2. Grávida

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Ansiosa pelo o que tinha feito, Sakura pesquisava na Internet sobre os sintomas de gravidez e quando iriam surgir. A cada dia que passava, observava qualquer mudança em seu corpo e até mesmo chegou ao ponto de acariciar a própria barriga na frente do espelho, imaginando quando começaria a crescer. Além do medo da reação dos seus pais e do futuro que ainda se encontrava incerto, saber que estava gerando um filho do Uchiha a deixava feliz. Era um amor insano que poderia levá-la para o abismo de um hospício.

Estranhamente, algumas mulheres faziam esse ato deplorável com o intuito de prender um homem. No entanto, os filhos não mantinham o casamento e muitas sofriam com isso. Porém, quem mais vivia esse terror eram as crianças que só nasceram para serem frutos da cobiça de uma mãe egoísta. Se os homens não aceitassem tal submissão, elas os proibiam de ver os próprios filhos, sem se importar se as crianças chorariam para ver os pais ou não. Talvez Sakura fosse esse tipo de mulher. Colocando expectativas em um bebê ainda no ventre, mas pensando em Sasuke, pois só existia ele em sua mente e nada mais.

Havia chegado o dia para descobrir se tinha passado ou não na prova para entrar na faculdade. Os seus pais estavam aflitos para saber se a filha conseguiu passar e para a alegria de todos, ela conquistou. Sakura sempre foi inteligente e o seu sonho era ser médica. Agora, precisava organizar os documentos para fazer a matrícula na universidade e manter a vaga. Contudo, como ela iria dar continuidade aos estudos tendo um bebê nos braços? Não era impossível, mas isso tornava a situação difícil. Apenas as mulheres mais guerreiras conseguiam focar em várias coisas ao mesmo tempo e ainda cuidar de uma criança pequena. Sakura poderia dar conta?

Ela era apenas uma garota de dezoito anos que ainda vivia um romance ardente e se permitiu ter uma gestação precoce. Por mais que fosse de maior, os seus pais ainda a viam como uma adolescente.

Após algumas semanas, os sintomas surgiram e ali bateu um leve desespero. Os enjoos matinais eram constantes e não imaginava que um simples cheiro de café poderia lhe causar tanto mal estar. Ela corria para o banheiro e vomitava até o que não comeu na privada. Inicialmente, Mebuki ficou preocupada com Sakura, acreditando que ela poderia estar doente. Mas uma mãe possui dons de outro mundo e logo começou a suspeitar daqueles sintomas.

— Sakura, você está melhor? — entrou no quarto da filha e a viu sentada na cama lendo um livro.

— Acho que sim.

— O que está sentindo tanto? — se aproximou com um olhar preocupado.

— Apenas estou enjoada, mas vai passar.

— Já faz um tempo que você está assim. Não quer ir ao médico?

— Não precisa, mãe! Eu vou ficar bem.

— E a sua menstruação? — Sakura arregalou os olhos e evitou olhar para a sua mãe. — Já veio?

— Bem... Sim!

— Tem certeza? — Mebuki cruzou os braços e a encarou. — Sakura, não minta pra mim! O que está acontecendo? O que houve naquela festa que você evita falar?

Não tinha como mentir. Uma hora todos iriam ficar sabendo. Não tem como ocultar uma gravidez.

— Eu... — ela respirou fundo para tomar um pouco de coragem. — Eu estou grávida!

Mebuki ficou horrorizada e parecia perder as forças nas pernas. Puxou uma cadeira e se sentou, mas ficou inquieta e se ergueu em seguida. Sakura observou a agonia de sua mãe. Mebuki levou a mão até a testa e tentou manter a calma.

— Como... — percebeu que a pergunta era boba. Óbvio que ela teve relações com alguém e resolveu mudar a questão. — Quem foi?

— Sasuke.

Consertando o Passado (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora