Capítulo 39: A descoberta da "CID" e a tarde na confeitaria

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Violet saiu para correr na manhã seguinte. Ela usava a roupa roxa do encontro que teve com Arthur e a única coisa que levou foi uma pequena garrafa com água pendurada em seu cinto. Seus cabelos ainda estavam soltos ao vento. Apesar de tudo, ela gostou bastante de tê-los assim e resolveu que continuaria a usá-los desse jeito, apesar de seu efeito não ter sido o esperado.

Violet estava levando a sério seu treinamento para o Festival e queria conseguir estar em sua melhor forma naqueles dias. Ela já havia conseguido recuperar totalmente os quilos e noites mal dormidas que teve por causa do coma de Arthur, mas ainda precisava caprichar em seu treinamento para voltar ao seu normal 100%.

E além disso, ela também queria ter um tempo sozinha para pensar em tudo o que estava acontecendo em sua vida ultimamente. Enquanto corria pelos caminhos arborizados do campus, ela pensava em muitas coisas, mas principalmente na pessoa que mais a deixava intrigada: seu amado Arthur.

As ações de Arthur sempre eram tão confusas e ambíguas. As vezes ele era perfeito, como no sexto encontro, quando até chegou a apresentá-la ao BoatDog e até se balançou com ela em balanços de madeira. E às vezes ele agia de um modo totalmente confuso, diferente, e até bem cruel, como naquela noite do quinto encontro no ginásio de Muay thai. Naquela vez ele queria puni-la como o Chefe dos rebeldes porque estava com raiva por achar que tinha sido "usado". E Violet sabia disso, que o comportamento maléfico de Arthur naquela noite tinha sido ocasionado por conta dessa questão. Só que dessa vez, no almoço de ontem, Arthur agiu cruelmente contra outra pessoa, um garoto qualquer, para impedi-lo de chegar perto dela, para destruir o que aquele garoto havia dado a ela.

Violet não era tão tola. Ela sabia que aquele papo de Robbert com certeza era só uma distração para a multidão, e até começou a desconfiar que talvez Arthur tivesse acabado por deixar escapar algo sobre a relação deles para seus melhores amigos, hipótese essa que ela não tinha pensado até então. Mas isso não era o que mais a perturbava... Não era isso nem de longe.

O fato de Arthur ter agido daquela forma contra um garoto que estava prestes a tocá-la, o fato dele ter dito sentenças tão ambíguas e falado aquelas últimas palavras enquanto olhava pra ela daquela maneira triste, tudo isso fez despertar em Violet uma pergunta que ela nunca pensou que faria para si mesma.

"Será que Arthur estava com... ciúmes de mim?" Ela se permitiu questionar apenas uma vez. Todavia, logo depois de pensar nessa pergunta, ela a afastou balançando a cabeça e dizendo a si mesma em tom zombador enquanto ainda corria: "Isso é impossível!".

Apesar de sempre demonstrar com seu rosto superior estar acima dos outros seres humanos, Violet não tinha autoestima o bastante para se permitir pensar que o seu "Príncipe Encantado", o garoto mais lindo e perfeito que já viu, o homem de seus sonhos e aquele que mais ama, ela não conseguia se permitir acreditar que Arthur pudesse sentir tais coisas por ela. Violet ainda se achava simples demais, cruel demais, fria demais, feia demais, comum demais para Arthur. Mesmo que ele ainda dissesse que estava apaixonado por ela, era difícil para Violet acreditar que Arthur pudesse algum dia sentir "ciúmes" dela. Ainda mais porque, para Violet, apenas quando se "ama" alguém é que se sente ciúmes dessa pessoa de verdade.

"Mas e se...?" Era a pergunta que ainda rondava em sua cabeça, que a deixara em claro na noite anterior.

E aquela frase final, sobre como Arthur sempre mostrava o pior de si por causa dela e que talvez essa fosse a maldição que acometia as famílias dos dois, também a fez se questionar. Ele também disse que o inverso era verdadeiro, ou seja, que ela também mostrava seu pior lado por causa dele. Mesmo que ainda achasse que ele não sabia sobre seu amor platônico e escondido durante todos esses anos, Violet, no fundo, entendeu o que ele queria dizer e concordava com ele.

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