Cap.65 - Inesperado II

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Lucca

Meu dia hoje no trabalho foi muito exaustivo, Luíza não voltou depois da consulta com a Dra. Olívia, porque Emma não estava se sentindo bem e claro, que eu disse que ela não precisava voltar para a empresa, mesmo que a presença dela fosse um grande facilitador pra que as coisas fluíssem com mais rapidez durante o resto do dia.

Mesmo cansado, decidi ir para casa tomar um banho, trocar de roupa, comer algo para depois me encaminhar até o apartamento dela para saber da consulta e também se a Emma já está bem.

Assim Emma abriu a porta, percebi de cara que ela estava bem e fui até o sofá cumprimentar a Luíza. Quando a Ragazza começou a narrar o que aconteceu depois da primeira vez que fomos a boate, juro que não estava entendendo nada, mas foi ela dizer: " É que na verdade, tomar duas pílulas não compensou Lucca!", que minha cabeça explodiu começando a entender o que ela estava querendo me contar. Precisei perguntar, porque eu não estava conseguindo acreditar no que ela me dizia — ainda acho que não acredito — Não tive a melhor das reações, sei disso, mas eu realmente precisava de ar para respirar e de um tempo pra pensar. Nunca na minha vida sonhei em ser pai — caralho, olha o peso dessa palavra — mas, pensava que em um futuro distante eu fosse sim, ter um filho, num momento em que eu estivesse preparado e que fosse planejado e não um susto.

Não vou abandoná-la, não sou irresponsável e tão babaca a ponto de fazer algo assim, mas eu realmente preciso ficar sozinho com meus próprios pensamentos, por esse motivo, estou a caminho da casa de campo da minha família que fica a mais ou menos duas horas da cidade de Nova York. Passei em casa apenas para pegar uma muda de roupa e liguei para o meu irmão, que ficou sem entender porra nenhuma quando pedi que amanhã ele tomasse a frente da empresa, a única coisa que eu disse, foi que precisava pensar e que ele não dissesse a ninguém para onde estou indo, pela forma que falei ele não insistiu, apenas mandou que eu avisasse assim que chegasse na casa de campo.

Nesse momento já cheguei, avisei a Vicenzo, peguei uma garrafa de uísque e me deitei em uma espreguiçadeira do lado externo da casa, olhando para o céu em quanto penso em tudo.

A quatro meses atrás eu estava à procura de uma nova submissa para aplacar minhas necessidades, Luíza apareceu numa entrevista roubando todo meu coração para ela, comecei um relacionamento totalmente inédito pra mim e quando penso que as novidades na minha vida pararam por aí, recebo a notícia de que serei pai — puta que pariu, PAI! — Não sei como agir, o que dizer, o que fazer, quando eu ouvi da boca dela que está grávida o ar pareceu sumir completamente dos meus pulmões, eu literalmente desaprendi como se respira.

O problema obviamente não é dinheiro, estrutura ou coisas do tipo, o problema é que não sei se posso ser um bom pai, não me sinto preparado para esse papel e sempre que pensava nessa possibilidade, a certeza que me tomava é a que quero ser o que meu pai foi e é para mim e meus irmãos. Seu Vittorio, junto com minha mãe foram os melhores e seguem sendo assim até hoje, sempre foram carinhosos, dedicados - apesar da vida corrida - nos ensinaram a dar valor para todas as coisas, desde as maiores até as mais simples, ajudaram a acharmos nossos caminhos, a lutar pelo que acreditamos e a pôr a família sempre em primeiro lugar. Eu, Vicenzo, Elisa e até o Luigi, fomos criados para cuidar, zelar e amar a família. A única coisa que quero, é poder ser essa base forte para o meu filho — solto o ar com força bagunçado pela milésima vez o cabelo em quanto juro que vou enlouquecer.

Depois de tomar meia garrafa de uísque e não chegar à conclusão nenhuma, resolvo que preciso conversar com alguém. Mesmo já estando meio tarde ligo para o meu irmão, sei que ele vai adotar sua postura de advogado CEO sério e me ajudar a clarear a mente. Chama algumas vezes antes que ele atenda.

—Fala Frattelo, aconteceu algo? Você está bem? Foi para a casa de campo do nada, só avisando para que eu não contasse para ninguém e ficasse a frete da empresa amanhã — sabia que ele estaria preocupado, mas me daria espaço até querer falar.

Meu CEO DominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora