Capítulo 13. notícias ruins

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O dia amanhece e os primeiros raios de sol adentram o quarto pela janela. Empurro a coberta para o lado e me levanto rapidamente, buscando pela roupa que havia deixado separada na noite anterior. Essa foi mais uma noite em que não dormi nem ao menos 2 horas. Acho que isso, em algum momento, vai cobrar um preço alto de mim.

Tio Stuart está dormindo no quarto de minha mãe, com a porta aberta com apenas uma pequena fresta. Antes de se deitar, ele foi até meu quarto e pediu que eu o chamasse caso precisasse de algo. Não o chamaria em nenhum momento.

Ando até o banheiro arrastando os pés. Meu corpo está muito cansado, mas não posso me dar ao luxo de reclamar. Esse cansaço é resultado da minha falta de aceitação para dormir ou para descansar em qualquer momento.

Nos momentos em que não estou no hospital ou na farmácia, tenho corrido. Procurando evitar o momento em que não conseguirei mais fugir do tio Stuart e da conversa que ele quer ter comigo.

Sei que esse será o momento em que ele falará que não pode se responsabilizar por mim após a morte de minha mãe, e vai sumir da minha vida como todas as pessoas já fizeram.

Tomo um longo banho, gelado, que faz os músculos do meu corpo doerem. Após sair do banho, sinto o cheiro de café vindo da cozinha.

É domingo. Não tenho que trabalhar até o fim da tarde e também não posso passar o dia inteiro correndo.

Hoje, provavelmente, terei que encarar o meu futuro.

Suspirando, entro na cozinha e vejo tio Stuart de costas. Ele está preparando algo no fogão. Assim que se levanta, ele sempre troca de roupa e coloca algo mais chique e formal.

Agora, Stuart está vestindo uma calça jeans escura e um suéter bege, que deve ter custado mais caro do que a maioria das minhas roupas juntas.

Ou até mesmo todas elas.

- Bom dia. - Sua voz me assusta.

- Bom dia - respondo, sem entender como ele me viu chegando.

- Você acordou bem cedo hoje. Me assustei quando vi o horário em que você foi tomar banho. - Stuart se vira em minha direção e sorri. - Eu também não durmo bem à noite. E tenho uma ótima audição. Além disso, você faz muito barulho quando anda pelo corredor assim que acorda.

Dou de ombros e vou até a pia da cozinha pegar um copo de água.

- Neil - meu tio chamou. Ele desligou o fogão e colocou a omelete que preparou em um prato, me alcançando. - Podemos conversar agora?

Confirmo com a cabeça, torcendo para que aconteça algum acidente em frente à minha casa (sem ninguém se ferir, por favor) e ele esqueça da conversa.

Mas, como as coisas nunca são como eu planejo, isso não acontece.

Nos sentamos um de frente para o outro. Ele serve café para nós dois e eu começo a comer, esperando que ele fale.

- Seu pai entrou em contato comigo.

Por essa eu não esperava.

Paro com o garfo a caminho da boca e o encaro.

- Como é?

- Ele disse que ficou sabendo sobre sua mãe por um conhecido dele, acho que o pai do seu amigo - tio Stuart fala. Tinha esquecido que o pai de Matt e o meu pai se conheciam antes de tudo isso acontecer.

- O que esse infeliz quer?

Tio Stuart bebe um longo gole de café e eu consigo entender que não virá uma boa resposta.

I can't stop staring at you || AFTGOnde histórias criam vida. Descubra agora