Cap.27 - Proposta II

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Luíza

Estou a um bom tempo aqui no escritório do Lucca em sua cobertura e já perdi as contas de quantas vezes eu li o bendito contrato de submissão. Não tem nada muito além do que ele já havia me dito, só entendi melhor a questão médica que basicamente diz que tenho que estar saudável e ir a um ginecologista — coisa que eu já fazia — para ver um método contraceptivo. Até agora não marquei as coisas que pretendo "provar" em relação ao BDSM nesse nosso relacionamento sem nomenclatura — que não temos ideia do que é — caso assine esse papel.

Depois de o que parecem horas analisando o papel, vou até a parte externa da cobertura onde está localizada a piscina e que Lucca disse que estaria. O dia está bonito, super ensolarado. Ele se encontra deitado numa espreguiçadeira olhando fixamente para algo que não faço ideia do que pode ser — ele e o sol são uma combinação linda de se observar — parecendo pensativo. Me aproximo dele devagar.

—Oi! — Ele sacode a cabeça como se estivesse tentando acordar de um transe.

—Ah, oi Luíza! Então, o que decidiu? — Não falo nada, apenas estendo minha mão lhe entregando o envelope de cor amarelada.

Ele me olha atentamente em quanto o pega de mim — parece tentar adivinhar o que decidi, só pelas minhas expressões e gestos — logo depois ele abre o envelope tirando o papel de dentro começando a ler em seguida.

— Então você assinou? — Ele parece bastante surpreso, mas achei que estava na cara, que eu iria me jogar nessa coisa toda de cabeça. Não que a possibilidade de dar o fora não tenha me passado pela cabeça, porém, todos meus instintos dizem para que eu vá em frente.

—Pois é. Achei que estava na cara o que eu quero — falo da forma mais clara possível para que não haja dúvidas da parte dele sobre minha decisão.

—Mas pensei que você talvez se sentisse sei lá, desconfortável, em ter um contrato para seguir numa relação que, nem sabemos que nome dar ainda.

—Lucca, não vou dizer para você que acho super de boa ter que assinar um contrato para "tentar ver no que isso entre nós vai dar", porque eu sinceramente não acho. Porém, estou disposta a seguir com o que quer que tenhamos começado, desde aquele dia do elevador — ele abaixa a cabeça e acena concordando com o que eu acabei de dizer, mas logo me olha novamente.

—Agora eu vou assinar também e guardar na gaveta que estava antes. Você leu tudo então sabe que deve ir ao médico, a diferença é que não vai haver exigências que normalmente eu faria, enfim, você já sabe de tudo — ele fala sério e eu adoro.

—Vou marcar uma consulta, não se preocupe. Agora tenho que ir para casa, Emma e Adam devem estar pensando que eu morri - ele sorri sem vontade.

—Está bem então. Vamos nos falando por mensagem tudo bem? — Afirmo com a cabeça — vamos lá dentro para você botar seu vestido e aí te levo até o elevador.

Me vesti e fomos em silêncio até a saída da cobertura. Quando apertei o botão do elevador o Lucca me puxou para um abraço super apartado e um beijo carinhoso, lento, delicioso, dando aquela mordidinha no meu lábio que me deixa maluca. Um beijo que ainda não tínhamos dado.


Quando o elevador chega, nos separamos e antes que eu seguisse meu rumo, ele põe as mãos entre as portas do elevador para que o mesmo não desça.

—No quarto de jogos... TUDO foi incrível Luíza! — Dá ênfase no tudo para que eu entenda que não foi apenas o nosso jogo — avisa que chegou bem em casa. Se cuida! — Foi ele falando e tirando a mão para o elevador descer.

Eu estava numa maré de pensamentos. Tinham tantas coisas passando pela minha cabeça. Medos, dúvidas, ansiedade, euforia. Tudo junto. Na frente do arranha céu o táxi já me esperava, fui pensativa até chegar no meu destino. Eu preciso contar tudo aos meus amigos, preciso da ajuda deles para esclarecer minha mente. Nem percebi quando cheguei em casa, o elevador parecia levar uma eternidade para chegar no quarto andar. Assim que entro no AP já dou de cara com dois seres jogados de qualquer jeito no sofá vendo algo que não presto atenção, na televisão.

—Apareceu a margarida! — Zomba Emma assim que me vê.

—Nem vem Emma, eu vou trocar de roupa e já venho conversar com vocês dois — só ouvi o grito de Adam e a risada de Emma.

—VAI LOGO FLORZINHA FOGOZA!

Eu mereço uma coisa dessas? Certeza que não tenho amigos que batem bem da cabeça. Chegando no meu quarto a primeira coisa que faço é tirar a roupa que estou vestindo para colocar algo mais confortável. Pego meu velho camisetão que tanto amo e a minha amada calcinha boxer — são uma ótima opção de conforto quando se está em casa — Mando uma mensagem para o Mandão Gostoso, avisando que cheguei em casa e fico um tempo enrolando para voltar a sala, conheço o suficiente o Adam e a Emma para saber que eles vão querer saber cada mínimo detalhe de cada coisa que aconteceu desde o momento que pus os meus pés para fora desse prédio. Preciso de toda a nova Luíza que está surgindo para conseguir satisfazer todas as dúvidas e curiosidades que vão sair de suas bocas e mentes totalmente sem filtro — sim, comigo eles não fazem questão nenhuma de medir as palavras — é incrível como somos diferentes nesse sentido, se bem que provavelmente muito desse meu filtro possa ter a ver com minha vivencias ao longo da vida. Respiro fundo sabendo que não tenho como fugir disso. Me levanto da poltrona que havia me sentado em quanto ficava enrolando indo lá, enfrentar o questionário dos meus maluquinhos e matar a saudade que estou sentindo deles.

Que Deus me ajude!


Capítulo curtinho pra avisar que, dependendo do alcance deste cap. ainda hoje vou postar a conversa entre Luíza e os amigos!

Então... Votem e comentem bastante!

Meu CEO DominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora