Lucca
Não sei o que deu em mim para tacar aquele beijo em Luíza na saída do elevador. Nunca fui de beijar assim as mulheres e as vezes eu nem as beijava, mas aquela boca perfeita parece me chamar cada vez que a olho. Cazzo! Saí sem nem dar chance de ela falar alguma coisa. Peguei meu carro rumo a empresa, estacionei no local onde só quem tem acesso são os donos e/ou sócios, quando desci do carro, meu irmão estava chegando também, então pegamos o elevador privativo juntos.
—Bom dia Frattelino! Como anda a vida? — Ele pergunta daquele jeito leve dele.
—Bom dia Vince, está tudo bem. Apesar da minha cabeça está dando um nó desde segunda-feira — ele me olha como se me analisasse. Meu irmão me conhece e sei que vai vir pergunta pela frente.
—Lucca, eu te conheço o suficiente para saber que tem algo acontecendo. Sei que não é na empresa porque está tudo como deve, então, só pode ser na vida pessoal. O que aconteceu? — Sorrio sem vontade e respiro fundo olhando para o meu Frattelo mais velho.
—Nem eu sei Vince, esse é o problema! Nunca passei por uma merda dessa... Cazzo! Você sabe que nunca me envolvi com mulher nenhuma além ou sem contrato, a não ser para uma cena rápida num clube ou festa privada e agora eu estou meio que perdido, porque não entendo o que está rolando — meu irmão me olha sério.
—Você sabe que não sou a melhor pessoa para falar dessas coisas, não sei o que exatamente está acontecendo, mas tudo vai se acertar Lucca.
—Eu vou conversar com o Mike hoje no escritório, ele virá almoçar comigo e a noite pretendo ir ver nossa família, aproveitar a oportunidade e falar com o Pai — Vince assente e diz querer saber depois o que houve. Fofoqueiro!
Chegando no andar da presidência, cada um vai para sua sala cumprimentando brevemente Olga e Luíza. Na minha mesa já estavam os relatórios que precisava ler e os papéis que tinha que assinar, pois em breve fecharemos um bom negócio para a Bianchi's. Ali atolado em trabalho, nem vi a hora passar, até que alguém bateu na porta e logo vi que se tratava do Mike. O cumprimento com um abraço breve e indico a poltrona a frente da minha mesa. Ando até o mini bar, preparo duas doses do nosso uísque preferido, sem gelo, entrego um copo a ele e o outro levo comigo, me sentando e dando um gole em seguida.
—Então Lucca, o que houve para você me chamar para conversar assim com tanta urgência?
—Lembra quando você falou que eu talvez estivesse olhando nos lugares errados ou a pessoa poderia estar próxima a mim e eu não percebi? — Ele assente, mas ainda sem entender — então meu amigo, acontece que eu realmente já havia encontrado, pelo menos é o que eu acho, mas ainda não tinha me dado conta.
—Não entendo ainda onde está o problema nisso. Seja mais claro Lucca!
—Resumindo. Aquela Feiticeira que te recebeu antes de você entrar aqui, sim, porque ela só pode ser uma bruxa — meu amigo gargalha e eu o olho feio — desde o dia que ela entrou por essa porta para fazer a entrevista de emprego, simplesmente não consegui mais pensar em nada que não fosse seus olhos. Na segunda a gente quase se beijou no elevador... — começo a contar tudo que aconteceu entre nós dois, não entrei em detalhes sobre sua história de vida e seus medos, não tenho esse direito e Mike ouviu tudo atentamente.
—E agora você não sabe como mostrar a ela o seu mundo, o que gosta, e também não entende como o sexo com ela foi tão intenso se não foi pelos "meios" BDSM, certo? — Confirmo e ele começa a opinar.
—Sinceramente...eu acho que é mais simples do que você está pintando. Diferente de mim você não nasceu nesse meio Lucca, eu tenho pais que vieram de uma relação D/s, pra mim desde criança não me via em um relacionamento que não fosse por contrato e ainda sim, agora estou casado, com um filho e sou apaixonado pela minha esposa — nessa hora eu fiz uma cara de quem não estava entendo onde ele quer chegar, então ele prosseguiu — Você chegou pra conhecer a "comunidade" aos 18 anos porque sentia que faltava algo no sexo, queria saber se ali, você acharia essa coisa e até então parecia ter encontrado. O que eu quero dizer Lucca é que talvez, só talvez, faltasse a mulher certa. Porra, ela teve orgasmos múltiplos na primeira transa de vocês, isso é entrega mano, e a gente sabe que isso também faz parte de uma relação BDSM.
