Cap.29 - Controlador

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Luíza

Cheguei no horário hoje na empresa, graças a Deus!

Preciso urgente começar a ver alguns carros com a Emma, facilitaria muito nossa vida e agora que estou trabalhando podemos fazer isso sem problemas. Podemos achar um carro bom e com um preço acessível.

Subo para o meu andar dando bom dia para as pessoas que vejo pelo caminho, vou até minha mesa guardando minhas coisas, ligando o computador e checando a agenda que terei que passar pra o Lucca. Já, já ele aparece passando por essas portas de metal.

Me sento em minha cadeira, já adiantando alguns relatórios e revisando documentos quando o elevador se abre dando passagem para o homem alto, forte, barba bem-feita, loiro, dos olhos azuis mais lindos que já vi, num terno preto de três peças. O seu cheiro com notas amadeiradas de homem viril, toma conta do lugar — impecável como sempre, esbanjando poder por onde passa.

Às vezes me questiono se estou à altura de um homem como ele, porque vamos combinar, ele é bastante acima a da média e eu, bom, eu sou apenas uma mulher bonita, não me vejo com os olhos dos outros que dizem que sou lindíssima e tudo o mais. Saio dos meus devaneios com sua voz grossa de dez trovões soando em meu ouvido num sonoro bom dia.

—Bom dia Sr. Bianchi! Vai querer que passe sua agenda agora?

—Sim! Venha comigo! — Me levanto o seguindo para sua sala sentindo seus olhos queimando minha pele. Ele senta na sua cadeira e eu permaneço em pé ao lado da mesa e começo a passar seus compromissos.

—Que bom que só tem uma reunião e só parte da tarde! — Ele dá uma pausa —Luíza? — Na mesma hora o olho com atenção, afinal ele chamou pelo meu primeiro nome, sem formalidades.

—Você por acaso já marcou o médico?

—Sim, marquei no sábado mesmo assim que cheguei em casa.

—Certo, quando vai ser a consulta? — Eu hein, para que tanto interesse?

—Vou hoje no meu horário de almoço, o consultório é aqui perto, não vai interferir no trabalho — ele sorri de lado com o que eu falo e fico sem entender até que...

—Ótimo, vou com você e de lá nós podemos almoçar! — Olho para ele tentando saber se é sério, mas seu tom autoritário não deixa dúvidas.

—Tudo bem. Mas na volta vou vir andando. Acho que ainda não está na hora de explanar que temos algo, se nós nem sabemos o que é ainda — pela cara dele, sei que ele não gostou, mas não vai se opor.

—Não tenho muito o que fazer, não é? — Aceno confirmando — então vamos ao trabalho agora Srta. Tem muito o que ser feito.

Depois que sai da sala de Lucca me afundei nos relatórios e só percebi que era hora do almoço quando notei um corpo enorme ao lado da minha mesa observando cada movimento meu.

—Vamos? — Aceno para ele e descemos pelo elevador privativo que dá direto onde seu carro fica. Olga já não estava na recepção então não tinha problemas descermos juntos.

Passei o endereço da clínica e logo estávamos a caminho. Fomos todo percurso num silêncio bom, ouvindo os clássicos de rock e em instantes entramos na recepção do consultório.
Lucca chamou atenção de todas as mulheres assim que passou pelas portas meu lado — reviro os olhos — mas nem pareceu perceber, deve estar acostumado. Uns cinco minutos depois a recepcionista avisa que eu já posso entrar, por um momento achei que ele ia querer entrar comigo, mas dei graças a Deus quando não se levantou.

Entrei na sala da médica e ela é uma simpatia. Aparenta ter uns 47 anos, baixinha, cabelos curtos e um sorriso acolhedor nos lábios.

—Bom dia Dra. Olivia!

—Bom dia Srta. Milani — fala confirmando meu nome no seu computador — Me diga, o que lhe traz aqui?

—Preciso atualizar meus exames e ver um método contraceptivo mais adequado para o meu corpo — ela acenou em positivo em quanto olha algo no sistema.

—Bom Srta. Luíza, posso chamar assim? — Concordei sorrindo — peguei os seus antigos exames com a outra médica que te atendia. Pelo que vejo está tudo ok com você e seus exames não são muito antigos, portanto não vejo necessidade em refaze-los. Vamos só te examinar e conversar um pouco, tudo bem?

Tudo está realmente bem comigo. Ela fez algumas perguntas que deixaram minhas bochechas vermelhas, outras sobre a possibilidade de algo hereditário e por fim decidimos pela pílula — mesmo que eu tenha que lembrar diariamente, foi a mais indicada para mim — só fui instruída a pelo menos na primeira semana, a não descartar ainda o uso do preservativo para não correr riscos. A Doutora me entregou a receita do remédio e disse que se tivesse algum problema podia ligar para o consultório. Agradeci a atenção e simpatia já saindo da sala dela.

—Já? — Estranhou Lucca, porque até que foi bem rápido, então explico tudo a ele — Que bom então. Me dê esse papel aqui, vamos logo comprar isso — tive nem tempo de falar nada, ele saiu me rebocando da clínica e quando vi já estava dentro do carro o esperando voltar da farmácia. Misericórdia que homem mandão é esse?

—Prontinho! — Entra no carro já me entregando a sacolinha — vai começar a tomar hoje, não é?

—Na hora do almoço eu tomo e já boto o lembre no celular!

—Vou colocar no meu também para não ter perigo de esquecer — olho pra ele com os olhos um pouco arregalados e sobrancelha erguida — Que é? Uma das minhas obrigações é cuidar de você e eu farei isso — nem falei nada.

—Vamos logo para o restaurante, estou morrendo de fome!

—Certo Baby, vamos matar sua fome!

Meu pai eterno onde eu fui amarrar meu burro?!

Fomos o caminho para o restaurante jogando conversa fora, descontraídos. Eu me sinto bem na presença dele, sentir seu cheiro que inunda todos os ambientes que entra, que me deixa inebriada é um alento na alma e ao mesmo tempo um frenesi que se forma no meu interior. Esse homem causa tantas coisas em mim que eu fico até tonta!

O almoço foi tranquilo, cheio de conversas triviais e do início do meu anticoncepcional.

Voltamos para a empresa sozinhos e o resto do dia passou tranquilamente, até o Lucca me chamar no seu escritório.


Continua...


Soltando mais um capítulo pra vocês! O que acham desses que está começando a se encontrar como casal?

Votem e comentem por favor!

Meu CEO DominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora