I can't stop staring at you || AFTG

Capítulo 23. aceitação

Durante quase um mês, meus dias têm sido divididos entre estar com Neil, trabalhar e esperar pelo resultado da faculdade.

O processo de ingresso na faculdade seria um pouco diferente do tradicional, até mesmo porque eu já havia sido aprovado no ano anterior, só não fiz a matrícula. Minha aceitação tinha ficado "em espera", e a universidade então avaliaria se estou apto a entrar no time de Exy. Se entendessem que estou, então a vaga no time e na faculdade seria minha.

Por longos dias, discuti com todos sobre qual curso faria. Sempre mudando de opinião, só que precisaria decidir logo. No primeiro ano, pegaria matérias gerais e tentaria seguir caminho então para qual curso eu fosse preferir. Mas a escolha estava entre nutrição, educação física e direito. E não tinha muitas coisas em comuns entre esses cursos para poder aproveitar com o primeiro ano.

Faculdade me deixa confuso e me acostumei a ter Neil Josten como distração para isso.

Kevin e Aaron têm estado cada vez mais juntos, e até mesmo decidiram que iriam se apoiar com os estudos no ano seguinte. Kevin, por conta de uma lesão no início de sua carreira universitária, parou com o curso e assumiu apenas o cargo de treinador junto de seu pai. Mas, após muita insistência do técnico e do meu irmão, ele decidiu voltar a estudar.

Kevin decidiu voltar ao curso de medicina enquanto que meu irmão gêmeo iria estudar publicidade. A escolha de curso de Aaron me surpreendeu muito, principalmente por ser uma área que envolve mais relacionamentos pessoais e exige que você se abra mais para novas experiências - o que, convenhamos, não é o forte do meu irmão.

Com todos os planos de faculdade dos dois, também comecei a suspeitar que iriam morar juntos assim que Aaron se formasse. Sendo os dois maiores de idade e tendo como se manter, não teria muito o porquê de eles enrolarem com isso. E eu, para alegria do meu primo, devolveria a casa pra ele e iria morar no alojamento da faculdade.

Só que pra isso eu preciso ser aceito.

De acordo com o pai de Kevin, os resultados saem hoje, às 16h. E o dia inteiro foi uma agonia pela espera.

Neil me convenceu a esperar em seu apartamento, e que ele me encontraria assim que saísse da escola. Precisando urgente de algo para passar o tempo, fiz o que nunca gostei de fazer: faxina.

Minha relação e de Josten tem avançado bem, do tipo que estamos juntos quase todos os dias, e eu durmo em sua casa, com ele, em pelo menos 3 dias da semana. E não passamos, nenhuma vez, de beijos. Mesmo dormindo abraçando seu corpo todas essas noites.

As coisas para Neil são um pouco complicadas ainda. Ele se afastou de todos os amigos e isso o deixou um pouco recluso, bloqueado para sentir algumas emoções. E temos feito tudo de um jeito que respeite o seu tempo. Inclusive sem definir qual tipo de relação que temos. Além disso, nem sempre que nos vemos há beijos. Eles são reservados para momentos especiais, quando Neil se sente à vontade para isso - e geralmente são quando o quarto está todo sem iluminação, e ele abraça meu corpo para se esquentar mais.

Uma coisa aprendi nessas últimas semanas: gostar de Neil Josten é fácil.

Quando ele chega da escola, um pouco depois das 16h, está sem fôlego e com uma sacola cheia de lanches nas mãos. Ele me encontra sentado no sofá do apartamento, batendo o pé contra o chão de nervosismo e encarando o celular bloqueado em cima da mesa de centro.

- Desculpa. Eu pensei que seria bom comprar algo pra comermos, mas me perdi na hora - ele diz, se inclinando para beijar minha bochecha. Sorrio.

- Tudo bem.

- Já olhou? - Neil corre até à bancada da cozinha, deixando a sacola e voltando até mim. Nego com a cabeça. - Quer que eu abra? - Ele questiona, e confirmo com a cabeça. Prefiro que ele veja e só me diga o resultado.