I can't stop staring at you || AFTG

Capítulo 26. um mar entre nós

Andrew tem sido uma pessoa extremamente carente desde que tivemos a conversa sobre ficarmos juntos até a viagem.

E eu não posso culpá-lo, porque tudo o que mais quero é passar todos os dias com ele.

As semanas se passam cada vez mais rápido, e, quando menos espero, meus documentos estão todos prontos para iniciar a faculdade na Inglaterra. Meu apartamento próximo à Universidade foi preparado e meu tio me enviou diversos vídeos dele.

Mas, enquanto ele preparava aquele apartamento, eu só conseguia pensar no quanto gosto do apartamento de agora. Apartamento no qual Andrew tem morado comigo definitivamente. Foi uma alternativa que tivemos para aproveitar ainda mais o pouco tempo que ainda temos. E, quase todas as noites, aquelas palavras mágicas parecem pairar sob nós. Nenhum dos dois teve coragem de falar as três palavras, principalmente porque parece que vai tornar tudo ainda pior.

As últimas aulas do ensino médio chegam ao fim. Andrew assina o contrato e é divulgado como o novo goleiro do time de Exy da universidade e vou com ele assistir a um dos jogos de seu futuro time. Ele precisa me explicar cada lance, e seus olhos brilham enquanto ele assiste os atletas.

Saímos com Kevin e Aaron algumas vezes, assim como com Matt, Dan e Allison. E nos divertimos como se fossemos um casal com um futuro lindo pela frente.

Conheci Renee e ela prometeu que faria com que Andrew fique bem depois que eu me mudar. E isso me fez gostar dela mais do que de qualquer outra pessoa na vida de Andrew.

São só mais alguns dias e eu estarei em outro continente, longe de tudo o que gosto - e sei que não posso desistir de ir, mas não consigo parar de pensar em alternativas para manter Andrew em minha vida.

Tudo o que eu mais queria era poder chamá-lo de meu namorado. Nós dois moramos juntos e ficamos juntos todo o tempo em que ele não precisa trabalhar. E tudo com ele é especial e inesquecível, mas pedir para que ele seja meu namorado é egoísmo demais.

Assim como pedir para manter uma relação à distância.

Comigo indo morar em outro país, sei que ficaria muito difícil ver ele. Mas eu não me importaria de voltar aos Estados Unidos sempre que pudesse para vê-lo. E iria tentar sempre poder fazer isso.

Em algumas noites, quando estamos assistindo a algum filme ou quando transamos e eu sinto que não serei capaz de viver sem ele, penso em fazer essa proposta. Só que sinto medo da rejeição e de que isso faça ele me deixar antes mesmo de eu ir embora.

Então eu só engulo aquilo que quero falar e continuo beijando ele.

Nos dias que antecedem minha viagem, optamos por ficarmos só nós dois, o tempo todo. Andrew conversou com o dono da farmácia, que concordou em liberá-lo durante esses dias e também insistiu em me ver antes de eu ir embora, para poder se despedir de mim. Então, passamos a maior parte do tempo em meu apartamento. Isolados do mundo e ignorando qualquer mensagem ou ligação recebida. Nada mais importava, porque tudo o que eu queria era gravar em minha memória cada detalhe dele.

Tiramos fotos, gravamos vídeos e rimos muito um com o outro, contando as coisas mais absurdas que se passavam em nossas mentes.

Foram dias bons. E dias em que eu controlei minha tristeza e dor.

Na minha última noite nos Estados Unidos, percebi que não conseguiria segurar mais o que eu precisava falar.

Depois de jantarmos juntos, deixamos a louça suja na lavadora de pratos e fomos pro quarto. Andrew conecta seu celular à caixa de som e seleciona uma playlist com minhas músicas preferidas. Em seguida, ele se deitou ao meu lado e ficamos juntos, no quarto escuro, ouvindo músicas que falavam sobre coração partido. Achei muito apropriado para o momento.