos e o seguiram sem perguntar nada.

Lan Xichen e Lan Sizhui foram atrás e por último o Senhor Yu, que não podia conter seu sorriso de felicidade.

Uma vez que o Líder Jiang parou no centro do salão de conferencia pediu ao casal que desse um passo a adiante. Wei Ying olhou seu esposo que lhe devolveu um olhar confuso, mas entre ambos transmitiram confiança suficiente para avançar.

O Senhor Yu lhe ajudou a segura a caixa aberta, nela podia se ver alguns sinos do clã Jiang.

Jiang Cheng pegou um e se aproximou de Wei Wuxian, permanecendo um segundo em silencio antes de suspirar e levantar o olhar decidido e começou a falar – Te volto a dar a bem vinda ao clã Jiang, de onde nunca deveria ter saído. Nesta vida, volto a te reconhecer como irmão e não como discípulo, porque esse sempre foi o seu lugar – enquanto dizia essas palavras amarrou no cinto de Wei Wuxian um belo sino de prata com decorações em lotos e jade com as bordas roxas.

Pequenas nuvens roxas  - Small Purple Clouds ( Xicheng)Onde histórias criam vida. Descubra agora