Capítulo 15: O 2º encontro

3 1 0
                                    

Como aquele segundo encontro do Plano Xeque-Mate foi marcado de modo muito repentino, não deu tempo de comunicar muitos dos rebeldes ou bolar algo.

No final, Arthur foi sozinho naquela tarde até o prédio de "detenção" pretendendo improvisar.

Como foi tudo do nada, ele também não seria vigiado por ninguém e só precisaria usar sua lábia para tentar conseguir ainda mais a confiança de Violet.

Como aquele seria o segundo encontro e os rebeldes já tinham conversado com Alice sobre o fato de que Violet provavelmente não se declararia nos 5 primeiros encontros, os rebeldes que souberam desse segundo encontro não estavam tão preocupados assim de Arthur ir "sem" um plano concreto. Arthur era sempre perfeito e o seu líder, portanto pensaria em algo bom.

Assim, Arthur chegou no prédio da detenção na tarde daquele dia. O lugar era como o prédio de salas de aula, cheio de salas com carteiras e mesas. Ele logo se dirigiu a sala onde ficava a detenção dos alunos do segundo ano. Normalmente a detenção era a segunda punição mais leve. A primeira mais leve era a advertência verbal (juntamente com xingamentos cruéis, mas ainda eram considerados leves se comparado a chicotadas).

A detenção era dada como punição para diversas coisas, não só por "conversar com alguém do sexo oposto". Por isso, havia uns 5 meninos lá dentro da sala também. Quem vigiava aquela punição não era uma das soldadas de Violet, mas um funcionário da escola que normalmente não estava nem aí para os alunos. Só que as entradas e saídas do prédio eram vigiadas por soldadas, para ter certeza de que ninguém escaparia da punição.

Os alunos eram obrigados a passar ou 6 horas escrevendo repetidas vezes o seu erro em folhas de papel ou escrever 60 folhas com seu erro. Ao final, eles entregavam ao fiscal essas folhas preenchidas e estavam liberados.

Deve-se prestar atenção no "ou" dessa sentença. Normalmente os alunos que iam para a detenção não passavam todas aquelas 6 horas de tempo lá dentro. Eles usavam diversas artimanhas para se livrar disso rápido.

A maioria escrevia uma folha com sua letra, tirava 60 cópias em alguma das copiadoras da Biblioteca Central do campus e quando chegava na detenção, ficava uns 60 minutos para fingir que tinha copiado algo, depois entregavam ao fiscal da sala e estavam liberados. Os fiscais não davam a mínima, mesmo sabendo que era falsificado. Era até melhor para eles, que eram liberados mais cedo e ficavam vadiando pelo prédio. Os estudantes que faziam isso burlavam também as soldadas de Violet por intermédio de uma passagem secreta localizada perto dos fundos do prédio. Eles saiam de fininho por ali sem serem vistos.

Todos os garotos que estavam com Arthur (inclusive ele mesmo) usariam essa técnica. Depois de 60 minutos, eles entregaram as 60 folhas que haviam trazido em suas mochilas e saíram calmamente da sala. Os 5 garotos já conheciam Arthur de sua sala e alguns eram até rebeldes, por isso o convidaram para ir embora com eles. Mas Arthur negou dizendo que tinha um compromisso dentro daquele prédio. Ele tinha que encontrar Violet.

Lógico que ele não contou isso para aqueles garotos, uma vez que o Plano Xeque-Mate era secreto e restrito à cúpula dos rebeldes. Mas ele deu uma desculpa de ir encontrar uma certa garota e eles se despediram amigavelmente no meio do corredor fora da sala em que estavam, se voltando para lados diferentes.

Arthur sabia que as garotas de detenção ficavam nos andares de cima daquele prédio. Os corredores normalmente estavam vazios, exceto por umas poucas soldadas que faziam rondas. Arthur só teve que ter algum cuidado para não ser visto por alguma das soldadas ou por uma das poucas garotas que estavam nas salas.

Ele logo chegou à sala onde Violet estaria cumprindo a detenção e olhou pela janela lateral para procurá-la. Lá dentro, Violet estava sozinha com a fiscal. Ela ainda parecia a mesma, apenas tendo de diferente em sua aparência o cachecol preto enrolado em seu pescoço. As meninas da sala dela quase nunca ficavam de detenção e hoje ela era a única.

O Colégio dos Talentos - World Talents College - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora