Capítulo 8

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Chris respirou fundo, mexendo as mãos nervosamente uma na outra enquanto tentava escolher a camisa perfeita. Tudo naquele dia tinha que ir bem, porque se não fosse... ele não tinha certeza do que sentiria.

Com o final de julho, os convidados do casamento de Elijah e Caroline estavam chegando e uma das primeiras era a mãe de Chris, Jeanne, que ele veria pela primeira vez em três anos e meio, por isso ele achava que seu nervosismo era compreensível, para dizer o mínimo. Segundo a última carta que ele recebera, ela traria Nana como acompanhante, o que era ótimo, porque isso significava que Maxwell — como sempre — estava ocupado demais com o trabalho dele para prestar atenção na própria família.

Embora isso não surpreendesse Chris nem mesmo um pouco, ainda era um alívio saber que ele não teria que ser educado com seu pai pelo bem da cerimônia e da alegria de Elijah e Caroline. Além disso, sua animação por ver a mãe não seria ofuscada por críticas e comentários inconvenientes que não acrescentariam em nada para ninguém.

— Chris, pelo amor de Deus, vamos logo ou você vai acabar se atrasando. — Disse Oliver, coçando os olhos com os dedos em pinça, impaciente com a indecisão de Chris.

Noah, que estava sentado na cama, riu quando Chris revirou os olhos e fez careta para o amigo em resposta, muito mais relaxado que qualquer um deles ali.

— Sua mãe não vai se importar com que roupa você está usando, você sabe muito bem disso. — Oliver tentou argumentar para apressá-lo. — Além disso, não é uma competição de moda, é uma estação de trem suja no norte da Escócia.

— Mas é a minha mãe. — Disse Chris como se isso explicasse tudo e, para ele, de fato explicava.

Oliver bufou, jogando as mãos para cima antes de batê-las contra a coxa em um claro sinal de exasperação.

— Tudo bem, então, fique aí. Mas eu garanto que sua mãe vai notar muito mais se você não estiver lá para a chegada dela do que qual a camisa que você vai usar.

— Você precisa admitir que ele tem um ótimo ponto. — Noah apontou para Oliver dessa vez, fazendo uma careta engraçada que deveria ser apologética, mas Chris apenas mostrou a língua para ele, contendo um sorriso:

— Até tu, Brutus? — Perguntou ele, fazendo drama, mas antes que qualquer um deles pudesse continuar a brincar, uma batida soou à porta e os amigos se viraram para ver Elliot Wood à porta.

— Oi, meninos. — Disse ele, amigável como sempre e eles resmungaram um cumprimento no mesmo tom.

Chris, no entanto, se manteve sério. Ele não gostava muito de Elliot desde que descobrira o que ele fizera com a esposa, Loren, obrigando-a a continuar grávida quando aquele não era o desejo dela. Desconfortável com o silêncio que se instalou logo em seguida, Elliott dirigiu seu olhar para Chris e, com um aceno de cabeça, disse:

— Nós realmente precisamos ir agora, senão vamos chegar muito tarde na estação, Chris.

Ele assentiu em meio ao silêncio dos seus amigos, pegando por fim qualquer camiseta das trinta que tinha espalhado por sua cama e colocando-a rapidamente. Quando Elliott se virou para ir embora, Chris o seguiu, sentindo a arrogância de Oliver em ondas tão fortes que ele não resistiu à tentação de mostrar o dedo do meio ao amigo por cima do ombros.

Chris sorriu quando Oliver e Noah explodiram em gargalhadas atrás dele e se apressou em seguir Elliott em direção à garagem.

— Jamie não vai dirigir hoje? — Ele perguntou, enfiando um casaco mais fino que havia pegado do cabideiro na entrada da mansão.

Elliott olhou para ele enquanto abria a porta do motorista e disse:

— Não, ele está tendo que resolver os últimos toques para o casamento, então eu temo que perdemos nosso motorista. Por enquanto, vocês vão ter que se contentar comigo.

Aos Poetas Decadentes - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora