Capítulo 25. prazo final

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Faz apenas dois dias que Neil foi aprovado, mas aconteceu tanta coisa desde então, que parece que foram semanas.

Kevin convidou Aaron para morar com ele, e meu irmão aceitou. No dia seguinte, passaram a noite organizando as coisas de Aaron (que ainda estavam na casa que ele dividia comigo) e em poucas horas levaram tudo para a casa do namorado.

Ficar sozinha naquela casa fez eu me sentir estranho e usei uma desculpa qualquer para ficar com Neil. Tenho dormido na casa dele tantas noites, que metade das minhas roupas estão guardadas em seu armário, e eu faço mais as compras de casa do que ele mesmo.

Neil deu uma indireta sobre eu me mudar de vez para sua casa, mas não sei se quero ficar lá. Porque, mesmo que eu esteja aproveitando cada momento ao lado dele antes que ele me chute, sei que em algum momento ele fará isso. Não existe a menor chance dele ir pra Inglaterra com um relacionamento... Ainda mais que nem há uma definição para o que temos.

Também recebi a aceitação da faculdade e uma oferta de bolsa de estudos, com todas as minhas despesas cobertas por fazer parte do time de Exy. E, aproveitando que precisaria assinar o contrato com o time, acompanhei o treino da tarde e observei a dinâmica de todos os jogadores.

Como estaria treinando com eles em algumas semanas, queria entender suas táticas e modo de jogar. Não bastava apenas conhecer cada estatística, precisava ver eles em ação.

Por um momento, enquanto observava o treino, me arrependi de ter desistido da faculdade e ficado longe do Exy por um ano.

Eu sinto falta da adrenalina. Sinto falta de ser um atleta.

E me sinto dividido entre Exy e Neil. E não gosto de me sentir assim.

Parece que preciso decidir urgente o que é a prioridade da minha vida, e não quero ter que abrir mão de nenhum dos dois.

Quando o treino finaliza, Kevin sobe na arquibancada e vem me encontrar. Ele se senta e observa todos os jogadores saindo da quadra.

- O que aconteceu para você estar aqui parecendo estressado? - Ele questiona, olhando para mim de canto de olho. Dou de ombros e isso faz ele rir. - Deixa eu adivinhar: seu namorado vai pra outro continente e você não está lidando bem com isso.

Dou de ombros novamente. Dessa vez, ele acertou completamente em qual é a minha preocupação.

- Andrew, anda. Fala comigo o que você está sentindo.

Respiro fundo e faço o que ele pede, sabendo que vai me ajudar a entender tudo.

- Eu sinto que me apeguei ao Neil muito rápido e de uma forma muito intensa. Não estava nos meus planos ele ir pra outro país e não sei o que eu sinto por ele, e nem o que ele sente por mim.

- Como assim? - Kevin questiona.

- Se, desde o início, soubesse que ele vai acabar indo pra Inglaterra, eu teria me mantido mais distante e não teria permitido que surgisse nenhum sentimento. Mas agora é tarde demais. Eu gosto mais dele do que deveria e isso vai me destruir, porque vou ficar sem ele e já sei disso.

- E o que você vai fazer?

- Eu tenho duas alternativas. Primeira: Volto pro apartamento dele, pego minhas coisas e sumo da vida dele hoje mesmo. Ou, segunda: Eu fico com ele até quando ele não quiser mais.

- Você vai sair magoado nas duas situações - Kevin pontua. Dou de ombros, desanimado. Já sei disso.

Sei que eu me joguei num precipício por Neil Josten e não tem como evitar que a queda destrua tudo em mim. Mas eu continuo aproveitando cada instante de liberdade antes da destruição ser definitiva.

I can't stop staring at you || AFTGOnde histórias criam vida. Descubra agora