Capítulo 76: O Festival Esportivo de Outono - Parte 10

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Violet ainda corria.

Ela corria a muitos minutos agora, já adentrando a densa floresta.

O meio de suas pernas chegava a latejar de dor a essa altura, mas ela ainda assim não parou. Sua visão estava nublada por causa das lágrimas, mas ela nem mesmo se importava com o destino que traçava, apenas querendo fugir para o mais longe possível que conseguia da vergonha e humilhação pela qual passou naquele Estádio.

E o pior era que ter sido exposta de forma íntima e cruel na frente de tantas pessoas não era o que mais doeu em Violet, e sim o fato de achar que tudo o que ela viveu com Arthur não passou de uma mera farsa para ele.

Esse pensamento dilacerava seu coração tanto que ela chegava a perder o ar.

Quando Violet parou, percebeu que estava ao lado de um lago cristalino muito familiar. Seus olhos se levantaram e deram de cara com a CID do outro lado daquele lago, um pouco mais elevada naquela planície, romântica, acolhedora e brilhante, iluminada pela luz do sol do meio dia.

Violet ficou por um tempo apenas fitando a casa inexpressivamente. Então a visão de tudo o que passou com Arthur naquele lugar lhe fez ficar possuída de fúria a ponto de ela voltar a correr.

Aquela garota não estava com seu colar e a chave dourada daquele lugar, e nem sequer precisava daquilo para entrar. Violet arrombou a janela lateral da casa com sua força monstruosa e entrou pela parede onde estava o enorme painel de Arthur.

Assim que entrou naquele lugar, ela se virou para todos os lados com enorme fúria, pensando por onde deveria começar a destruir aquele lugar maldito que lhe trazia lembranças lindas e mentirosas.

O lugar estava escuro, unicamente iluminado pela luz que advinha da janela arrombada por Violet.

E a luz daquela janela iluminou certo objeto de vidro em cima da mesa de centro a frente da lareira.

Aquele brilho atraiu a atenção de Violet e ela enfim percebeu aquele cubo de vidro com dois corações, um cor-de-rosa e outro azul, entrelaçados romanticamente, o símbolo que Arthur trouxe para aquele lugar para mostrar seu suposto "amor".

Violet achou que aquele seria um bom objeto para começar sua futura destruição e agarrou tal objeto com força, o lançando ao chão da CID em seguida com violência, sem a menor misericórdia, para tentar diminuir um pouco sua dor.

Mas ver aquele objeto espatifado e em frangalhos no chão não deixou seu coração melhor. Pelo contrário, fez doe-lo mais ainda.

Violet ficou tão angustiada por ver aquele objeto quebrado que começou a tentar junta-lo com as mãos trêmulas em desespero, cortando-as profundamente nesse processo.

Quando viu que não havia jeito de ajeitar a destruição que causou, Violet parou de lutar e se sentou no chão, ao lado da lareira. E naquele momento seu choro foi ainda mais doloroso do que jamais havia sido antes.

Ela chorava porque suas mãos e partes íntimas doíam absurdamente, chorava porque tinha quebrado aquele vidro escolhido por Arthur e não queria ter feito aquilo, chorava porque não conseguiria quebrar mais nada naquela casa, chorava porque ainda não conseguia odiar Arthur a ponto de conseguir ter forças para destruir a CID, chorava porque ainda o amava...

E Violet permaneceu ali, sentada naquele chão frio, encolhida e chorando, tremendo e se lamentando, abraçando os ombros enquanto se questionava o porquê de tudo aquilo estar acontecendo com ela, se ela era realmente tão cruel assim com todos para merecer aquilo...

Enquanto isso, a situação no centro do campus ainda parecia caótica, embora controlada.

Os seguranças Janssens de Aaron conseguiram, com suas forças, acalmar a maior parte dos conflitos mais inflamados entre pais e alunos. Contudo, as pessoas naquele Estádio acabaram saindo dali e se espalharam pelo campus, levando juntamente consigo suas brigas. E o campus era grande demais para ser abarcado apenas pelos seguranças de Aaron.

O Colégio dos Talentos - World Talents College - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora