6. A Máquina do Tempo

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O caminho foi feito em silêncio e o motorista de vez em quando olhava para trás pra saber se a mulher de cabelo rosa estava dentro do seu carro, pois às vezes, sentia o corpo arrepiar como se ela fosse um fantasma deprimido vagando por aí enquanto pedia carona pelas estradas noturnas daquela cidade. Havia uma tristeza pesarosa em seus olhos e o homem poderia enxergar a morte passar gritando diante daquele olhar fúnebre. Foi a primeira vez, de todos os passageiros em seu trabalho, que ele se deparou com tal situação. Nunca se viu tão infeliz pela moça jovem que fora traída por um homem injusto e tão desalmado. Ele nem sabia se deveria ou não dizer alguma coisa e que tipo de coisa poderia torná-la mais alegre. Apenas ensaiou conselhos em sua mente e tentou selecionar o melhor para ser dito, mas assim que abriu a boca, escutou a voz da mulher atrás pedindo parada.

— Você mora aqui? — questionou ao observar a rua vazia naquele horário tardio.

— Não, mas eu quero descer aqui. Quanto ficou mesmo?

— Moça, eu posso deixá-la em casa! É perigoso ficar sozinha por aqui! — tentou reverter a situação. Não sabia o que ela pretendia fazer, mas tinha a certeza de que não era algo positivo.

— Não se preocupe! Eu não vou fazer nada. Apenas quero ficar sozinha antes de voltar para casa. Eu posso chamar alguém pra me buscar.

O motorista ficou em silêncio até suspirar por ter que ceder.

— Não precisa pagar nada, moça!

— Tem certeza? Eu tenho dinheiro.

— Não se preocupe com isso! Apenas vá para casa e fique bem! Eu sei que está mal, mas... esse cara não merece a pessoa incrível que você é. Lembre-se disso!

Sakura deu um sorriso amargo e agradeceu antes de sair do veículo. Fechou a porta e com os braços cruzados, ela seguiu um rumo oposto e sem saber para onde ir. O motorista continuou parado, dentro do carro, e encarou a mulher se distanciar. Havia uma ponte por perto e sentindo um aperto no peito, o homem resolveu pegar o celular e chamar a polícia para impedir que qualquer bobagem fosse feita. Ele não queria que aquela jovem se machucasse e fez o que qualquer cidadão de bem e sensato faria. Ele pediu ajuda.

...

Desesperado por ter sido descoberto, Sasuke se vestiu apressadamente enquanto a ruiva permanecia deitada e totalmente tranquila diante da situação. Na verdade, ela não se importava, pois sabia que um dia a verdade iria surgir e Sasuke estaria livre para ser somente seu. No entanto, não imaginou que iria demorar tanto tempo, mas no fim, a esposa soube e estava de bom tamanho para ela. Karin sorria da cena e isso deixou o Uchiha zangado.

— Não vejo qual é a graça!

— A graça, meu querido, é que você me pertence agora! Vai ter que aturar o constrangimento de ser chamado de infiel, mas que se dane o que vão dizer. Apenas continue comigo e logo essa história será esquecida!

— Você não entende, não é mesmo? Eu tenho uma filha, porra!

— E daí? Você nunca quis tê-la e nunca se importou com ela. Por que isso agora? Acha que a mãe vai proibir você de ver a criança? Isso não seria satisfatório para você?

— Não era pra ser assim! — disse em voz alta, enraivecido consigo mesmo. — Eu deveria ter terminado com essa merda há muito tempo!

— Eu avisei você! Deveria ter pulado fora e então, estaria completamente livre dessa brincadeira de pai de família.

Sasuke fechou os olhos e respirou fundo.

— A culpa é sua por ter aparecido em minha vida e ter me deixado estragar tudo! Se não fosse por isso, eu teria acabado de uma forma melhor.

Consertando o Passado (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora