Lucca
Depois de minutos que pareceram horas, nos encarando em absoluto silêncio, ela respira fundo como se buscasse as palavras certas ou até mesmo coragem para poder em fim falar.
—Senhor, er... Lucca — porra, meu nome saindo dessa boca carnuda e bem desenhada quase me mata. Ela está nervosa. Não para de apertar os dedos. — Quero ser a mais sincera que posso, pelo menos até onde eu consigo, está bem?
Aceno com a cabeça para que ela prossiga.
—No dia da entrevista, quando nossas mãos se encostaram... — rapidamente a corto porque sei o que ela quer dizer.
—Eu também senti Luíza! Você está falando do arrepio, da sensação de eletricidade que passou por nossos corpos, certo? — Ela balança a cabeça em positivo.
—Então... depois disso, fiquei tentando entender o que havia acontecido. Eu nunca senti aquilo com ninguém na vida! Não que eu tenha tido muitas oportunidades de sentir algo assim — ela fala a última parte quase num sussurro, mas eu escuto muito bem e admito que acho muito bom saber disso, porém me deixa ainda mais curioso para conhecer mais sobre ela.
—Achei que fosse coisa da minha cabeça, segui os dias normalmente. Achei que só tinha me sentido atraída pelo Senhor, afinal de contas não posso negar a sua beleza, não sou cega, mas não sou assim, não sou a garota desinibida que chama atenção porque quer. Eu era a menina nerd da escola, na faculdade não foi diferente... a maioria dos meus colegas saía para curtir em quanto eu ficava no dormitório estudando, porque tinha e ainda tenho o objetivo de trabalhar na minha área de fato, eu gosto, me faz bem. Então hoje, tudo que pensei que sabia, parece que não sei mais e o que eu já não sabia ficou ainda pior. O que estou tentando dizer é que estou disposta a te conhecer, estou disposta a ver o que vai acontecer, mas preciso que tenha paciência comigo. Existem coisas da minha vida, do meu passado que... — ela não consegue falar. Nesse momento seu olhar âmbar esverdeado, tão claro, está perdido em um ponto qualquer do escritório.
Me aproximo dela novamente, sem maldade alguma, sem segundas intenções e olho bem dentro dos seus belos olhos:
—Ragazza, respira tudo bem? Vamos no seu tempo, quero que você confie em mim, que me conte qualquer coisa sabendo que não vou julgar ou criticar, sei ser um bom ouvinte quando é necessário — ela dá um mínimo sorriso e assente com a cabeça.
—Eu... — respira fundo mordendo o lábio e volta a olhar em meus olhos — eu aceito esse lance aí de nos conhecermos melhor Lucca, quero saber quem é o poderoso e dito mulherengo Lucca Bianchi! — Nessa hora, já percebi que teria um, "mas" — mas quero discrição aqui na empresa, quero que pelo menos em quanto tentamos entender o que é essa coisa que nos atrai como imã, que aqui dentro a gente se trate como chefe e funcionária. Eu sei que as vezes será estranho, difícil, afinal vamos criar certa intimidade, mas vai ser só até termos certeza de que queremos mesmo isso.
—Está certo! Eu concordo, apesar de achar que vai ser muito difícil não querer pelo menos te abraçar aqui dentro, entendo e respeito seu ponto. Não quero misturar as coisas, pelo menos, não agora e nem quero que se sinta constrangida, então... — Dou uma pequena pausa, pensando que estou realmente fazendo isso, que eu realmente vou arriscar a tê-la para mim — Janta comigo amanhã? Conversamos, nos conhecemos e se você sentir que deve, você continua a contar o que começou hoje, o que acha?
Ela olha para assuas mãos parecendo pensar na resposta, levanta o olhar para mim novamente e com um sorriso de acabar com qualquer um ela diz, que tudo bem — Cazzo Lucca, ela aceitou!
—Então amanhã depois do expediente, e pego na sua casa e vamos jantar. Vai ser algo simples, não se preocupe. Só um jantar para que nos conheçamos melhor.
—Tudo bem Senhor — não faz isso comigo Luíza, assim meu pau não aguenta — quer dizer, Lucca. Acho que não tem problemas! Agora vamos? Está tarde, minha amiga Emma deve estar preocupada, já ligou algumas vezes e não atendi.
—Vou te levar em casa, vamos! — Ela me olha sem jeito, mas pelo meu tom, sabe que não há discussão.
Descemos para o subsolo onde meu bebê está estacionado e ela fica de boca aberta, o que me faz querer rir. Meu carro preferido, é uma Lamborghini Aventador SPL 770-4 SVJ é um belo carro, além de correr muito é bastante confortável. Ela analisa o carro em quanto abro a porta para que ela entre. Já dentro do carro ela diz onde mora e é a uns 35 minutos daqui o que me faz crer que ela acorda bem cedo para vir trabalhar todo dia, pois depende do transporte público.
Chegando na porta do seu prédio, percebo que é simples mas parece ser seguro, não tenho certeza. Antes que ela pense em sair eu a puxo pelo braço, fazendo com que ela olhe para mim, pego seu queixo dando mais um beijo gostoso nela. A Ragazza chega a suspirar no meio do beijo e por último dou um selinho nela com a promessa de que amanhã temos um compromisso juntos. Ela sorri, corada e linda, descendo carro em quanto a observo entrar.
Ligo o carro ouvindo o som do motor rugir seguindo agora em direção a minha cobertura. Durante todo o percurso, só consigo pensar que eu estou louco ou muito fodido. Nem avançamos o sinal ainda e já sinto uma conexão absurda, um instinto de proteção que só tive até hoje com minha família. Não sei a causa disso, mas espero que amanhã nesse jantar, algumas coisas se esclareçam.
Inferno de mulher gostosa!
Ao chegar em casa, esquento a comida que a Marta deixou no micro-ondas, janto, tomo banho indo dormir com a certeza que amanhã verei ela e se até sexta-feira tudo estiver indo bem, vou conta-la como sou, o que gosto.
O que será que vai ser desse jantar? Será que Luíza vai se abrir de todo ou será que ainda não está pronta pra contar toda sua história?
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Meu CEO Dominador
RomanceMeu CEO Dominador - Livro 1 da Família Bianchi A atração entre eles é instantânea, mas seus medos e dúvidas não os deixam enxergar o que está bem na frente de seus narizes. Luíza Milani é uma mulher que passou por muita coisa na vida. Brasileira qu...