Consertando o Passado (CONCLUÍDA)

7. A Sakura do Futuro

Os ruídos pareciam ensurdecedores que causavam dores agudas em seus ouvidos, fazendo-a colocar as mãos sobre as orelhas para abafar os sons. Uma luz alaranjada adentrou o ambiente e a fez fechar os olhos que começaram a lacrimejar com a iluminação repentina. Aos poucos, as pálpebras foram abertas e enxergou imagens distorcidas. Sentiu uma pontada na cabeça e um forte enjoo que a fez vomitar no piso do depósito. Os sons asquerosos do ato ecoaram pelo local e Sakura tentou se erguer, mas tombou algumas vezes até conseguir se manter de pé com a coluna curvada. Parecia que teve uma noite de bebedeiras e estava sentindo o terrível efeito da ressaca. Foi caminhando enquanto se esbarrava pelas paredes até conseguir encontrar a saída. Assim que se retirou, encontrou um beco iluminado pela luz do dia e algumas pessoas caminhando na esquina.

De repente, ela parou os passos ao se recordar do que acontecera. Lembrou de Orochimaru e o seu sorriso maligno após dizer aquelas palavras macabras. Se recordou de ter entrado na máquina e voltado no tempo, contudo, as coisas pareciam normais e Sakura duvidou de que tudo fosse real. Acreditou que tivesse passado mal e desmaiado, e que aquele homem louco a deixou sozinha no depósito para se virar depois. Continuou cambaleando até esbarrar em alguém que reclamou e seguiu em frente. Se encostou num muro e tentou se recuperar, mas as pernas estavam fracas e a visão turva. Achou que iria desmaiar outra vez e caiu sentada no chão.

— Moça? Moça! — ouviu a voz de uma mulher que se aproximou preocupada. — Está tudo bem? Quer ajuda?

— Eu... — olhou para os lados e depois para a senhora em sua frente. — Só estou passando mal.

— Oh meu Deus! Quer que eu chame uma ambulância?

— Não... Não precisa.

— O que está sentindo?

— Só... estou tonta. — se contraiu e abraçou o próprio corpo, sentindo uma dor no estômago.

— Isso pode ser fome. Venha! Eu vou ajudar você! — sozinha, a mulher tentou levantar Sakura da calçada e a mesma conseguiu se esforçar para caminhar, não querendo jogar o peso para a desconhecida. As duas seguiram andando até pararem de frente para uma residência não muito atrativa. — Eu moro aqui. Não tenha medo! Eu vou ajudar você!

A porta foi aberta e Sakura se deparou com um ambiente simples, mas confortável. A mulher lhe guiou para sentar no sofá e a deixou ali, seguindo até a cozinha para esquentar uma comida para a rosada desorientada. O corpo ficava cada vez mais fraco e a voz embargada. Tudo o que queria era voltar para casa e cair na cama enquanto era cuidada por alguém.

Alguém!

Sasuke! — o nome surgiu como um trovão em sua mente e fez a sua cabeça latejar de dor. Onde ele poderia estar? O que estava fazendo? Será que as pessoas estavam à sua procura? Eram tantas questões em seus pensamentos, mas que ela deveria buscar as respostas sozinha ao se recuperar daquele trauma.

— Olhe, não é muita coisa, mas acho que vai servir para lhe deixar melhor! — a mulher lhe entregou uma tigela com lámen e pedaços de carne de porco. Parecia ter sido esquentada após ficar na geladeira, mas Sakura estava com tanta fome que devorou o alimento e achou ter sido a melhor coisa que comeu naquela vida.

— Obrigada! — agradeceu um pouco constrangida pelos modos, mas a senhora apenas sorriu.

— Quer mais?

— Não! Não precisa! Muito obrigada! — devolveu a tigela vazia e a mulher sentou ao seu lado com dúvidas no olhar.

— O que aconteceu com você?

— Na verdade... eu não sei. Eu só preciso voltar pra casa.

— Entendo! Mas você está se sentindo melhor? Se ainda estiver mal, pode ficar mais um pouco.