O Colégio dos Talentos - World Talents College - Livro 1

Capítulo 27: O complicado encontro de Charles e Ashley

Ashley parou em um prédio bem de canto ao Salão da Liberdade. Era um prédio ainda inacabado e que estava abandonado, assim como a maioria dos prédios ao redor do QG dos rebeldes (basicamente ninguém queria treinar ou fazer qualquer coisa próxima a eles para não se associar a sua imagem). O prédio não tinha portas ou janelas, nem mesmo paredes em algumas partes, o que facilitou a entrada dela.

Assim que Ashley subiu por uma escadaria quase incompleta que havia ali, Alice se aproximou daquele prédio o máximo que pôde e viu a Vice Presidente do Conselho Estudantil Feminino chegar na sacada do último andar e dar de cara com um garoto bem conhecido de Alice.

"Charles? O que? Desde quando esses dois...? O que diabos está acontecendo aqui?" Alice se perguntava baixinho, extremamente chocada com o que estava testemunhando. Como o prédio era muito alto, de onde estava, Alice não podia ouvir nada, mas parecia que os dois estavam conversando. Ela se escondeu por ali para observar um pouco mais.

- Ashley! - Charles exclamou surpreso ao vê-la chegando no último andar pela escada interna do prédio. Ele estava próximo a beirada da sacada que dava de frente ao Salão da Liberdade - Fico feliz que tenha vindo... - Charles coçou a cabeça nervoso - Você demorou bastante. Eu até achei que, mesmo vendo que perdeu a aposta e eu mandando aquele bilhete, ainda assim você não viria...

Ashley parou de andar quando ficou a quase dois metros de distância dele. Ela parecia muito vermelha e assustada por ter ido até lá, mas o respondeu tentando aparentar o máximo de indiferença que conseguia:

- Eu... é claro que eu vim... não posso descumprir minha palavra! Uma aposta é uma aposta, apesar de eu ter perdido.

- Sim... fico feliz que não tenha faltado com sua palavra - Charles sorriu um pouco menos nervoso e um pouco mais bonito. Apesar de estar de pijama, Ashley parecia linda demais aos olhos de Charles, principalmente pela luz do luar que batia em suas belas e envergonhadas feições. Ele não conseguiu deixar de admirá-la com um sorriso.

A racionalidade de Charles já havia brigado muito com ele durante todos esses dias, inclusive nessa última tarde, sempre tentando impedi-lo de prosseguir com aquilo e desistir dessa aposta. Mas depois de ter conseguido ficar no top 15 e saber que isso só foi possível porque queria muito ficar sozinho com Ashley, ele entendeu seu coração. Agora Charles já havia se decidido que não fugiria de seus sentimentos e tentaria fazer esse encontro dar certo, pelo menos na medida do possível.

Por isso, durante a tarde, Charles havia dado um jeito de colocar um bilhete com o horário e o local onde se encontrariam na bandeja do jantar que Ashley buscou na cafeteria do dormitório feminino. Assim ela ficou sabendo de tudo o que precisava para vir até o presente prédio, mas ainda assim, logicamente, ela relutou.

Ashley se virava de um lado para o outro na cama pensando se deveria ir ou não. Por causa de seu nervosismo, mesmo acordada, ela não ouviu nenhuma das outras garotas saindo do quarto. Quando resolveu finalmente ir ao prédio marcado para o encontro, já era bem tarde. Ashley nem sequer percebeu as camas vazias com apenas travesseiros ao seu lado, nem as garotas saindo ao seu redor.

Ela se levantou e foi correndo até a janela menor ao lado de sua cama no dormitório feminino para descer o mais rápido possível. Ashley achou que seria mais seguro descer por aquela janela do que ir pela porta. Como era boa em esportes, não foi um problema descer o prédio do dormitório assim, pelo lado de fora e sem proteção.

E logo ela chegou ao local do encontro marcado.

Agora, observando melhor aquele último andar desse prédio abandonado, Ashley percebeu que era bem precário e tinha diversos escombros, vigas de ferro e madeiras quebradas espalhadas pelos cantos, fora a poeira e as teias de aranhas. Isso era bem incomum para um prédio daquela escola luxuosa. Mas logo ao lado de onde Charles estava, bem próximo a sacada, havia uma toalha azul retangular estendida no chão com um candelabro de cinco velas vermelhas acesas, uma cesta com frutas e salgados, além de uma garrafa com vinho e duas taças. Apesar da sujeira do local, aquele canto da sacada parecia estar arrumado de forma incrivelmente romântica.