—Entendi o que você quer dizer e em partes eu concordo, porém não acho que quero largar o BDSM, eu gosto do controle no sexo, gosto quando a submissa me serve como deve ser, gosto de assistir as cenas, você sabe que aprecio o voyeurismo.
—Não disse isso Lucca. Mas conhecer alguém que já está inserida nisso como foi comigo e Jessi, é diferente de conhecer alguém que talvez nem saiba que isso existe. Então, deixe rolar, apresente seu mundo a ela, leve a um clube se achar que deve, se molde a ela, que se estiverem na sintonia que acho que estão, ela também vai se moldar a você. Creio que você vai ter que ceder um pouco e ela a mesma coisa.
Essa é a hora em que eu tomo o resto da minha bebida de uma vez, respiro e falo:
—Farei isso Mike! Vou conversar com meu pai também, você sabe que nossa relação é muito aberta. Eu conheço Luíza a quase duas semanas apenas, e ela já está causando um furacão na minha vida. Ela já sabe que eu tenho algo para contar para ela, mas pretendo fazer isso só amanhã, quando já tiver conversado com meu pai também. Agora vamos almoçar e jogar papo fora!
E assim fizemos até a hora da minha reunião. Mike foi embora e eu segui para a sala de reuniões sendo seguido pela minha bela secretária. A reunião foi tranquila, só queria saber como andavam as coisas no setor financeiro e ter certeza do que eu já sabia, está tudo em ordem. Então agradeci a todos e fui em direção a minha sala, onde fiquei até as 18:00h quando Luíza bate na porta recebendo uma permissão silenciosa para entrar — essas coisas que ela faz sem perceber, são coisas que uma submissa faria, o que é muito louco, ela entra, ficando parada um pouco distante da mesa onde eu me encontro.
—O Sr. queria me ver no fim do expediente, aqui estou — ela fala corando, linda demais essa Ragazza.
—Só quero que você saiba que a noite de ontem foi incrível Luíza, não pensei que fosse dizer isso, mas.... Tenho quase certeza que foi a melhor da minha vida e espero que você tenha se sentido desejada como deve — ela mexe nos dedos, e morde o lábio inferior em sinal de nervosismo e vergonha.
—Você está dizendo isso, mas... Lucca, eu nunca senti nada igual em toda minha vida e pensei que nem fosse possível sentir. Você me levou além do céu muitas vezes e apesar da vergonha, eu me senti mesmo desejada! — Sorrio de lado, chego perto dela, levanto seu rosto pelo queixo, dando de cara com aqueles olhos que me tiram do eixo.
—Aquilo foi só o começo Bella! Posso te mostrar muito mais do que aquilo se você permitir. Estou disposto a ver onde isso vai dar, espero que você também — ela afirma com a cabeça mas preciso ouvir e peço para que ela fale.
—Eu também quero ver onde isso vai dar Lucca, quero mesmo! — A puxo para junto de mim, beijando forte, duro, desesperado até faltar o ar. Aliso sua bochecha com o polegar e olhando nos seus olhinhos cor de âmbar, falo:
—Só peço que tenha a mente aberta, que me deixe te mostrar os prazeres que seu corpo pode sentir e que você consiga entender o quanto é gostosa. Você não merece menos que isso e até mais Luíza! — Os olhos dela brilham, marejam um pouco e ela que me beija dessa vez, um beijo doce e calmo, mas muito bom.
Depois desse papo, saímos juntos da empresa, já que pela hora não havia mais ninguém além dos seguranças. Deixo ela em casa que nem tentou contestar — aprende rápido — de lá, sigo para a casa dos meus pais. Além de matar saudade da minha família, quero muito falar com meu velho.
Como será que vai ser a conversa entre pai e filho?
O que será que está passando na cabeça da nossa Luluzinha?
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Meu CEO Dominador
RomanceMeu CEO Dominador - Livro 1 da Família Bianchi A atração entre eles é instantânea, mas seus medos e dúvidas não os deixam enxergar o que está bem na frente de seus narizes. Luíza Milani é uma mulher que passou por muita coisa na vida. Brasileira qu...